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[Concluído]  Hawker Hurricane MkI - HobbyBoss - 1/72

Moderador: Moderadores GT

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ES1
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Hawker Hurricane MkI - HobbyBoss - 1/72

Mensagem por ES1 »

F.7/30. Essa é a solicitação feita pelo Ministério do Ar inglês para um caça monoplano e monoposto que deveria reequipar a RAF, substituindo os já obsoletos(mas ainda numerosos e confiáveis) biplanos.
De um lado, a Supermarine inovava com um avião totalmente metálico e em estrutura monocoque. A Hawker recorreu a Sydney Camm para a resposta ao Spit. Camm debruçou-se no requerimento da RAF e viu que ele não incitava nenhuma sofisticação ou evolução tecnológica, então arriscou-se com uma já antiga combinação de metal e tela no revestimento de seu protótipo.
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Assim, em 6-11-1935, o protótipo do que seria o Hurricane voou pela primeira vez, partindo do aeródromo de Brooklands. Sob o capô havia um R&R Merlin C de 1025HP. Com o Capitão Bulman aos controles, o aparelho(K5083) alcançou 507km/h@4575m com uma antiquada hélice Watts bipá de passo fixo.
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Inicialmente voado pelos 111., 3. e 51.Sqns, o aparelho recebeu alguns aperfeiçoamentos devido aos vôos de teste da série inicial, especialmente no tocante à recuperação de parafusos: já com a encomenda de 600 "Hurries", o cronograma sofreu um atraso, pois muitas modificações deveriam ser feitas como a substituição dos Merlin C pelos Merlin II, além da adição das 8 Brownings .303 de alimentação fitada, da quilha abaixo do leme e a bequilha fixa(removendo a possibilidade de escamoteamento).
Antes do estouro da guerra, o Hawker ainda conseguiria ter uma útima grande melhoria: com o advento do R&R Merlin III L12, o avião abandonou as hélices de passo fixo bipás e se entregou às famosas tripás(inicialmente da De Havilland com duas posições), sendo, finalmente substituídas pelas Rotol de velocidade constante, que elevaram bastante a velocidade ascencional. Por fim, novas asas metálicas foram recebidas em 1939.
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Em primeiro plano, um Hurry mod.1939(spinner arredondado, hélice tripá Rotol). Logo em seguida, um Hawker do ano anterior, com spinner mais pontudo e hélice tripá De Havilland).

Combate!
Com o estouro da guerra, inicialmente os Hurricanes eram os únicos aviões em quantidade que podiam defender as ilhas britânicas dos 109 de Hitler. Inicialmente suportando a fúria da Luftwaffe contra os Países Baixos e a França, infelizmente eles não puderam frear a ofensiva nazista, ainda que tivessem servido bem junto de seus irmãos belgas.
Já em 1940, quando do irrompimento da Batalha da Grã-Bretanha, tudo favorecia os Hawker: quantidade, apoio logístico, rede de radares, proximidade das bases e vontade. Sim, muita vontade de defender as ilhas de Sua Majestade contra o agressor. Mesmo assim, eles teriam pela frente, aviões tão ou mais modernos que os seus, com ases(muitos deles múltiplos) aos controles.
Sabidamente mais lento que os Emil e Fritz, o Hurricane possuía excepcional manobrabilidade, era estável e robusto, o que o fazia a arma essencial para parar os bombardeiros Heinkel e Junkers. Mesmo assim, era uma ameaça para um piloto de Messerschmitt que o subestimasse. Seja como for, mesmo com seu emprego extremamente difundido, não logrou ter o mesmo reconhecimento que o Spitfire, mesmo que ele atuasse em números bem inferiores aos do caça da Hawker.
Quando a ofensiva alemã fora terminada, os Hurricanes já tinham sofrido seu primeiro upgrade de combate(Hurricane MK IIAS1): ao Rolls Royce Merlin foi adicionado um turbo de 2 estágios, o que jogou a potência para quase 1200HP e fez com que o nariz fosse alongado.
À época da Batalha da França, havia a idéia de se mandar os caças ingleses através do Mediterrâneo, até o Oriente Médio. Para tal, surgiu o MkIIA S2 com uma nova asa universal e capacidade de uso de tanques sub-alares.
Após a queda da França, esses tanques perderam função e a asas foi readaptada para carregar bombas de 113kg. Nascia assim o Hurribomber(nome de batismo oficial: Hawker Hurricane MkII B) que começou a ser usado para fustigar alvos no continente alemão.
Tirando as 8 Brownings e enfiando 4 canhões Oerlikon/Hispano de 20mm, o Hurricane evoluía para o MkII C. Mesmo com esse armamento pesado, no ocidente, essa variante não teve tanto sucesso(talvez, também, pela redução da escala de uso, em favor dos Spitfires). Ainda assim, o MkIIB e C cumpriram seu trabalho pela Europa, África, Ásia e URSS.
O penúltimo Hurricane de terra foi o MkIID, que era, literalmente, um destruidor de qualquer coisa: ele era equipado com um canhão Rolls-Royce/Vickers de 40mm(vamos lembrar que o Ju87G tinha armas de 37mm, assim como o Il2)!!! Voar com ele, era se equilibrar no fio da navalha, pois o coice do 40mm literalmente parava o avião. Para tentar compensar, o MkIID vinha com o Merlin XX e um filtro Voke(unidades para a Ásia e Mediterrâneo), pra manter o 12 em linha com o máximo de potência disponível sempre.
A variante MkIII só ficou no papel. Ela viria com o motor Merlin 28, feito pela Packard.
O último Hurri de solo, foi o Mk.IV/MkIIE. Com motor Merlin ainda mais potente(1280HP), recebeu uma nova asa universal, estendento o leque de armas para armas antitanque, bombas e foguetes.

