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Me 109 - O escolhido pelos ases

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Kadu Queiroz
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Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por Kadu Queiroz »

Me 109

Algumas armas tornaram-se emblemáticas da 2ª Guerra Mundial. O Sherman, o Spitfire, os Panzers e o T-34 são alguns exemplos de personagens fundamentais do grande conflito. Não se poderia contar a História daquela guerra sem mencionar essas armas e vice-versa. E entre esses personagens, figura o Messerschmitt Bf (depois Me) 109.
Lançado em 1937, o Messerschmitt 109 estreou em combate na Guerra Civil Espanhola, iniciando uma carreira de 25 anos de serviço. Foi considerado,durante anos, o melhor avião de caça do mundo. Foi a espinha-dorsal da força de caças da Luftwaffe durante toda a 2ª Guerra Mundial. Ao todo, mais de 35.000 aparelhos foram produzidos, o que faz dele o avião mais produzido de todos os tempos. Teve as versões de série “B”, “C” e “D” (lançadas em 1937), “E” (conhecido como “Emil”, 1939), “F” (1941), “G” (“Gustav”, 1942) e “K” (1944).
Mas a Alemanha não foi o único usuário dele. Num esforço para reforçar seus aliados, os alemães forneceram centenas deles para a Finlândia, a Hungria, a Romênia e a Itália, entre outros.
Com a invasão da URSS pela Alemanha, a Espanha decidiu enviar uma força de voluntários, que ficou conhecida como "A Divisão Azul" (oficialmente, 250ª divisão de Infantaria alemã). Um esquadrão foi também organizado ("Esquadrão Azul"), sendo equipado com Me 109 e combateu como um Staffel do Jagdgeschwader 51. O símbolo do Partido Falangista era pintado nos aviões, juntamente com emblemas dos diferentes Staffeln.
Também era comum o aparelho ter o nome de companheiros tombados pintado junto à tomadade ar de refrigeração do motor.

O homem por detrás desta máquina, Wilhelm Emil ("Willy") Messerschmitt, nasceu em 26 de junho de 1898, em Frankfurt-am-Main, filho de um comerciante de vinhos. Por volta de 1931, ele era co-diretor da Bayerische Flugzeugwerke Allgemeine Gesellschaft (BFW), cuja falência seria decretada em 1º de junho daquele ano. Esta empresa seria revivida em 01.05.1933, mas sob a direção de um dos grandes adversários de Messerschmitt; Erhard Milch, que havia se tornado uma figura política de destaque entre os nazistas.

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Wilhelm Emil ("Willy") Messerschmitt

Em meados de 1933 Messerschmitt começou a trabalhar em um avião monoplano de transporte leve (4 passageiros), de asa baixa e com trem de pouso retrátil. Completado na primavera de 1934, o BFW M.37, mais tarde redesignado Bf 108 Taifun (Tufão), possuía uma performance impressionante, o que lhe assegurou um contrato de produção.

Ainda antes do primeiro vôo do Bf 108, Messerschmitt soube que o Reichsluftfahrtministerium (RLM - ou Ministério do Ar) estava preparando uma licitação para um novo caça, que deveria utilizar o motor Junkers Jumo-210 e ser capaz de atingir uma velocidade mínima de 450 km/h.

Embora tenha sido boicotado por Milch no início desta concorrência (apenas Arado, Heinkel, Fieseler e Focke Wulf foram convidadas oficialmente), a intervenção direta de Hermann Göring, garantiu a participação da BFW e de Messerschmitt.

Willy Messerschmitt e seu time de projetistas na fábrica da BFW em Augsburg - principalmente Robert Lusser, Richard Bauer e Hubert Bauer - trabalharam duro para incorporar ao Taifun as alterações necessárias para torná-lo um caça monoposto. Nesse meio tempo, enquanto trabalhavam no protótipo (ou Versuchs), a Alemanha oficialmente anunciou a criação da Luftwaffe ao mundo em 01.03.1935, e, quinze dias depois, Adolf Hitler publicamente renunciou às restrições do Tratado de Versailles, o que abriu caminho para o rearmamento alemão.

