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M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 18 Mai 2019, 21:53
por Rogerio Kocuka
M113 BR, Exército Brasileiro – Tamiya – 1/35

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Fonte: Arquivo pessoal

M113

A ideia de um transporte de tropas blindado, capaz de levar soldados em segurança e protegidos, a frente de combate, podendo ainda resgata-los, remonta à Primeira Guerra Mundial, onde surgiram os primeiros carros de combate blindados, que aos poucos, foram ganhando dimensões e peso cada vez maiores, chegando inclusive a poder transportar soldados em segurança, atravessando áreas de combate. Nos conflitos posteriores, seu emprego generalizou-se, e seu ápice se deu durante a Segunda Guerra Mundial, onde uma variada gama de modelos e versões, sobre rodas ou lagartas, que determinaram a vitória ou derrota dos grandes exércitos. A tática e a estratégia se aprimoraram, surgindo assim, dentre outros, os Veículos Blindados Transporte de Pessoal – VBTP, com o desenvolvimento do projeto M44 (T16), que era originalmente derivado do carro de combate M18 Hellcat, se tratava de um veículo de grande porte com peso total de combate de 23 toneladas, esta caraterística seria o grande entrave para sua produção em série, levando ao cancelamento do projeto em junho de 1945. Em setembro do mesmo ano uma concorrência foi aberta e foram estabelecidos parâmetros de projeto para um novo carro blindado de transporte de tropas, que deveria ser baseado no veículo de transporte de carga T43. A empresa International Harvester (IHC) ganhou este processo recebendo um contrato em 26 de setembro de 1946 para a produção quatro protótipos, que foram aprovados nos testes de campo, gerando os primeiros contratos para a produção deste novo veículo designado militarmente como M75. Os primeiros M75 começaram a entrar em serviço no Exército Americano em abril de 1952, sendo distribuídos a diversas unidades. Apesar de serem mais leves que o projeto M44, o M75 ainda apresentava um peso total de combate de 18 toneladas, e este porte gerou impactos na operação do modelo, não sendo o mesmo capaz de acompanhar no campo de batalha a velocidade de deslocamento quando comparado com os demais carros de combate.

Este cenário causou preocupação no Comando do Exército Americano, que em fins de 1952 lançou uma nova concorrência para o desenvolvimento de um novo veículo blindado de transporte de tropas sobre lagartas para a substituição dos derradeiros carros meia lagartas e os recém introduzidos M75 APC, que apesar de ser um veículo robusto e de alta confiabilidade, apresentava como principal característica negativa seu excessivo peso de deslocamento, que além de prejudicar sua capacidade em acompanhar os demais veículos blindados em campo, apresentava limitações quando do emprego anfíbio, não podendo também ser aerotransportado. Diversas empresas apresentaram suas propostas entre elas a International Harvester Corporation (IHC) e Food Machinery and Chemical Corporation (FMC), estudos iniciais derivaram pela escolha do projeto da FMC que era denominado T-59, este receberia a autorização do Exército Norte Americano para a construção de vários protótipos para ensaios, sendo aprovado e classificado como o M59 em maio de 1953. Foi celebrando junto a FMC um contrato para a produção de 6.300 unidades que seriam entregues até fins de 1960. Umas das primícias dos requisitos originais do projeto era o de proporcionar um baixo custo de produção, para isso foi empregado um grande número de componentes do carro de combate M-41 Walker Buldog. No final da década de 1950 o comando do Exército Norte Americano, lançou uma concorrência para o desenvolvimento de um novo veículo blindado de transporte de tropas sobre lagartas para a substituição dos modelos em uso. O M-59 foi concebido como um blindado mais leve, porém teve sua blindagem sacrificada neste processo, se mostrando também inadequado a missão.
Os requisitos deste novo projeto visavam unir as melhores características do M-75 e M-59 criando assim o conceito Airborne Armored Multi-Purpose Vehicle (AAM-PVF), o projeto escolhido era da FMC Food Machinery Corp. a mesma fabricante dos modelos antecessores, aplicaria neste novo blindado o sistema de blindagem em duralumínio que fora desenvolvido em parceria com a empresa Kaiser Aluminum and Chemical Co. que traria ao projeto a proteção blindada do M-75 aliada a mobilidade do M-59. Inicialmente a FMC apresentou duas propostas distintas sendo o T113 em alumínio e o T-117 em aço, resultando como escolha o modelo T113, que gerou o primeiro protótipo designado M-113 sendo dotado com um motor a gasolina Chrysler 75M V8. As primeiras unidades de produção foram entregues ao Exército Norte Americano em 1960. Em 1964 testes de campo validaram um novo protótipo agora empregando um novo motor a diesel passando a ser designado M113-A1, que seria a versão predominante no US Army desde então. O M113 foi desenvolvido como um blindado leve e confiável capaz de ser transportado e lançado por aeronaves de transporte como C-130 e C-141, sendo usado unicamente para transporte de tropas até a linha de frente (11 soldados totalmente equipados), servindo de proteção até o desembarque dos mesmos quando daí deveria recuar para a retaguarda. Como armamento de defesa contava com uma metralhadora M2 Browning de calibre .50 (12,7 mm) operada pelo comandante.