No mar

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http://ww2today.com/wp-content/uploads/2011/08/CAM-ship-with-Hurricat-on-launcher.jpg
Com a perda da França, os alemães ganhariam um ponto invejável de lançamento das operações contra a navegação aliada. Para defender os navios, logo os ingleses usavam os Hawker II B e C de catapultas montadas em cargueiros: era uma missão só de ida: após ser lançado, o avião não tinha onde ou como pousar no oceano, obrigando o piloto a saltar e ser resgatado pelo comboio. Os Hurricanes usados com esse fim eram chamados de Hurricats.

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http://www.ne.jp/asahi/airplane/museum/cl-pln4/images6/25HURRICANE.JPG
Quando a Grã-Bretanha dotou a Royal Navy de porta-aviões mais modernos, alguns Hurricanes foram convertidos para Sea Hurricanes MkIB, mas a primeira versão 100% voltada ao uso naval, foi o SH Mk.IIC(motor Merlin XX, 4 canhões Oerlikon/Hispano, gancho de pouso, presilha pra catapulta, rádio especial e ganchos externos para armas). Só em fins de 1942, que os SH sairiam de cena para a entrada dos Supermarine Seafires.
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Mesmo saindo da linha de frente da RAF européia, ele continuou a operar como avião de calibração de radares, vôo metereológico e de treino. Já na África e Ásia, o Hurricane lutou bravamente até o fim da guerra e permanece em vôo até hoje.

Conversões
Como um avião confiável e disponível em grandes números, os Hawker foram modificados para levar a cabo experiências bem inusitadas e legais:
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Hillson Bi-mono: A asa superior era ejetável e dava mais autonomia.

Não achei fotos, mas havia estudos de colocar os Hurricanes rebocados por Lancasters e carregados no dorso dos B24.

PS: nem falarei dos Hurricanes fabricados no Canadá, senão não começo a montar tão cedo...rs
Editado pela última vez por Lessa em 20 Dez 2013, 14:12, em um total de 3 vezes.
Razão: Título ajustado.
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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por Thiago »

Muito bom!!! Acompanhando de Perto!!!! :D
Thiago Vergani

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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por magnetorj »

tamo junto capixaba :lol: :lol: :lol: :lol:
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Della Coletta
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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por Della Coletta »

Com certeza, acompanhando!

Abraços,
Gustavo COLETTA
INICIANTE antigo no hobby!!! :rolando:
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ES1
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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por ES1 »

Amigos improváveis.

