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VIII

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Azevedo
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VIII

Mensagem por Azevedo »

As tripulações da 8ª Força Aérea também conheciam a flak. Enquanto os caças aliados expulsavam cada vez mais os caças alemães dos céus, mais a resistência da flak parecia aumentar. John Clarkson, um engenheiro/artilheiro de torre superior do 34º Grupo de Bombardeiros, escreveu para a sua esposa descrevendo a flak sobre Hamburgo: “O céu estava enegrecido com a flak. Você geralmente pode discernir aquilo que é mais valioso para os alemães baseado na quantidade de flak que eles atiram para o alto. As explosões acontecem muito perto. Você pode ouvir elas explodindo, jogando o avião para cima e para baixo de novo.” Os homens frequentemente descreviam este tipo de flak como sendo: “tão densa que você até poderia andar por cima dela.” O operador de rádio Roger Armstrong não gostava de ficar assistindo passivamente enquanto que a flak sacudia o seu avião. Infelizmente para ele, os operadores de rádio geralmente não tinham nenhuma função específica a exercer durante a aproximação final, exatamente na hora que a flak era mais intensa, então ele se oferecia a jogar “chaff” para fora do avião (“Chaff” é o termo em inglês que designa pequenas e finas tiras de alumínio que eram jogadas dos bombardeiros aliados durante a Segunda Guerra Mundial de modo a criar uma espécie de cortina nos radares inimigos confundindo os operadores e inviabilizando a localização exata dos aviões aliados – N. do T.). Os radares alemães frequentemente identificava cada tira de alumínio como sendo um avião. Ao disseminar essas tiras metálicas que confundiam os radares, Armstrong sentia como estivesse revidando. Ele também tomava outras precauções para se proteger: “Eu tinha um pedaço de chapa blindada de aproximadamente 4 X 4 pés (1,20 X 1,20 metros). Eu a mantinha sob o meu assento na mesa do rádio. Quando chegava a hora de jogar o “chaff”, eu a empurrava pela cabine de rádio até o tubo para lançar o “chaff” e sentava em cima. Então eu montava uma espécie de tenda contra flak colocando caixas de “chaff” de um lado. Eu consegui também arranjar um colete blindado extra e o escorava contra a parede da direita. Então eu colocava o meu capacete de aço por cima dos olhos e começa a jogar “chaff”. Quanto mais ocupado você ficava, menos você pensava em ser abatido.”

E.T. Moriarity, um artilheiro de flanco do 306º Grupo de Bombardeiros, se sentia particularmente vulnerável contra a flak enquanto ficava de pé diante da posição aberta na fuselagem no seu B-17: “Quanto mais perto você se aproximava do alvo, mais explosões de flak havia. Certas horas parecia que o avião estava dançando em movimentos para cima, para baixo e para o lado. Os músculos do meu estômago se contraiam e eu começava a suar. Será que vai ser sempre assim?” Jim Lynch, um operador de rádio do 379º Grupo de Bombardeiros mantinha um diário sobre as suas experiências de combate. Em uma missão sobre Colônia, Alemanha, a flak provocou um incêndio no compartimento de bombas (uma situação extremamente perigosa) antes mesmo das bombas serem lançadas: “A flak começou. Era concentrada e densa, com explosões tão perto que a fumaça gerada pelas tiros penetrava pelo compartimento de bombas e o cheiro do cordite impregnava as máscaras de oxigênio. Neste momento nós fomos atingidos por uma flak abaixo do compartimento de bombas. Nós fomos lançados para cima como fantoches. Fumaça branca estava entrando na cabine do rádio! Eu apanhei o extintor de incêndio e me dirigi para a porta que dava para o compartimento de bombas. Cego pela fumaça, eu forcei o caminho através da passarela estreita até que eu me encontrava a meio caminho dentro do compartimento de bombas. Eu (...) joguei a espuma em direção à frente do compartimento de bombas espalhando freneticamente.” Enquanto ele fazia isso, o bombardeador soltou as bombas. Lynch então teve a experiência arrepiante e nada agradável de estar no meio de um compartimento de bombas aberto enquanto que, à sua volta, as bombas eram largadas de seus suportes.
Dale Smith, um militar de carreira e que acabou comandando o 384º Grupo de Bombardeiros, voou as tediosas missões anti-submarinas ao largo da costa americana durante os primeiros dias da guerra. As missões que ele voou mais tarde sobre a Alemanha eram totalmente diferentes se comparadas com aqueles dias de infrutíferas procuras por submarinos alemães. Em março de 1944 ele liderou uma missão para bombardear uma fábrica de rolamentos nas cercanias de Berlim: “Eu nunca tinha visto um fogo inimigo tão preciso só na primeira salva. Era fenomenal. Uma injustiça! Antes que eu pudesse mesmo pensar em fazer uma manobra evasiva com a formação, um projétil atravessou a minha asa esquerda e explodiu alguns pés acima balançando todo o avião e salpicando com fragmentos de metal. Eu olhei fixamente para o grande buraco, congelado pelo susto. Com cuidado, eu testei os controles. As asas balançaram normalmente. Um milagre! Não fazia sentido mas eu agradeci a Deus e soltei um suspiro de alívio.”

