Fala SpitfireSP, blz?
Seja bem vindo ao fórum, tenho certeza que você vai gostar daqui.
O pessoal aqui é muito gente boa e todo mundo compartilha suas técnicas, erros e acertos.
Com isso podemos aprender uma coisa nova à cada dia.
Como li em algum lugar, "ninguém sabe tão pouco à ponto de não poder ensinar nada nem sabe tanto à ponto de não poder aprender alguma coisa".
Vou dar meus "pitacos" também.
Primeiramente em relação aquele "bichinho" chamado
aerógrafo.
Se você já tem não crie resistência à usá-lo.
Se você começar a montar seus kits fazendo a pintura deles com pincel e aí lá na frente você começa a usar o aerógrafo corre-se o risco de você querer refazer todos os kits que você montou anteriormente. Tamanha a diferença de qualidade e possibilidades de uso de técnicas de pintura que o aerógrafo lhe oferece.
Técnicas como pré shading, pós shading, marmorização, highlights, efeitos de metal queimado, camuflagens cuja borda não tem contornos sólidos são exemplos de técnicas que são extremamente difíceis de se conseguir de forma satisfatória usando-se pincel.
Se não se sentir à vontade para começar a sair pintando tudo com aerógrafo faça treinos antes.
Pinte garrafas pets ou mesmo folhas de papel. Só até você acertar a tão "difícil" diluição chamada no ponto de leite.
Essa diluição consiste em você misturar tinta e seu diluente numa proporção em que você coloque um pouquinho da mistura na lateral do copo e ela fique na cor da tinta e ao escorrer fique na mesma cor só que transparante (como leite escorrendo na lateral de um copo).
Se ao escorrer a tinta descer tudo sem sujar o copo a mistura está fina (falta tinta), se ao escorrer pintar a lateral do copo numa cor sólida está grossa (falta diluente).
Se pegar o jeito é só alegria.
E cada tinta e fabricante tem a sua proporção de tinta/diluente (o segredo é achar o tal ponto de leite).
À respeito das tintas, a
boa é aquela que você consegue trabalhar melhor.
Já usei tintas acrílicas mas hoje em dia me dou melhor com as enamel (diluição com thinner) utilizando as acrílicas só de vez em quando.
Mas existem muitas opções no mercado. Cabe a você encontrar aquela que você se adapte melhor (e principalmente consiga encontrar).
Minhas preferidas sempre foram as Testors/Model Master enamel mas estão cada vez mais difíceis de se achar. Com isso estou migrando para as da Revell e Humbrol enamel que também são muito boas e mais fáceis de encontrar.
Quanto aos diluentes claro que os do fabricante da tinta são os melhores, porém são extremamente caros e muitas vezes difíceis de se achar.
Eu consigo me virar muito bem com o thinner Anjo Ecoeficiente (com cheiro mais fraco), com o Luksnova 236 (com cheiro forte) para a diluição das tintas enamel, com o PU 454 para verniz e primer automotivos, aguarrás para vernizes enamel da Acrilex e Gato Preto e um diluente da Acrilex que se chama "Diluente" que uso para verniz vitral (tintas transparentes) e tintas da Mr. Color que os outros thinners não diluem.
Quanto ao procedimento de montagem.
Uma vez que o kit esteja pronto para pintura (montado, lixado, com funilaria feita e limpo) e você tenha optado pelo uso de primer (imprescindível no caso de pintura acrílica na minha opinião devido a sua falta de aderência no plástico) você começará pelo primer.
Primer seco e lixado com lixa fina para que fique bem liso é a hora da pintura.
Pinta-se o kit todo não importando a quantidade de cores e mascaramentos necessários para concluir a pintura e nem o tipo de tinta que usará.
Uma vez seca a tinta é hora do verniz.
Começa com o verniz brilhante. Aplica-se camadas finas (para não se perder os relevos do kit) até que brilhe. Deixando sempre o verniz curar entre uma demão e outra.
Uma vez que o kit esteja brilhante é a hora de decalcá-lo.
Nessa hora é que se utiliza os assentadores e amaciantes de decalques (produtos que melhoram a aderência e conformidade dos decalques aos contornos e relevos do kit).
Uma vez decalcado o kit é hora de selar os decalques com verniz brilhante novamente.
O verniz brilhante promove uma proteção mais eficiente aos decalques do que o vetniz fosco que é proporcionalmente menos aderente (essa informação eu vi na internet, não sei dizer se é verdadeira) e prepara o kit para a próxima etapa que é o wash.
Uma vez que o verniz brilhante esteja completamente seco é hora do wash.
O wash pode ser feito de muitas formas utilizando-se desde tinta a óleo usada em pintura de quadros até guache escolar passando pelas próprias tintas do hobby e washes enamel industrializados.
O importante é que o verniz e o wash sejam de bases diferentes.
Ou seja, se usou verniz acrílico o wash tem que ser com tinta diluída em thinner e vice versa.
Caso contrário, ao se limpar o excesso de tinta do wash o verniz e talvez até mesmo a pintura vai embora junto.
Pessoalmente eu me adaptei melhor utilizando verniz enamel e wash acrílico.
Mas isso é uma questão de gosto.
Wash feito é hora de selar tudo.
Nessa hora vai outra camada de verniz (seja fosco, acetinado).
Então o kit estará pronto para o weathering e o chipping (caso vá fazê-lo).
Weathering e chipping são as marcas de desgastes no veículo seja feito pelo uso ou pelo clima (fuligem, escorridos, descascados, ferrugem, etc.).
Tem gente que prefere o modelo com "experiência", bem judiado, outros preferem a militaria de concessionária, "zero quilômetro", todo limpinho como num museu.
Aí é uma questão de gosto.
Eu costumo depois do weathering e do chipping dar mais uma selada com uma demão de verniz fosco e aí então considero o kit finalizado.
Lembrando que o que escrevi aqui não é uma regra e nem o jeito "certo" de se fazer a coisa, é tão somente o jeito que eu faço.
Para mim tem funcipnado bem.
Espero ter ajudado com meus "pitacos".
Como já disseram anteriormente, qualquer coisa é só gritar que sempre aparece alguém para ajudar.
No mais é só começar a colar e pintar plástico
Bora pra bancada
Um abraço!