Não há forma melhor de começar esse post(um dos últimos da parte que concerne Leningrado e o AG Nord). Com a Inglaterra sozinha na Europa Ocidental e África, e a URSS sozinha na Europa Oriental e Ártico, mesmo a contragosto, Churchill teve de se aliar com o seu mais temido inimigo ideológico pré-Guerra: Iósif Stalin. Juntos, os dois países poderiam se ajudar muito mais que se empreendessem a guerra contra o Eixo sozinhos. Assim, um memorando de intenções e cooperação logístico-militar foi assinado. Como sinal de boa fé, logo a Grã-Bretanha mandaria comboios que usariam duas rotas distintas: Grã-Bretanha-Mar do Norte-Estreito da Groenlândia-Noruega-URSS e Egito-Suez-Iraque-Mar Negro-URSS.
Por esses caminhos, os países trocavam armamentos, pessoal, unidades e matérias-primas. Talvez o mais importante da união entre essas antagônicas nações seria um bem não-palpável, mas muito mais vaioso que ouro e muito mais letal que uma bala: informação. Especialmente quando os britânicos tivessem quebrado o código da máquina Enigma. Mas vamos voltar ao que interessa.

RAF e RN à caminho da URSS

O Encontro de Moscou seria a primeira reunião onde seriam estabelecidas as parcerias definitivas. Os russos pediram os novos Spitfires ingleses, bem como 30 divisões de combate. Claro que, em 1941, os inglerses não podiam se dar ao luxo de dispor tanto material humano, já que eles estavam lutando pela defesa das ilhas, do Norte da África, Estreito de Gibraltar, Malta, Oriente Médio e Sudeste Asiático. Isso sem contar outras colônias e áreas onde os ingleses mantinham vigilância, como o Atlântico Sul. Os Spitfires também não tinham como ser enviados pois eles mesmos não estavam prontos para serem totalmente efetivados na própria RAF. Assim sendo, os britânicos enviaram uma força expedicionária para as terras soviéticas, mais precisamente, para defender Leningrado, Murmansk e Arkhangelsk de alemães e finlandeses.
Assim, foi acordado também(para contragosto dos russos) que seriam enviados caças Hawker Hurricane(que estavam sendo desativados da RAF), Tomahawks IIB e alguns P39. Só mais tarde, os russos receberiam mil Spitfires(que não fizeram sucesso entre os pilotos do leste, no fim das contas). Fora isso, seriam enviados vagões, locomotivas, tanques, etc...
Mas, novamente, era outubro de 1941 e a Conferência de Moscou terminou com um acordo de envio de 200 aviões até abril do ano seguinte. Seria errado dizer que os britânicos não estavam já ajudando os russos desde antes...
Em julho de 1941, a Benedict Force foi estabelecida. Ela compreendia o 81.Sqn(formado do núcleo do 504.Sqn, sob o comando do Sqn. Leader Tony Rook) e todo o pessoal de apoio. Ao final do mês, o 134.Sqn foi reativado e reequipado(17.Sqn; Sqn. Tony Miller). Uma vez totamente operacionais, ambos times foram amalgamados á 151.Wing. Por um período, os membros da RAF não sabiam para onde seriam embarcados. Muitos acreditavam que iriam para o deserto, dada das roupas tropicais que lhes foram passadas. Mas, logo, eles foram informados de seu destino real e embarcaram para a gélida Murmansk.
Apesar de as ordens da 151ª Ala ser de estabelecer-se operacionalmente e dar prontidão a combate a priori, suas ordens iam bem mais além: os dois esquadrões ficariam sob comando da VVS-MF(sob a batuta do Alte. Kuznetsov) e sua missão seria defender o porto de Murmansk, bem como fazer missões de combate a proveito dos soviéticos.
Embarcando em Liverpool, os ingleses foram para Scapa Flow, Hvalsfjord e, só então, para Arkhangelsk(o limite norte das forças de Hitler, no papel, após a Barbarossa).
O PQ1(nome do comboio) chegou incólume à Rússia. Logo, os aviões eram descarregados e separados: os Hawker foram enviados para Keg Ostrov e os Tomahawks seguiram para Yagodnik.
Quando os aviões foram desempacotados, o primeiro problema surgiu: onde estão as ferramentas para montagem? Alguém colocou as ferramentas no fundo do porão de carga, assim só depois que tudo fosse tirado, que as ferramentas poderiam ser pegas. Mas como não há tempo, teve de se fazer uma improvisação.
Em 4 de setembro, o pessoal da RAF estava no solo pronto para a tarefa hercúlea: montar 15 Hurricanes(sem as ferramentas) em 9 dias!
No dia seguinte, mais um problema: não havia guindaste para levantar os Hurricanes e destravar os trens de pouso(o que só podia ser feito com o avião içado, por baixo). A solução veio com 3 guindastes de 3t que os russos pegaram para a tarefa.
No dia 7, mais um contratempo: não havia uma chave inglesa para se remontar certas partes dos aviões. Os russos pegaram as especificações e as levaram a um torneiro mecânico que as fabricou, dando prosseguimento ao trabalho febril de se pôr os aviões em condições de voar.
No dia 9, finalmente uma boa parte estava pronta, quando se fez um vôo de reconhecimento de área e uma cerimônia de entrega dos 3 primeiros caças, diante de autoridades russas e britânicas.
Logo os festejos terminaram e os aviões foram postos à prova: inicialmente eles voariam a rota dos cargueiros que faziam a linha PQ/QP(Grã-Bretanha/URSS e a volta, respectivamente).
Mas a entrega dos demais caças seria bem mais emocionante...