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Fonte: https://weaponsandwarfare.com/2017/02/2 ... n-vietnam/


Em 30 de março de 1962, o primeiro lote de 32 M113s chegou ao Vietnã e foram enviados para duas companhias mecanizadas do Exército da República do Vietnã (ARVN), cada uma equipada com 15 M-113 que receberam seu batismo de fogo durante a Batalha de Ap Bac em janeiro de 1963, o que evidenciou a necessidade de alterações no projeto visando melhorias no sistema de blindagem. Em 1978, sua produção já atingia a cifra de 25.000 unidades, decidiu-se então por introduzir um novo modelo, denominado M113A2 que recebeu principalmente melhorias na suspensão e sistema de refrigeração. Com a implementação destas modificações o veículo tornou se viável para situações de combate real e sua plataforma mostrou-se extremamente customizável para novas versões com emprego especializado entre eles carro comando porta morteiro, lança chamas, anti-carro com misseis Tow, antiaéreo, carro socorro e carro oficina. Estes últimos foram construídos às centenas pois sempre acompanharam lotes das versões regulares, mantendo assim uma padronização da frota melhorando o fluxo de suprimentos. Desde o início da Guerra do Iraque, o M113 e suas versões ressurgiram com destaque, desempenhado papéis importantes tanto no combate urbano quanto nas diversas funções de manutenção de paz, provando assim sua versatilidade e a combinação precisa de volume interior, perfil exterior, construção simples e fácil manutenção. Essas qualidades positivas foram mais reforçadas ainda a partir de 1987, quando se iniciou a produção da versão M113A3, cuja fabricação se estendeu até 1995.

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Fonte: https://www.quora.com/How-effective-was ... ietnam-war


No Brasil

Os primeiros carros da família M113 na versão inicial de produção com motor a gasolina, começaram a chegar no Brasil a partir de 1965, quando o Exército Brasileiro fazendo uso dos termos do Military Assistance Program – MAP com os Estados Unidos procedeu a aquisição de mais de cinco centenas veículos blindados. Experiências positivas observadas no emprego operacional destes carros no Exército, levaram o comando da Marinha do Brasil a considerar a adoção desta família de blindados de transporte de tropa sobre lagartas, visando assim em conjunto com outros veículos a criação da arma blindada do Corpo de Fuzileiros Navais. Este processo previa principalmente a aquisição de veículos blindados para transporte de tropa sobre rodas e sobre lagartas, que nesta última configuração se materializaria com a celebração de um contrato com o governo dos Estados Unidos para o fornecimento de um lote de 30 carros da família M113, que foram divididos em quatro modelos, sendo 24 na versão M113A1 ACAV, 02 M125A1 Porta Morteiro ,02 M577A1 Carro Comando e por fim um veículo oficina M113A1G e um carro socorro XM806E1. Os primeiros veículos começaram a ser recebidos em 07 de novembro de 1974, passando a ser incorporadas ao Batalhão de Transporte Motorizado, onde com ajuda de instrutores do fabricante em parceria com equipes do Exército Brasileiro de unidades que já operavam os M113, passaram a implementar o processo de introdução e desenvolvimento de doutrina operacional dos novos carros, onde passariam a atuar juntamente com os Engesa EE-11 Urutu que também haviam sido incorporados no mesmo ano.

