Vamos lá, começar 1 projeto engavetado há anos.
O kit 7259 é de 2005, sendo originado do T-34 Mod.1940, com a troca de algumas peças que retratam a modernização acumulada em um ano de operações, notadamente a adoção do canhão F-34, em detrimento do L-11(ambos com o mesmo calibre 76,2mm - 3pol).
A quebra das árvores segue no link On the Way:
https://www.onthewaymodels.com/reviews/ ... review.htm
Um review textual segue(do site Hyper Scale, por Cookie Sewell), traduzido para português:
https://translate.google.com/translate? ... ewcs_1.htm
Uma lenda...
Como já há MUITO material falando sobre a história e desenvolvimento dos BTs até chegar ao A-20(que originaria o T-34 posteriormente), resolvi focar exclusivamente no Modelo 1941.
Com o início da Operação Barbarossa, começa um dos maiores problemas de entendimento sobre o T-34, causada pela própria Wehrmacht, que encontrou, na forma do T-34 e do KV-1, um salto à frente do que eles tinham(e poderiam ter no curto prazo). A Panzerwaffe, que não tinha veículos revolucionários, mas sim táticas absurdamente avançadas(além da cooperação entre forças), encontrou seu segundo choque - e talvez o mais profundo - durante os avanços para o leste.
T-34/76 Mod.41 em Aberdeen
Muito antes da "Febre-do-Tigre" causada nos Aliados pelo Pz.Kpfw.VI especialmente na Normandia, surgiu a "T-34-fobia". Notadamente atribuída a Heinz Guderian(e corroborada por Hitler), dizia que a derrota na Rússia "deveu-se ao T-34".
T-34/76 com camuflagem de inverno durante o inverno de 1941
Embora exagerado, é fácil de se entender, quando pensamos que os alemães fizeram um trabalho razoavelmente fraco de inteligência(sim, eles acertaram em alguns pontos, mas errariam no que tange a diversos equipamentos, moral das forças e, principalmente, resiliência). Muitos reportes indicavam a aparição de inúmeros "T-34 pesados"(sim, isso apareceu até no diário de Franz Halder) que era uma confusão entre os T-34 de verdade e os KVs(que foram os realmente encontrados). Até relatos de tiros de longa distância eliminando os Panzer alemães foram creditados ao T-34, quando, na verdade, foram dados por canhões 52-K de 85mm(semelhante ao que se fazia com as Flak de 88mm).
Um blindado
Vamos esquecer aquela análise de super-trunfo e tentar algo mais realista: o motor V-2 soviético raramente chegava aos 500cv e nem à s 2050rpm prometidas no papel, ficando em 450cv e 1750rpm(à vezes, só dava pra debitar uns 300cv...). Se isso dava uma potência menor que o esperado, era mais que suficiente para marcha e combate. Sabidamente problemático, o conjunto de força era suscetível a superaquecer em todos os T-34 até o Modelo de 1943 surgir, sanando o problema de vez. Fisicamente demandante, o tanque percorria até 200km antes de ser necessário o reabastecimento, ainda que isso na prática nunca fosse usado, uma vez que a logística e o suporte de infantaria não conseguiam dar conta de prover apoio em penetrações grandes assim.
Ao contrário de muitos desenhos contemporâneos, o T-34 dispunha de motor e transmissão na traseira, dando mais espaço ao motorista e artilheiro da metralhadora DT no casco, mas tirando a proteção que teriam se a transmissão fosse dianteira. Compromissos de engenharia...
Vamos ver como era a vida no interior do T-34 Mod.41. Eram 4 tripulantes: motorista, metralhador, recarregador e artilheiro/comandante. Todos sofriam com a falta de ergonomia e o barulho do motor V-2 quase sem isolamento termo-acústico entre os compartimentos da tripulação e do trem de força.
Vista lateral dos T-34/76 Mod.41. Pouca coisa mudaria até o surgimento do T-34/85 na disposição interna.
Notem que boa parte da lateral do blindado é tomada pelos tanques de combustível(4 de cada lado, fora os de viagem, carregados externamente). Notem que, entre as rodas 2 e 3 é possível acertar a caixa de munições, dependendo das condições.
Os primeiros T34/76 com a nova arma F-34(substituindo o canhão L-11) surgiram já em março de 1941. Embora o calibre fosse mantido, a arma era muito mais robusta, confiável e precisa.
A vida do motorista era muito dura(não tanto quanto a dos condutores de KV). Ter ótima formação física era necessário, por conta dos comandos das alavancas(que eram o "volante" do blindado). A visibilidade externa era obtida através da abertura da escotilha frontal ou dos 3 periscópios(reduzidos a 2 já em 1941 para os blindados com torre moldada). Os comandos de pedal eram convencionais(acelerador, freio e embreagem), alavanca de 5 velocidades para frente e uma à ré. Pra ligar o blindado, há um motor de arranque elétrico pra condições normais e um reservatório de ar comprimido para virar o motor com tempo frio.