O HMS Argus e seus Hurricanes

Os demais caças foram embarcados nos porões do navio-aeródromo Argus. A operação de remontagem foi feita sem maiores problemas, mas a decolagem assustava a todos: a pista móvel de algumas dezenas de metros balançando, com apenas uma rampa de madeira improvisada não animava nenhum piloto de Hurricane(afinal ele era mais pesado que um Martlett que operava normalmente no convoo e era feito para isso).
Às 7:00, o primeiro caça decolou(SL Miller) dando susto em todos: na rampa, o avião derrapou e desceu muito, quase chocando-se com a água.
Preciso dizer como ficou o segundo piloto da fila?
Mas, trabalho é trabalho, e ele empurrou o manete do Hurricane o máximo que pôde, fazendo o motor R&R Merlin urrar, como se quisesse se desprender do chão. Quando tocou a rampa, o impacto foi forte demais e a perna de um dos trens empenou, inviabilizando seu recolhimento em voo. O mesmo aconteceu com o 3º avião a decolar. Os demais não tiveram um voo tão emocionante. O máximo que houve foi o fato de as bússolas do Hurricane não funcionarem por estarem perto do pólo sul magnético da Terra. Para resolver esse insignificante problema, um contratorpedeiro foi usado como balizador, o que não seria má idéia, se as nuvens não estivessem tão espessas e baixas. Mesmo com a apreensão de todos, os caças acharam o rumo para o aeródromo de Vaenga, nos arredores de Murmansk.

O dia-a-dia na Rússia

A primeira visão que os ingleses tiveram dos russos, foi de sua enorme hospitalidade quando o Alte. Kuznetsov, em pessoa, preparou uma festa de boas vindas junto a pilotos soviéticos veteranos (alguns poucos rumando para as 15 vitórias aéreas para ganhar a estrela de ouro). Os ingleses notaram a grande quantidade de assentos vazios e de torradas dispostas sobre copos de vodka, indicando o custo que seus colegas de armas estavam pagando àquela altura.
A vingança logo viria.
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Pilotos da RAF na Rússia. O marcador à esquerda mostra os aviões que estão prontos para voar através das letras individuais.