O protótipo Bf 109 V1 foi completado em agosto de 1935, e os vôos de avaliação começaram no centro de testes do RLM em Rechlin, inicialmente utilizando um motor Rolls-Royce Kestrel de 675 H.P. no lugar do Jumo.

O Bf 109 V2, completado em outubro daquele ano, já utilizava o motor Jumo 210A e uma fuselagem reforça-da; o Bf 109 V3, entregue em junho de 1936, foi o primeiro a ser armado com um par de metralhadoras MG 17 de 7,92mm sobre o capô do motor.

A despeito de sua pesada carga alar, que limitava sua manobrabilidade em baixas velocidades, a superioridade do Bf 109 era tal que rapidamente desclassificou o Arado Ar 80 e o Focke Wulf Fw 159 desta concorrência, restando apenas o Heinkel He-112. Uma encomenda de dez Bf 109B-0, de pré-produção, foi feita, mas dois eventos que ocorreram nesta época alterariam definitivamente o destino do avião de Messerschmitt.

Em junho de 1936 viu-se o pedido da Real Força Aérea britânica (RAF) para a construção de 600 caças Hawker Hurricane e 310 Supermarine Spitfire. Este último havia voado pela primeira vez em 05.03.1936, e possuía características muito semelhantes ao Bf 109 V1. Essa ameaça em potencial dos novos caças ingleses, apressou os esforços de desenvolvimento do avião alemão, e o armamento introduzido no Bf 109 V4 foi aumentado para três MG17.

O outro evento crucial foi a revolta dos rebeldes nacionalistas na Espanha, sob o comando do General Fran-cisco Franco y Bahamonde, contra o governo Republicano, seguido do envio de uma frota de aviões alemães para permitir o transporte das tropas rebeldes, então isoladas no Marrocos, em julho de 1936. Era o início da Guerra Civil Espanhola.

Em novembro daquele mesmo ano, voluntários ansiosos da Luftwaffe foram reunidos na chamada Legião Condor, para lutar pelos nacionalistas de Franco. À esta altura a União Soviética também havia enviado aeronaves e pilotos para ajudar os republicanos, incluindo biplanos Polikarpov I-15 e monoplanos I-16 - o primeiro caça de asa baixa e trem de pouso retrátil. Para desespero inicial dos alemães, ambos os caças soviéticos superavam com facilidade os obsoletos biplanos Heinkel He 51.

Em conseqüência, a Luftwaffe apressou o desenvolvi-mento do Bf 109 V4, enviando sua primeiras unidades para a Espanha ainda em dezembro de 1936, sendo seguidos pela primeira versão de produção em série: o Bf 109B-1 (conhecidos pelo apelido de "Berta"), que começaram a deixar as linhas de montagem em fevereiro de 1937. Os céus da Espanha provariam ser um campo de testes perfeito para se refinar o projeto do Bf 109 como um caça - bem como as táticas a serem utilizadas para maximizar seu desempenho.

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Bf 109 V4

A primeira unidade operacional na Espanha, o 2º Staffel do Jagdgruppe 88 (2./JGr88), sob comando do Ober-leutnant Günther Lützow, recebeu seus novos caças em março de 1937. Os primeiros vôos foram inicialmente marcados por acidentes, mas os pilotos rapidamente aprenderam a superar os desafios inerentes à decola-gem e pouso do novo avião, que tendia a tombar sobre sua própria asa esquerda, compensando este "defeito" com o leme traseiro - uma "excentricidade" que permaneceu até a última versão do caça. Passada a fase de adaptação, as primeiras operações foram conduzidas na localidade de Brunete em 08 de julho de 1937.

Os Bertas e seus principais rivais, o I-16, eram, a princípio, equivalentes. O 109B era mais rápido em vôo nive-lado e em mergulho, enquanto o avião soviético eram melhor em velocidade de ascensão e manobrabilidade. Em suas memórias o ás das forças republicanas Andres Garcia Lacalle comentou que o I-16 era superior ao Messerschmitt até uma altitude de 3000m, mas, a acima disso, o caça germânico era imbatível.