Na frente, o blindado tem um arranjo bem limpo. A falta de qualidade das soldas entre as chapas blindadas superior e inferior tornava o queixo do T-34 razoavelmente vulnerável. Na melhor das hipóteses, o tiro mataria o condutor. Na pior, vazaria direto nas munições
Da traseira, nota-se a massiva transmissão, logo atrás, a ventoinha, o motor V-2(que é V12) e os radiadores flanqueando o motor.
O metralhador da carroceria tem apenas essa função(já que o rádio era apenas usado no veículo do comandante). À frente dele, uma metralhadora DT e mais uns 10 tambores com recarga para ela. Em caso de emergência, poderia desencaixar a DT e usar como arma de defesa pessoal se houvesse necessidade de desmontar da viatura. Para sair, compartilhava a escotilha com o condutor.
No caso do artilheiro/comandante, ele sentava do lado esquerdo do canhão(olhando de trás pra frente). Ele possuía 2 miras(uma com campo de visão mais aberta para detecção de alvo e uma com ampliação maior para fechar a mira efetiva sobre o alvo). A torre possuía um motor elétrico(1 giro completo em 10 segundos) e os comandos do canhão eram bem simples e intuitivos: um manche para controle da elevação da arma e um gatilho pra disparo. Se a viatura fosse de comando de pelotão, haveria um receptorde rádio para o comandante. Se fosse um carro de comando de batalhão, haveria um conjunto de recepção/transmissão.
O arranjo dos órgãos internos e da tripulação do T-34/76 Visto de cima.
Já o remuniciador ficava sentado à esquerda da arma. Todas as granadas eram armazenadas em estojos no chão do blindado. Se ele fosse canhoto, teria uma vida deveras mais "fácil".
Zoom da torre
Combate
Ainda que um bom tanque, o T-34 teve problemas sérios na prática, à s vezes por conta do design(notadamente a ergonomia e baruho), pela metodologia de uso(pouco treino das tripulações, falta de conjuntos completos de rádio em todos os blindados, ausência de peças de reposição) e má qualidade, especialmente da aparelhagem ótica(fora a falta crônica de munição). Somando esses fatores, os T-34 acabaram tendo menos impacto do que poderiam no início da Barbarossa.
T-34/76 Mod.41 fora de combate após receber um tiro na lateral da torre. O leiaute compacto da tripulação na torre de tiro era um calcanhar de Aquiles dos T-34 pois um disparo bem dado era o suficiente para eliminar metade da tripulação.
Pra piorar, com a mudança das fábricas soviéticas pros Urais e a pressão de repôr as perdas, até a chegada do T-34/85, a qualidade construtiva dos T-34 caiu ainda mais(não só do veículo, mas também das munições). Se o veículo passava por diversos aperfeiçoamentos antes do dia 22/6/41, ele passou por um ciclo de simplificações logo após, perdurando até 1944, com a chegada dos T-34 com armas de 85mm(D-5-T e S-53).
O que faz a falta de um rádio: 3 T-34/76 colidem no transcorrer de uma carga de ataque. Notem a porta de fuga na posição do artilheiro da metralhadora.
Na prática, os T-34 tinham um poder de fogo muito bom, mas, conforme dio antes, os óticos eram sofríveis(um artilheiro soviético tinha um campo de visão 3 vezes menor que o de um Pz.III e metade do alcance do encontrado nos alemães).
O efeito da detonação das munições.
Na blindagem, ainda que todas as chapas fossem mais grossas que a dos blindados alemães, a qualidade do aço e, pior ainda, da soldagem, fez com que o metal fosse 3 vezes mais fraco nas junções de chapa, tornando-as pontos fracos passíveis de penetração por munição de 37mm, ainda que, no fim das contas, a munição que mais causou baixa nos T-34 em 1941 fosse a de 50mm(quase 62% dos T-34 foram nocauteados por armas desse calibre). As torres feitas em molde(die-cast) não tinham a mesma resistência das de metal soldado, mas como tinham muito poucas áreas de solda, acabavam por contrabalançar a vulnerabilidade das torres feitas de múltiplas chapas.
E vamos à montagem!
Referêcias
Jogo Warthunder(imagens em raio X)
MICHULEC, Robert; ZIENTARZEWSKI, Miroslaw - T-34: Mythical Weapon
ZALOGA, Steven J.; AKSENOV, Andrei; KINNEAR, Jim; KOSHCHAVTSEV, Aleksandr - Soviet tanks in combat 1941-1945
HALBERSTADT, Hans - Inside the great tanks
http://www.tanks-enciclopedia.com
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