Assim que os aviões receberam suas numerações(mas mantiveram outros códigos da RAF), mas as letras individuais foram mantidas para que se mantivesse um nível de entendimento entre as partes.
Em pouco tempo, as duas alas dos dois esquadrões faziam vôos de reconhecimento na área de combate, sendo conduzidas por um piloto de Polikarpov I16.
No primeiro vôo, 2 Hurricanes sofreram um apagão no vôo. Logo descobriram a causa: combustível de baixa octanagem.
Mas isso não impediu o primeiro contato com o inimigo em 12 de setembro. Voando em patrulha, dois Hurricanes identificaram um avião bimotor. Como não sabia se era um Bf110 ou um Pe2, eles desceram um pouco e identificaram a cruz negra e as pontas amarelas das asas: um caça pesado Bf110(provavelmente em reconhecimento armado) estava vindo cara-a-cara com os caças ingleses!
O dogfight começou e em poucos minutos os 3 aviões voavam à altura da copa das árvores: um dos Hurricanes acertou diversos disparos nas asas do Messerschmitt, mas não foram suficientes para derrubá-lo. O Bf110 do I(Z)JG77 abriu fogo de defesa com a MG15 traseira, afastando os monomotores. Depois de um tempo, a perseguição cessou num frustrante 0 a 0.
O dia 12 não tinha, no entanto acabado para a caça inglesa.
Durante o almoço, o alarme da base soou e os 6 Hurricanes prepararam-se para decolar. Havia rumores de inimigos em Petsamo e os pilotos deveriam voar baixo e procurar as nuvens pretas da AAe soviética. Com uma falha no motor, só 5 dos 6 aviões decolaram. Voando à baixa altitude, logo os caçadores divisaram as traçantes vindas do chão. Concentrando mais a visão, viram 6 pontos negros: eram 5 Bf109E do JG77 e 1 Hs126 do 1(H)32. No combate que se seguiu, 3 Bf109 foram derrubados e o Hs126 também. Ainda há relatos conflitantes sobre as perdas desse combate: os alemães alegam ter perdido só 2 Bf109E. A primeira perda por parte dos ingleses foi nesse combate: Sgt N. Smith teve seu avião atingido e não conseguiu saltar do avião, pois um dos tiros travou a abertura da capota. Ele viria a falecer dos ferimentos recebidos ap~´os a tentativa frustrada de fazer um pouso de barriga.
No dia 17, a RAF recebeu a incumbência de proteger os bombardeiros russos, que estavam voltando de uma missão. Logo que chegaram, os alemães apareceram: 2 Me109 surgiram e fizeram um passe de metralhamento nos bombardeiros(ineficaz). POuco depois, posicionando-se atras de um dos aviões inimigos, os aviões do SL Rook(BD792)/Sgt Sims(Z522)e Sgt Anson(Z5207) atingiram em algum momento o reservatório de glicol(usado para resfriar o motor do caça alemão). Em poucos minutos o 109 largou o combate, mas era muito tarde: o DB601 superaqueceu e inflamou o combustível, fazendo com que a aeronave fosse diretamente ao chão, explodindo às margens de um lago.
Enquanto isso, o Hurricane do F/Sgt C Haw (Z5208) caçou sozinho o outro avião. posicionado às 6h, o Hawker começou a despedaçar a aeronave da Luftwaffe até que ela começasse a lançar fumaça...Não contente, Haw abriu uma segunda rajada que arrancou algumas peças da cauda de seu inimigo. Abruptamente, então, ele vira a aeronave da cruz negra mergulhar para seu fim, enquanto seu pioto pulava. Minutos depois, patrulhas soviéticas o capturaram.
O último momento de perigo pra os bombardeiros foi quando outro Bf109 apareceu, mas logo foi repelido e derrubado, chocando-se contra uma montanha.
Até dia 24 de setembro, nenhuma operação nova seria lançada, principalmente, devido ao mau tempo.
Para quebrar o clima de animosidade, os ingleses dera um Hurricane de presente para o Alte. Kuznetsov a fim de que usasse como avião pessoal. Não se enganem: apesar de ser almirante, Kuznetsov tinha bem mais de mil horas de vôo de experiência!
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"01" de Kuznetsov. Dá pra notar que as marcas da RAF não foram completamente removidas.