O Bf 109B sentiu o gosto de sangue pela primeira vez em 08 de julho de 1937, quando o Leutnant Rolf Pin-gel e o Unteroffizier Guido Höness foram creditados com duas vitórias correspondentes a um par de bom-bardeiros Tupolev SB-2. Uma série de combates se seguiram em 12 de julho, resultando no abate de dois Aero A-101´s por Höness, um SB-2 e um I-16 por Pin-gel e outros dois I-16´s pelos Feldwebels Peter Bod-dem e Adolf Buhl. Höness foi abatido e morto enquan to atacava outro SB-2 naquele mesmo dia - o primeiro de milhares de pilotos de Bf 109 que morreram em combate.

Durante a segunda Campanha de Ebro, entre julho e outubro de 1938, o Oberleutnant Werner Mölders do 3./Jgr88 desenvolveu uma das mais importantes formações de combate de caças. Ao combinar dois Rotte - a unidade básica de elementos dentro de um Staffel - para formar um time flexível e interdependente, ele criou uma formação infinitamente ofensiva e defensiva que denominou de Vierfingerschwarm ("formação de quatro dedos") ou simplesmente Schwarm. Esse conceito fundamental se tornaria a base de várias outras variações. Mölders, por sua vez, estava destinado a se tornar o maior ás da Legião Condor , com 14 vitórias confirmadas, e uma das maiores lendas da II Guerra Mundial, sendo o primeiro piloto de caça a ultrapassar a marca de 100 vitórias.

A Guerra Civil Espanhola terminaria somente em maio de 1939, com a vitória dos nacionalistas de Franco. Neste contexto, o suporte dado pelos pilotos da Legião Condor foi fundamental para seu triunfo, ao mesmo tempo que a Luftwaffe havia se tornado a Força Aérea com o maior número de pilotos com experiência em combate do mundo ao final dos anos 30. Uma diferença que seria fundamental nos primeiros anos da II Guerra Mundial.

O Bf 109G foi o mais produzido de todos os Messerschmitt, com a produção atingindo a marca de 725 por mês em julho de 1943 e o total daquele ano chegando a 6.418 aeronaves. A despeito dos ataques dos Alia-dos contra as indústrias alemãs, a produção de 109´s para 1944 alcançou o total de 14.212 aviões. Além dis-so, a Hungria e a Romênia também o produziram sob licença por algum tempo.

O Escolhido pelos Ases

Embora, por esta época, o seu tempo como um caça de primeira linha já tivesse passado, o Bf 109G permaneceria um adversário a ser respeitado até o fim do conflito, graças em parte ao seu motor DB605A e à habilidade e expertise de seus pilotos. "Gustavs" foram pilotados por todos os grandes ases das forças do Eixo, incluindo o finlandês Eino Ilmari Juutilainen (94 vitórias), o romeno Alexandru Serbanescu (45 vitórias), o croata Mato Dukovac (40), o húngaro Dezsö Szent-Györgyi (32), o eslovaco Ján Reznak (32), o búlgaro Stoyan Stoyanov (6) e o voluntário espanhol Gonzalo Hevia Alvarez Quiñones (12). Até alguns italianos obtiveram vitórias nos comandos de Bf 109G´s, sendo que o único aliado que não os utilizou foi o Japão.

À frente de todos, claro, estavam os próprios alemães. O maior ás de todos os tempos, Erich Hartmann, obteve todas as suas 352 vitórias a bordo de um Bf 109, preferindo permanecer com este aeronave até o fim da guerra em vez de familiarizar-se com modelos mais novos e avançados. Seu amigo e companheiro no JG52, Gerhard Barkhorn - o segundo maior ás da história e da Luftwaffe, com 301 abates - considerava o Bf 109F seu avião favorito, mesmo tendo pilotado o Fw 190D-9 e o jato Me 262. Günther Rall (o terceiro mais alto score, com 275 vitórias), que voou todas as variantes do Bf 109, do E ao K, embora também tenha brevemente pilotado o Fw 190D-9, simplesmente afirmou : "Eu gostava do 109 principalmente porque eu estava familiarizado com ele."

