Modelo finalizado.
O review do kit pode ser visto em:
Review - F9F-3 Panther - Trumpeter - 1/48
Depois de comprar este kit há dois meses, finalmente inicio este projeto. Este é meu segundo modelo, e dependendo dos acontecimentos terei um compressor até a fase de pintura. Qualquer coisa, vou estar no GT 12,5...
O F9F Panther foi o primeiro avião a jato da Grumman, e um dos mais importantes da marinha norte americana, com uma produção total de 1.382 unidades.
Histórico
Seu desenvolvimento iniciou-se próximo ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando ocorria uma transição de aviões de hélice de alto desempenho para motores a jato. Cientistas britânicos e alemães pesquisavam motores a jato desde 1930, enquanto que os americanos estavam mais interessados em “melhorar o que já existiaâ€, de forma que os Estados Unidos ficaram um pouco atrasados neste assunto. Apenas em meados de 1941 que alguns testes foram iniciados, baseados nos motores britânicos. Nesta época, protótipos a jato eram inferiores aos modelos a pistão, sendo derrotados em todos os combates simulados, além de terem menor alcance, velocidade e estabilidade.
Enquanto a Força Aérea se interessava por essa nova tecnologia, a Marinha demorou mais para aderir a esta nova ideia, pois a operação de aviões a jato em porta-aviões era complicada, já que os primeiros modelos consumiam muito combustível, e este “adicional†custaria muito espaço, e ainda existia o problema de maiores distâncias para decolagem e pouso.
Nesta época existiram modelos “híbridos†(composite design) que combinavam os dois sistemas de propulsão, como o FR-1 Fireball, que foi utilizado entre 1944 e 1947. A ideia era utilizar o motor a pistão para pousos e decolagens, e o jato para combates. O contrato inicial do Fireball previa 600 unidades, mas apenas 66 foram construídas.
FR-1 Fireball
Vários modelos foram construídos após esse período, utilizando a partir de agora apenas o motor a jato.
Da frente para o fundo: Vought F7U Cutlass, McDonnell F2H-1 Banshee, Grumman F9F-2 Panther e Vought F6U Pirate
Em 1945, a Navy procurava um caça noturno, e as duas propostas selecionadas foram o F3D Skynight, da Douglas; e o XF9F-1, da Grumman.
F3D Skynight
Modelo de madeira do XF9F-1
O XF9F-1 foi projetado com dois assentos e quatro motores, já que a potência dos primeiros jatos era baixa.
Algum tempo depois foi cancelada a produção deste protótipo, sendo que a Grumman deveria projetar uma segunda versão, utilizando motores mais avançados, e com apenas um assento. Quatro designs foram apresentados: dois híbridos (pistão + jato) (que realmente nunca foram levados a sério); e dois a jato, sendo que o último modelo destes quatro foi o escolhido pela Marinha em junho de 1946. Apesar de não possuir muita similaridade com o XF9F-1, ele foi denominado como XF9F-2, e a Grumman, seguindo a tradição de nomes “felinosâ€, o chamou de Panther.
Equipe de design da Grumman, com o design escolhido, praticamente com a forma definitiva do Panther
Protótipos XF9F-2
O primeiro protótipo voou em 21 de novembro de 1947, mas não possuía os futuros canhões no nariz nem assento ejetável. Devido ao pouco alcance foram instalados tanques fixos nas pontas das asas do Panther, aumentando em 35% sua capacidade, o que acidentalmente melhorou sua velocidade de rolamento. Estes tanques possuíam uma válvula que poderia esvazia-los em 40 segundos. Isto foi demostrando em uma apresentação onde estavam presentes membros do Blue Angels, e esta foi a primeira ideia de usar fumaça em seus shows, segundo a “lendaâ€.
Válvula aberta dos tanques
Corwin “Corky†Meyer, o mais importante piloto de testes do Panther
Linha de produção do F9F-2 (1949)
Entrando em serviço em 1949, o Panther logo participou de combates na Coreia do Norte. Em 3 de julho, ele abateu um Yakovlev Yak-9 próximo à Pyongyang (a capital do país), sendo a primeira vitória aérea do Panther, que participou de inúmeras missões neste conflito. Enquanto os americanos enfrentavam aeronaves a pistão (e pilotadas por pilotos norte-coreanos inexperientes), a vantagem era enorme, mas a entrada dos Mig-15 alterou a dinâmica do conflito, sendo que alguns deles eram pilotados por chineses e russos.