Lonnie Osborne, um artilheiro de flanco de B-26 do 394º Grupo de Bombardeiros, também enfrentou uma grande quantidade de flak durante seu período de serviço. Como tripulante de um bombardeiro médio, ele sabia que seu avião voava mais rápido que os pesados, mas também voava mais baixo e isso significava desafiar grandes quantidades de flak: “Eu juro que a gente podia baixar o trem de pouso e pousar naquele negócio. Pior de tudo, um projétil de 88mm passou através da parte traseira do compartimento de bombas! Ele fez um buraco tanto em cima quanto embaixo da fuselagem, grande o bastante para que a gente pudesse colocar a cabeça; felizmente ele não atingiu os controles. E felizmente também ele não explodiu com o impacto. Se tivesse acontecido, acho que nossos pedaços estariam voando espalhados pelo céu. A fumaça e o som do estouro de um 88mm eram apavorantes.”

Tanto quanto no Pacífico, os aviadores de combate na Europa às vezes eram alvos da flak partindo de embarcações inimigas. Isso frequentemente acontecia com aqueles que voavam em ataques com bombardeiros médios a baixa altitude. Havia vezes que a flak poderia ser mortal. William Redmond, um bombardeador/navegador de B-26 do 387º Grupo de Bombardeiros testemunhou quando barcos de flak alemães abateram vários aviões durante o Dia D. Enquanto eles estavam a caminho para bombardear alvos em apoio à invasão, a flak começou: “Quatro embarcações de flak abriram fogo com traçadoras implacáveis. O 394º perdeu três aviões rapidamente, um desintegrando em uma bola de fogo. Aparentemente sua carga de bombas explodiu. Eu fiquei louco com aqueles alemães e então eu gritei ‘Kestner (seu artilheiro de cauda) pegue aqueles animais nojentos!’ Todos os artilheiros de cauda revidaram atirando naquelas embarcações. As nossas bombas destruíram ninhos de metralhadoras e de morteiros na área do alvo.”
Robert Fesmire, um piloto do 492º Grupo de Bombardeiros teve um período de serviço nada comum. Ele voava em missões ultra-secretas pela OSS sobre o território ocupado. Voando em um B-24 pintado de preto, suas missões consistiam em penetrar furtivamente nos céus inimigos à noite e lançar suprimentos ou agentes para os grupos de Resistência locais. Embora ele cuidadosamente evitasse as concentrações de flak inimigas, uma noite ele erroneamente deu de cara com uma: “Estava escuro já que as luzes nos territórios ocupados pelos nazistas estavam sempre apagadas. Nós forçávamos nossas vistas de modo a poder ver os combatentes da Resistência na área determinada. De repente clarões brilhantes de traçadoras iluminaram o céu à nossa frente. Peter George (...) berrou “Vire para esquerda, rápido!’ Eu imediatamente inclinei abruptamente para à esquerda. Com uma carga pesada, flaps abaixados e uma velocidade baixa, nós éramos um alvo fácil para os canhões alemães abaixo. Nós nos encontrávamos cercados pelo fogo inimigo. A flak compacta e traçadoras de .50 iluminavam o céu à nossa volta e estávamos tão baixo que podíamos ouvir o estouro dos canhões.”

Com a ajuda de uma navegação experiente eles deixaram o local e evitaram outros canhões alemães. Caso as tripulações de bombardeiros conseguissem lidar com a flak e os caças inimigos com sucesso e voar para longe do território controlado pelo inimigo, o resto da missão consistia basicamente em voltar para a base aérea para descansar, reorganizar e preparar para a próxima vez que eles colocariam as vidas em risco.

Quase todas as missões dos caças americanos durante a Segunda Guerra Mundial consistiam em uma das três tarefas: combate aéreo ou “dogfight” (O termo em inglês “dogfight” tem sido usado por séculos para descrever um embate, uma luta feroz entre dois ou mais combatentes. Tal termo ganhou popularidade durante a Segunda Guerra Mundial embora sua origem pode ser vinculada aos últimos anos da Primeira Guerra Mundial. A primeira prova do uso desta palavra como referência literária pode ser encontrada no texto Fly Papers escrito por A.E. Illingtworth em 1919 onde se pode ler: ‘A batalha acabou se tornando em um “dog-fight”, pequenos grupos de máquinas empenhadas em uma luta até a morte’”. Com o desenvolver dos conflitos armados, o termo ‘dog-fight’ começou a ser vinculado a uma batalha aérea entre dois aviões oponentes, ou seja, dois caças. – N. do T.); ataques ao solo projetados para destruir alvos terrestres; ou missões de escolta para proteger os bombardeiros americanos dos caças inimigos.
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Dr Anderson Azevedo
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