Nem todo mundo que voou o Bf 109, tornava-se um fã incondicional. Walter Nowotny, alcançou seus primeiros sucessos em um Bf 109E, mas logo passou a utilizar um Fw 190A, no qual obteve a maioria de suas 258 vitórias. Para cada piloto que preferia a familiaridade do Bf 109, havia outro que ficava mais feliz voando o Fw 190, o Me 262 ou qualquer outro aparelho.

Em meados de 1943 os Aliados estavam começando a operar caças iguais ou melhores que o Gustav: os Spitfires Mk.IX e XIV, P-51B Mustang, P-47D Thunderbolt e Yak-9D. Mas, mesmo em desvantagem, o Messerschmitt ainda podia surpreender seus adversários. Thomas L. Hayes Jr., um ás de P-51 do 357º Grupo de Caça (com oito vitórias), relembrou um mergulho atrás de um Bf 109G, até ambas as aeronaves atingirem velocidades próximas da barreira do som e o seus comandos travarem. Ambos os pilotos tomaram providências para recuperarem o controle de suas aeronaves, mas, para a surpresa de Hayes, o Bf 109 foi o primeiro a sair do mergulho e ele agradeceria que o seu adversário alemão não tenha voltado. Além disso, ele sempre lembrou que nunca viu um Bf 109 ficar sem controle em combate.

Pilotos aliados que tiveram a oportunidade de sentar no cockpit de um Bf 109 afirmaram que ele era tão estreito que ele ml podiam movimentar o manche situado entre seus joelhos.

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Já os pilotos alemães viam as coisas de um ponto de vista diferente. Fritz Stigler (28 vitórias e condecorado com a Cruz Germânica), voou caças aliados capturados e comentou: "Eu não gostava do P-47 Thunderbolt. Ele era muito grande.

O cockpit era imenso e pouco familiar. Depois de tantas horas à bordo da minúscula cabine do Bf 109, tudo parecia fora do alcance e muito distante do piloto.

Embora o P-51 fosse um ótimo avião para se voar (...) ele era um pouco desconcertante. Com todos aqueles relógios, indicadores e controles no cockpit, eu ficava surpreso que os pilotos americanos tivessem tempo de voar."

As Últimas Versões

No outono de 1944, uma série de motores DB 605 in-crementados deram ao Bf 109 um novo sopro de vida. O motor DB 605D incluía um sistema de injeção de óxi do nitroso, enquanto as variantes DB 605ASM, ASB , ASC, DB e DC possuíam as já conhecidas injeções de metanol (MW-50). O Bf 109G-10, que também eli-minou as bolhas existentes sobre a capota - para aco-modação das culatras das metralhadoras - foi o mais rápido de todos os Gustavs, com uma velocidade de 684 km/h à 7.500m de altitude. Outras inovações dos últimos Bf 109G´s (alguns G-6s, G-10s e G-14s) esta-vam na nova cauda de madeira e em uma carlinga modificada que oferecia uma melhor visibilidade ao piloto, chamada de "Capota Galland" ou "Erla".

Fontes:

http://www.clubesomnium.org/arquivos/mi ... chmitt.pdf

http://www.luftwaffe39-45.historia.nom. ... 09_dir.htm
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OraculoBR
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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por OraculoBR »

LInda pesquisa,parabéns!!