Yakovlev Yak-9
Como o Mig-15 superava os Panther e Banshee, introduziu-se o mais rápido possível os novos F-86 Sabre, com a intenção de recuperar a superioridade aérea.
Em 9 de novembro de 1950, o tenente Tom Amen abateu um MiG 15, sendo a primeira vitória em um “combate à jato†dos EUA. Assim como já ocorria anteriormente, os pilotos norte-coreanos não possuíam experiência, do caso contrário, os combates seriam muito mais equilibrados.
Tom Amen
Com a chegada do F-86 Sabre à Coreia, o Panther começou a ser usado principalmente como bombardeiro, e a Marinha modificou diversos Panther para F9F-2B, com quatro suportes em cada asa, podendo carregar bombas de 250 e 1000 libras ou foguetes HVAR (high velocity airborne/aerial rocket). Após um período, todos os F9F-2 saíam de fábrica com estes suportes, e então a nomenclatura “B†foi suprimida. O HVAR foi desenvolvido na Segunda Guerra Mundial, então foi necessário realizar algumas modificações para adequá-los aos jatos, já que os modelos originais eram danificados devido à alta velocidade das novas aeronaves (com uma taxa de 5% de falhas).
F9F-2B BuNo.123649 A110 of VF-721 flown by Lt Theodore Nielson, USS Boxer, 19 June, 1950
Outra variação introduzida na Guerra da Coreia foi o F9F-2P, exclusivo para reconhecimento fotográfico e sem nenhum tipo de armamento. A ideia inicial era utilizar o F2H Banshee, mas eles não estavam completamente desenvolvidos, e então algumas unidades do F9F-2 foram convertidas rapidamente para estes propósitos, retirando os canhões e os radares, instalando diversas câmeras no nariz. Com esta mudança de equipamentos foi necessário adicionar um lastro de aproximadamente 60 kg para manter o centro de gravidade original.
F9F-2P BuNo.123708 PP70 'Peepin Tom' of VC-61 Det D flown by LtCdr Gary C. Young, USS Antietam, 1952
Um total de 566 F9F-2 foram produzidos.
O F9F-3 foi uma nova variante propulsionada por um Allison J33, já que o J42 não atingiu novos patamares de desempenho, mas foram produzidas apenas 54 unidades desta versão.
F9F-3 BuNo.122575 S103 of VF-51 flown by Lt M. P. South, USS Valley Forge, 16 July, 1950
Estas últimas ilustrações podem ser acessadas em:
http://www.markstyling.com/F9F.02.htm
Em 1949, a Grumman separou duas unidades de sua linha de produção, transformando-as em XF9F-4 e XF9F-5, voando no início de 1950. Externamente, estes protótipos diferiam dos primeiros Panther apenas por sua fuselagem mais longa (adição de 50 centímetros), o que aumentou a capacidade para combustível em quase 10%. Além disso, as asas dos novos protótipos teve sua espessura reduzida, melhorando sua velocidade e o desempenho em mergulhos.
F9F-5 BuNo.126034 D109 of VF-781 flown by Lt. Joseph J. MacBrien, USS Oriskany, 15 November, 1952
O F9F-4 utilizava o motor Allison J33-A-16, que não apresentava um desempenho satisfatório, sendo substituído pelo Pratt & Whitney J48-P-6, que equipava o F9F-5. Assim, pode-se dizer que a variante -4 foi convertida para a -5. Foram produzidos 109 -4, e 616 -5, o que corresponde a quase metade da produção total do Panther. 36 unidades deste modelo foram convertidas para reconhecimento, o F9F-5P.
F9F-5P
Como a tecnologia do jato avançava rápido, o F9F começou a ser substituído a partir de 1955, sendo usado depois dessa época em esquadrões de reserva e aviões de treinamento. Em 1958, 24 unidades foram vendidas para a Argentina, que permaneceram em serviço até 1969, mas as catapultas do único porta-aviões, ARA Independencia, não eram poderosas o suficiente para lançar os Panther, então eles eram baseados em terra.
Ainda no começo do desenvolvimento do Panther, sua velocidade era uma preocupação, até que o confronto com MiG-15 na Coreia acelerou este desenvolvimento, e o F9F Cougar surgiu, com suas asas enflechadas (swept wing), voando em setembro de 1951. Como ele é derivado do Panther, sua numeração inicia-se em F9F-6. A última versão produzida, F9F-8, atingia 714 mph (1150 km/h), e superava a velocidade do som em mergulhos.