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Sobre "armas de guerra" (ou instrumentos de morte)

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alferreira
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Sobre "armas de guerra" (ou instrumentos de morte)

Mensagem por alferreira »

Olá a todos.

As vezes, algumas pessoas me perguntam porque coleciono miniaturas de aeronaves de guerra, aeronaves estas que levaram tanta destruição, dor e morte à tantos povos.

Lá pelos idos da década de 1980, meu pai, leitor frequente das Seleções do Reader's Digest, comprou uma coleção de 3 volumes - Enciclopédia Ilustrada da Segunda Guerra Mundial. Uma coleção muito completa e bem esclarecedora dos fatos que ocorreram naquele conflito, sendo a maioria deles escrita logo após o período, por diversas personalidades.
Junto desta coleção veio um livreto intitulado "Os principais meios bélicos em terra, mar e ar na segunda guerra mundial", de umas 20 e poucas páginas. Nesse livreto havia uma nota que me elucidou muito sobre o fato que descrevi no início deste texto. Este livreto esteve sumido por anos, mas encontrei-o hoje. E para compartilhar com vocês a tocante nota, reescrevo-a, atualizada.

"'Até um navio, embora sendo apenas um conjunto de materiais, possui,
sem dúvida, uma alma', escreveu George Blond na sua 'biografia' do
porta-aviões Enterprise, o sobrevivente do Pacífico.
Como muito bem sabem aqueles que gostam de automóveis, aviões ou
trens, esta afirmação pode aplicar-se a todas as máquinas. Inclusive
as de guerra.
Instrumentos de morte - quer sirvam para o ataque ou contribuam
para a defesa - dir-se-ia à primeira vista que as armas só podem ser
consideradas com repulsa ou, na melhor das hipóteses, com indiferença.
Mas também elas, juntamente com as máquinas de paz, as do trabalho ou
a dos esportes, são frutos do gênio humano e, como tais, atingem por vezes
uma transcendente beleza que faz-se esquecer a sua finalidade. Principalmente
quando - tal como acontece com os navios e as aeronaves - têm irmãos
de fabricação completamente inocentes de qualquer culpa.
Setenta e nove anos depois do final do trágico período que abalou o mundo,
na mais vasta e encarniçada luta em que jamais o homem se empenhou, as
máquinas bélicas desse tempo suscitam hoje um renovado interesse - de curiosidade
nos jovens e de lembrança, talvez mesmo nostalgia, naqueles que já não o são.
Sentimentos estes que carecem já de qualquer expressão de violência e podem chegar
a transformar-se, direta ou indiretamente, num modo de recordar respeitosamente
todos aqueles que, com armas ou sem elas, defenderam a pátria
ou perderam a vida na contenda."


E uso mais ou menos isto para explicar, incluindo um pouco de história, de ideias de liberdade, de amor à pátria,
cada aeronave que aponto na minha estante das miniaturas.
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Sekiji (09 Jul 2024, 08:52)
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