Me permita apenas acrescentar que houve muito mais 109's com o 'Erla Haube' (ou Galland Hood)...do que é divulgado. Dos Gustav-6 em diante, principalmente aeronaves de defesa do Reich grande parte foi retrofitada ou já saia de fábrica com essa peça, no entanto sem nunca se tornar padrão.
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Hartmann
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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por Hartmann »

Fantástico post, Kadu! :thumbup:
E otimamente complementado pelas informações do oraculoBR, nosso Luftwaffe "experten"... :thumbup:
Hartmann
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OraculoBR
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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por OraculoBR »

Hartmann escreveu:Fantástico post, Kadu! :thumbup:
E otimamente complementado pelas informações do oraculoBR, nosso Luftwaffe "experten"... :thumbup:
'Magina...'experten' nada...to no comecinho...ainda tem muito pra aprender e ja to com minha mira em tema mais espinhudo ainda: FAB WW2...aí é que a porquinha vai torcer o rabo!!! :lol:
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Paulão - Tchwrma
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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por Paulão - Tchwrma »

Eu nunca consegui entender a paixão de alguns modelistas pelo ME109. Foi sim, um grande caça. Eu tenho alguns kits dele pra fazer, alem de um já feito. Mas daí a ser o melhor caça da WW2 é uma viagem muito grande.

O BF109E na Batalha da Grã-Bretanha sofreu pesadas baixas nas lutas contra os Spitfires, especialmente depois da criação do MkV. Tanto que foi movido para o front russo e para África, onde enfrentaria aviões menos poderosos. No final da guerra era presa fácil dos P51 Mustangs e dos P47 Thunderbolts e dos Yak9.
Se alguem me falar que os FW190, tanto nos "A", quanto nos "D" foram caças excepcionais, eu até concordo pois eles abateram muitos caças aliados e eram consideravelmente superiores, até a chegada dos mustangs "D", com motores mais potentes e dos Hawker Tempests.

Eis um trecho de um artigo sobre o Spitfire, que ilustra o assunto:

Projetado em 1936 por Reginald Mitchell (criador, na década de 1920, do também famoso Supermarine S6), entrou em serviço em agosto de 1938, na versão Mk I. Seu nome do inglês spit (cuspir) e fire (fogo), pode ser traduzido como "cuspidor de fogo" e designa uma pessoa (especialmente mulher) de temperamento explosivo.

A fama deste caça afirmou-se com a Batalha da Inglaterra, onde a sua performace nas médias e baixas altitudes (nas quais foram travados os principais combates) superou a do então principal caça alemão, o Messerschmitt Bf 109. Embora no computo final da batalha se verifique que foram abatidos mais caças britânicos do que alemães, as perdas de aviões abatidos no total, contando-se os bombardeiros, impostas pela Royal Air Force à Luftwaffe, através dos Spitfire e Hawker Hurricane, frustrou os planos de Adolf Hitler de obrigar a Grã-Bretanha a assinar a paz segundo os seus termos.

No final de 1941, quando os nazistas já estavam focados no seu principal objetivo, a invasão da então União Soviética, foi introduzido o primeiro caça que igualava o Spitfire em performance nas baixas altitudes e o superava nas médias e altas: o alemão Focke-Wulf Fw 190. Por esta época o Spitfire mk. V começou a ser produzido sob licença tanto nos Estados Unidos da América quanto na União Soviética. No segundo trimestre de 1942, em combates aéreos sobre Papua-Nova Guiné e o norte da Austrália, constatou-se que este caça também estava superado pelo Mitsubishi A6M Zero japonês. A resposta da RAF foi o desenvolvimento versões mais potentes e consequentemente mais pesadas, depois do Spitfire Mk. V, foi produzido em grande escala o Spitifire Mk IX, que era comparável ao Fw-190.

Ao longo de 1943 e no início de 1944, foi gradualmente substituído por outras aeronaves de caça com maior autonomia de vôo, como o estadunidense Republic P-47 Thunderbolt, o russo Yakovlev Yak-9 e principalmente o anglo-americano P-51 Mustang, em operações de ataque ar-terra, tanto pelo já citado P-47 quanto pelo seu conterrâneo Hawker Tempest, isso devido a mudança do curso da guerra que exigia dos caças maior raio de ação, diferente do padrão dos caças europeus da época, porem assim como o Messerschmitt Bf 109, o Spitifire foi usado como caça multi-funções. Nos primeiros meses de 44 o Spitfire Mk. XIV viria a se tornar o caça mais veloz do mundo, com uma velocidade máxima de 720 Km/h. Isso representava 30 Km/h a mais do que o Focke-Wulf Fw 190D-9 (ultima versão do FW 190), e ainda subia mais rápido do que qualquer caça anterior. O spitifire também era o principal caça usado pelos aliados na função de espionagem. Ele foi foi produzido aprimorado antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial.