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Fonte: http://www.cibld.eb.mil.br/index.php/hi ... eb-parte-2


Próximos de completar 40 anos de serviço junto ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, toda a frota de M113A1 incluindo os dois M577A1 Carro Comando apresentavam uma disponibilidade média de apenas 66% da frota, gerado por grandes problemas muito em função do desgaste operacional, conservação e manutenção que eram impactados principalmente por rupturas na aquisição e fluxo de suprimentos de peças de reposição, que não eram mais encontradas no mercado internacional. Visando atender a esta demanda o Comando da Marinha do Brasil iniciou estudos visando a substituição de toda a sua frota de M113, porém restrições orçamentárias apontaram que este processo não seria viável do ponto de vista econômico. Uma nova frente de debate foi estabelecida buscando alternativas para o desenvolvimento e implementação de um abrangente processo de modernização, diversos programas realizados ao longo do mundo foram estudados, com a Marinha passando assim a receber inúmeras propostas de empresas especializadas neste setor a fim de participarem desta concorrência internacional. A empresa a se sagrar vencedora foi a israelense Israel Military Industries (IMI), que apresentou a melhor proposta de custo benefício, tendo como principal diferencial técnico uma parceria com engenheiros e técnicos do Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CTeCFN). Este processo envolveria a troca do grupo motriz com uma nova transmissão 3200SP Allison, motor Caterpillar C7, kit de flutuabilidade, tanques de combustível externos, alternador de 200 amp e estação de armas Platt MR555 Mod 2, além de melhorias nos sistemas de comunicação, permitindo se manter em operação por mais vinte anos.

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Fonte: Arquivo pessoal


M113 B

No início dos anos 1980, buscou-se nacionalizar o maior número possível de componentes destes veículos, criando a versão M113B. Atualizado pela empresa Motopeças, a reforma envolveu a substituição do motor original, um V8 Chrysler de 215 cv a gasolina, com o elevadíssimo consumo de um litro por quilômetro, por um diesel nacional (Mercedes-Benz OM-352 de seis cilindros e 180 cv); mantendo o desempenho. A troca permitiu aumentar a autonomia em mais de 70%. Também foram substancialmente alterados os sistemas elétrico, de alimentação e arrefecimento. O primeiro lote reformado foi entregue em novembro de 1985.

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Fonte: http://www.lexicarbrasil.com.br/moto-pecas/


M113 BR

Em 2010, o EB acertou, via FMS, a modernização, através de kits, de 208 M113B que culminou no primeiro contrato com a BAE Systems, em 2011, para um primeiro lote de 150 carros para o padrão M113 A2 Mk1, nomeados no Brasil como M113BR, no valor de US$ 41,9 milhões, sendo que os trabalhos seriam realizados no Parque Regional de Manutenção/5 (PqRMnt/5), de Curitiba (PR), fase concluída em dezembro de 2015.

Nesse mesmo período foi assinado com a Engemotors Veículos e Peças Ltda a recuperação de 208 M113B, que não seriam elevados ao padrão M113BR, mas que sairiam como novos de fábrica. Porém, com a falência da empresa, e com apenas um protótipo para avaliação concluído, os planos foram remanejados, tornando necessário modernizar um número adicional de M113B pelo PqRMnt/5.

Em meados de 2015, um novo contrato foi assinado com a BAE Systems, no valor de US$54,66 milhões, para a modernização de mais 236 veículos para o padrão BR, e existe uma expectativa para que o restante da frota de M113B (198 carros) também passem pelo mesmo processo. O custo unitário de cada veículo modernizado, com a instalação do kit e sua recuperação total, é de aproximadamente R$740 mil.
Além dos kits A2 Mk1, que englobam, além do motor e da transmissão, uma série de melhorias e reforços estruturais, também foram adquiridos alguns componentes visando missões especiais, à parte do contrato de modernização, a destacar:
• Sistema de tração para blindados sobre lagartas, Rubber Band Tracks, desenvolvido pela empresa canadense Soucy Defense, que compreende lagartas inteiriças de borracha, polias motoras e tensoras emborrachadas e braços tensores, que melhoram muito o desempenho em ambiente urbano, diminuindo o nível de ruído e vibração. É destinada prioritariamente para o ambiente de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), nos 7º, 13º, 20º e 29º Batalhões de Infantaria Blindados (BIB), os quais estão em processo de entrega de sete veículos com esses sistemas, adicionais aos sistemas metálicos comuns, para substituição quando houver conveniência.