Dia 26 também não foi um dia para os alemães que bateram de frente com o 81.Sqn: dois caças foram perdidos ao tentarem destruir uma formação de bombardeiros, escoltadas pelos ingleses. O pessoal do 134.Sqn, apesar de fazer missões normais, com seus colegas do 81. tinham de se ater a dar aulas sobre os Hurricanes aos russos. Mas no dia seguinte, ambos os esquadrões podiam relaxar, quando voaram e puderam mandar mais 2 Bf109E para o chão. Nem sou de alegrias foi o dia 27, contudo: como os Hurricanes tinham propensão de quebrar as pás e/ou embicar durante o táxi, era prática, os pilotos da RAF terem dois tripulantes de terra fazendo contrapeso, deitados sobre os elevadores do avião até que ele se alinhasse para decolar. O problema é que o piloto da RAF F/Lt Berg (BD825) simplesmente decolou com os dois "contrapesos"! Os expectadores no solo viram, aterrorizados, o monomotor estolar e cair, pouco depois de levantar vôo. Os dois russos morreram e o piloto teve ferimentos tão sérios que precisou de 2 anos para voltar à ativa.
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O avião envolvido na tragédia de 27/9/41. Notam-se as marcações mescladas: o número branco(russo) e todas as demais marcas inglesas originais(só seriam removidas quando os aviões fossem oficialmente repassados aos soviéticos). Em primeiro plano, um caminhão GAZ BZ-38 de reabastecimento
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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por ES1 »

6 de outubro de 1941

Um dia que poderia passar em branco pelos ingleses na Rússia. Mas não passou.
Sabedores de que os ingleses estavam causando dores de cabeça, a Luftwaffe lançou um ataque contra o aeródromo no qual a RAF estava estacionada(Vaenga).
Plotados às 15h, um grupo de Ju88 rumava, incólume, a 11mil pés. Os aviadores da 134.Sqn descobriram o ataque mas estavam voando muito baixo para intervir. Mesmo assim, lançaram o alerta. Instantes depois, a AAe russa começou a plotar de preto o caminho dos bombardeiros. Mesmo assim, eles lançaram sua carga, começando a sacudir o chão.
Pegos de surpresa, pilotos do 81.Sqn que estavam patrulhando a área deram meia-volta e iniciaram a caçada aos intrusos. No chão, os pilotos em alerta iniciaram a corrida de decolagem no meio do carpete de bombas! Dos três aviões, dois conseguiram se evadir antes que o bombardeio chegasse à pista. Entretanto, o avião do P/O Edmiston (Z5227) teve o motor parado, quando uma bomba explodiu bem à frente do seu avião e a asa do Hurricane foi rasgada pela onde de choque da explosão de outra. Milagrosamente, o piloto abandonou o avião e se refugiou do ataque do qual saiu ileso.
Aquele dia era o em que Edminston fazia seu 20° aniversário...
Enquanto o pessoal da RAF abrigava-se como podia no chão, os russos atiravam mais e mais, denificando os Ju88. Os pilotos no ar começaram a abrir fogo contra suas vítimas, agora, voando mais baixo. Alguns Ju88 foram derrubados e uma tripulação foi capturada. Só mais tarde, no meio do ataque aos Ju88 é que 6 Bf109E apareceram para tentar dar uma ajuda. Provavelmente eram a escolta dos bombardeiros que acabaram se desencontrando.
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Bf109E do JG77, ainda na época em que combatia nos Bálcãs

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Outro adversário costumeiro: Bf110C do (Z)JG77