Fonte:Wikipédia.

Não tive a intenção de polemizar, mas apenas de esclarecer essa "coisa" de endeusar o mini-caça do Sr. Willi Messerchmitt, que na minha opinião, foi um grande caça, mas apenas isso.
abraços,
Paulão.
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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por Marushio »

Muito interessante a pesquisa. parabéns :D

Paulão, não percebi nada de mais na explanação, o Kadu colocou como "um dos que se destacaram", isso foi mesmo. até o P51, claro. Brinks :lol:

deixa o tópico do brother fazer sucesso :lol: :rir_muito:

Só piada Paulão, fica relax :D
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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por Paulão - Tchwrma »

Marushio escreveu:Muito interessante a pesquisa. parabéns :D

Paulão, não percebi nada de mais na explanação, o Kadu colocou como "um dos que se destacaram", isso foi mesmo. até o P51, claro. Brinks :lol:

deixa o tópico do brother fazer sucesso :lol: :rir_muito:

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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por Hartmann »

Na verdade, nesta questão de caças serem melhores do que outros cabe uma variável que sempre precisa ser considerada: o piloto.
O post do Kadu deixa claro que os pilotos alemães que preferiam o Me109 por serem íntimos dele. E, num combate aéreo, leva vantagem o piloto que conhece melhor seu equipamento, sabendo maximizar suas virtudes e minimizar seus defeitos ou limitações. As declarações dos pilotos alemães considerando o P-47 enorme e com tudo "fora de alcance" e o cockpit do P-51 "desconcertante" (ou desconcetrante) pelo excesso de mostradores e painéis, quando comparado ao do Emil demonstram isso. O Emil era pequeno e acredito que os pilotos deviam sentir como se "vestissem" o caça ao entrar nele. Os pilotos alemães que o adoravam não se sentiram tão à vontade mesmo voando o FW190 ou o Me262, mesmo esses tendo desempenho superior.
No livro biográfico do Chuck Yeager é descrito um episódio onde ele desafia um piloto que disse que o MiG 15 era muito superior ao F-86 a voar contra ele em um MiG 15 capturado. Eles decolaram, chegaram em altitude e logo após o merge, Yeager manobrou e colou à seis horas do outro piloto, de onde não saiu mais. Depois, ambos pousaram e trocaram de aviões. Foi a vez de Yeager fazer o mesmo que antes e colar na cauda do F-86, mas usando o MiG.
No livro Senta a Pua, do Ruy Moreira Lima, ele descreve um episódio similar ocorrido na Base do 1º GAv Ca em Pisa, quando começou uma das intermináveis discussões entre pilotos de P-47 e de P-51 entre os brasileiros e pilotos de uma esquadrilha de Mustangs da USAAF que passavam pela base. Um dos pilotos brasileiros, não aguentando mais o lero-lero, desafiou o líder da esquadrilha de P-51 a um dogfight. Os dois decolaram em seus aviões e o brasileiro colou na cauda do P-51, dando um couro no piloto americano.
Então, é questão de lembrar, ainda, que apenas 100 dos maiores pilotos da Luftwaffe com mais de 100 abates, derrubaram mais de 2.500 aviões aliados, uma média de 255 por piloto. Boa parte desses pilotos incluindo os dois maiores - Erich Hartmann e Gerhard Barkhorn – voaram o Emil. MAs esses homens voaram muito mais do que os pilotos aliados, sendo que boa parte deles voaram até serem abatidos ou a guerra acabar, o que não acontecia com os aliados, que eram substituídos após seus turnos. Isso também fazia diferença.
Como faria diferença se os pilotos da FAB tivessem ainda se encontrado com seus equivalentes da Luftwaffe, pois os brasileiros tinham muito mais experiência e horas de voo do que o piloto de caça americano médio. Se tivessem se encontrado com a Luftwaffe, tenho certeza que e média de abates do brasileros teria sido superior a dos americanos, como foram os resultados das missões de ataque, o que valeu ao 1º GAvCa a Comenda Presidential Unit Citation (Comenda PUC).
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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por OraculoBR »

Discussão de altíssimo nível, parabéns a todos. :clap: :clap: :clap: :clap:
Só para me posicionar...sou estudioso da Luftwaffe e entusiasta do Bf 109 ( prefiro o Emile :twisted: ...), além de procurar sempre preservar e pesquisar sobre o 1ºGAvCA na Itália-WW2...inclusive a Dona Orácula Jaguatirica é "Jambock Honorária", tendo recebido a honraria das mãos do Ruy Barbosa Moreira Lima num almoço dos Veteranos no RJ.
Voltando ao tópico:
Concordo totalmente com nosso Amigo acima quanto aos pilotos Luftwaffe e o Bf109.
Da mesma forma que Russos, Japoneses e Italianos os Germânicos voavam até serem abatidos, o que por um lado deixava sempre as melhores tripulações na linha de frente e por outro lado matava a qualidade do recompletamento. Perfeito para guerra de curta duração, péssimo para uma longa guerra de atrito.

Quanto ao embate do Brasileiro com os P51...o fato na verdade foi mais assim: o Tormim (com o D6, da Green Flight) estava se preparando para uma missão simples (acho que era checagem de motor) quando um elemento de p51 passou razante na base, em clara provocação.
Tormim solicitou liberação da torre no que foi atendido (com um "boa caçada, Jambock!!") e numa batalha épica 'abateu' os dois Mustangs. Houve um 'acareamento' dos pilotos na presença do Nero Moura em que os Americanos louvaram a habilidade do brasileiro e Tormim agradeceu comentando que ele nem era dos melhores, que havia pilotos com mais experiência e eficiência que ele...silêncio na sala... :lol:
e pra fechar...lembro que ao ser perguntado quem era o melhor de todos o cavalheiresco Erick Hartmann fulminou: Marseille. :saudacao:

Abraços a todos.
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Re: Me 109 - O escolhido pelos ases

Mensagem por OraculoBR »

Quanto ao excelente comentário do Amigo 'Paulão - Tchwrma':

Concordo plenamente em não endeusar o Bf 109. Nem ele nem nenhum outro caça.
Acredito que todos foram bons caças, com seus pontos altos e baixos e na maioria das vezes o piloto e/ou a doutrina da Força Aérea é que fazia a diferença.
Dependendo da versão, da época e do teatro de operações o 109 era superior ou inferior aos caças aliados. Teve de tudo na WW2.
Caso semelhante é o Zero...mas aí é outra história.

O que eu vejo depois de tantos anos de pesquisa é que tem muita coisa mal escrita sobre as aeronaves aliadas no WW2, por todos os motivos do mundo, daí dá também uma confusão enorme sobre os temas correlatos, donde eu fico sempre baixando ou comprando mais um livro ou documentário sobre tal e qual assunto. Dona Orácula nem sem preocupa mais, só dá de ombros e boa... :D

Uma última série que eu consegui ler e achei muito correta foi dos relatos de pilotos finlandeses que voaram algumas versões do 109G, depois de operar por algum tempo com caças franceses e americanos. Excelente de se ler pela perspectiva que esses pilotos tiveram...tive a impressão de que os finlandeses aprenderam a tirar mais desempenho do 109 do que os próprios germânicos. :lol:

Se vcs quiserem eu vou pesquisar e posto aqui o link para vcs lerem. Para quem gosta é um prato cheio!

abraços!
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