No combate que se seguiu, o F/Lt Rook (Z5207) teve de se virar para não ser abatido ao se ver em combate, sozinho, contra 4 Bf109!!! Após vários minutos de apreensão, os alemães voltaram-se para outra direção. Rook pousou em segurança, mas falou à época que precisou de muito tempo para conseguir parar de tremer e conseguir ter forças para deixar o cockpit.
Aquele fora o último embate da RAF e da Luftwaffe na Rússia: o inverno chegara, praticamente paralisando quaisquer operações. Assim sendo, o 81.Sqn parou efetivamente de operar, enquanto o 134.Sqn continuava a dar aulas de táticas de combate e escolta de aviões. Pouco tempo depois, os russos assumiriam o controle dos Hurricanes, integrando os aviões dos 81. e134. Sqn numa unidade só.
A despedida foi em grande estilo: os russos foram convidados a confraternizar com os ingleses. Foi uma espécie de vingança bem humorada: na primeira festa, onde os russos foram os anfitriões, os britânicos tomaram um porre de vodka e ficaram com uma ressaca terrível no dia seguinte. mas, dessa vez, os russos que "sofreram" no dia seguinte por não estarem habituados ao whisky.
Despedidas feitas, os ingleses foram tirados da linha de Võo e seus aviões passaram para os soviéticos que, já no dia 26 teve uma vitória sobre um Me110. Em seguida, quatro esquadrões foram formados com os caças ingleses: 72IAP(VVS-MF), 78IAP(VVS-MF), 152IAP(VVS) e 760 IAP(VVS).
A 7 de dezembro, todos os ingleses retornaram à pátria. Por outro lado os russos ficaram quebrando a cabeça e xingando Churchill quando os próximos lotes de Hurricane chegaram com peças faltando e danos de batalha não consertados para eles...
Apesar desse e de outros tristes momentos, a parceria anglo-soviética foi altamente benéfica e marcante para ambas nações, criando laços estreitos de companheirismo que nem o alfabeto/língua diferentes e nem as visões políticas distintas impediram de se formar.
Como homenagem, os esquadrões da RAF adaptaram seus emblemas para homenagear esse curto, mas intenso e bravo período:

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http://www.asisbiz.com/il2/Spitfire/MkVc-Trop-RAF-81Sqn-FL-3-MM566/images/0-Unit-Crest-Emblem-RAF-81Sqn-0A.jpg
Símbolo do 81.Sqn após a estada na URSS: adição da Krasnaya Zvezda ao fundo

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Símbolo do 134.Sqn. O punho era preto, mas ficou vermelho em homenagem à bravura dos russos

Como nota pessoal, é lastimável os líderes de ambas nações apagarem esses laços após a queda da Alemanha, em 1945.
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Kyosanin
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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por Kyosanin »

Acompanharei com certeza... apesar de achar o Hurricane feinhoo... hehe
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Dom
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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por Dom »

de olho!!!!!
Colador de papel. :D
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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por ES1 »

A caixa

Composta de 2 peças, apresenta uma arte da miniatura em vôo(marca dos easy kits da Hobbyboss, que eu acho, particularmente horrível).
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Ele fala MkII. Só não diz nada além disso.
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Na lateral, temos um resumo de como os Hurricanes chegaram à versão com 4 canhões Hispano de 20mm
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Do lado oposto, mais fotos, mas dessa vez, do modelo concluído DDC
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Nas faces restantes, dados de controle de fábrica, como número do item, etc...
Abrindo a caixa, a surpresa agradável da Hobbyboss:
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Sem sacos plásticos, as peças são totalmente separadas e encaixadas em locais próprios, não havendo possibilidade de se soltarem por acidente e ficarem roçando uma nas outras(as presilhas são firmes mesmo!).

Manual

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Junto do kit, temos o manual(em cores) com os passos para que se termine o projeto. Na capa, as mesmas informações básicas constantes em outros documentos desse tipo, como as legendas e avisos de segurança.
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Temos o conteúdo da caixa, mostrado. Em seguida,os passos da montagem:
  1. Montagem das metades da fuselagem, hélice, escapes entradas de ar, elevadores e radiador;
  2. Trens de pouso;
  3. Canopy(escolha aberto ou fechado);
  4. Colagem dos trens; e
  5. Modelo pronto para pintura.
Por fim, as versões possíveis de se reproduzir:
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Como nenhuma delas interessa, vou usar parcialmente os decalques.

Resumo,o kit é bem injetado, barato mas alguns detalhes merecerão um olhar mais crítico nas próximas postagens. Por ora, vamos dar um banho nas peças...
Visite nosso site de modelismo:

Código: Selecionar todos

www.usinadoskits.com
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magnetorj
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Re: Hawker Hurricane MkI (RAF na URSS)

Mensagem por magnetorj »

tamo junto :thumbdown: :thumbdown: :thumbdown:
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