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Fonte: Arquivo pessoal


• Visor QT M17 Day / Thermal Periscope, da norte-americana Optex Systems. Trata-se de um visor para guiagem do veículo em qualquer tempo, com uma câmera de alta definição, com 10mp, para o dia, e um visor termal para a noite. Um equipamento moderno que já esta em operação nos 20º e 29º BIBs, 13 sistemas em cada, além do Centro de Instrução de Blindados e no próprio PqRMnt/5, com 2 e 3 sistemas, respectivamente.

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Fonte: Arquivo pessoal

Ambos são equipamentos que podem ser rapidamente colocados e retirados, garantindo grande flexibilidade de operação às unidades que o utilizam, e esperam-se novas aquisições, assim que recursos sejam liberados.

Em outubro de 2015 o Exército Brasileiro celebrou com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos a doação de 50 veículos blindados diversos, entre eles estavam 34 veículos tipo posto de comando M577 A2, versão posterior a recebida pelo Corpo de Fuzileiros Navais, que apresenta significativas melhorias, inclusive de visão noturna, além de 12 M113 A2. Os carros chegaram em 19 de setembro de 2016, desembarcando no porto de Paranaguá (PR), de onde foram imediatamente transportados para o Parque Regional de Manutenção 5 (PqRMnt/5) na cidade de Curitiba, para a realização de uma manutenção básica e aplicação de esquema de padrão de pintura padrão do exército. Apesar da aparência desgastada apresentada quando de seu recebimento fruto de seu tempo de armazenamento no deserto no Sierra Army Depot, na Califórnia,


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Fonte: Arquivo pessoal


Fontes do Texto:
Novidades na Arma blindada brasileira. Tecnologia & Defesa. Disponível em: http://tecnodefesa.com.br/novidades-na- ... rasileira/

M577A1/A2 Vt Blindada de Comando. Armas Nacionais. Disponível em:

http://www.armasnacionais.com/2017/05/m ... do-no.html


M113. Wikpedia. . Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/M-113

Motopeças. Lexicar. Disponível em:

http://www.lexicarbrasil.com.br/moto-pecas/

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 18 Mai 2019, 22:05
por Wanderson
De olho por aqui para ver o tijolinho nascer!!



Enviado de meu Moto Z2 Play usando o Tapatalk

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 18 Mai 2019, 22:31
por Rogerio Kocuka
Wanderson escreveu:De olho por aqui para ver o tijolinho nascer!!

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Enviado de meu Moto Z2 Play usando o Tapatalk
Seja bem vindo Wanderson!!!
:thumbup: :thumbup: :thumbup: :thumbup:

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 19 Mai 2019, 14:52
por Thunderbolt
Chegando para acompanhar :thumbup:

Um abraço!

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 19 Mai 2019, 18:25
por Rogerio Kocuka
Thunderbolt escreveu:Chegando para acompanhar :thumbup:

Um abraço!

Seja bem vindo Thunderbolt!!!
:thumbup: :thumbup:

Um abraço!

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 19 Mai 2019, 20:35
por MVTB
Opa,acompanhando :thumbup: :thumbup:

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 19 Mai 2019, 22:16
por Rogerio Kocuka
MVTB escreveu:Opa,acompanhando :thumbup: :thumbup:
Seja bem vindo Marcus!!!
:thumbup: :thumbup: :thumbup:

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 19 Mai 2019, 22:37
por profalexandre
Chegando também!!

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 19 Mai 2019, 22:55
por Rogerio Kocuka
profalexandre escreveu:Chegando também!!
Seja bem vindo, Alexandre!
:thumbup: :thumbup: :thumbup:

Re: M113 BR, EB, Tamiya, 1/35

Enviado: 21 Mai 2019, 21:09
por Rogerio Kocuka
Saudações!!!

Minha intenção é montar um M113 BR do Exército Brasileiro, no caso uma viatura pertencente ao 5º Regimento de carros de Combate (5º RCC), localizado na cidade de Rio Negro, PR. Vou montar o M113 e o M577 ao mesmo tempo.

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O kit
Vamos à apresentação do kit, no caso o M113 A2, na escala 1/35. O M113 BR foi modernizado com base no M113 A2, por isso escolhi este kit.

Tampa da caixa

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Aqui o manual de instruções. O kit tem opções para fazer quatro viaturas do Exército Norte Americano, sendo três usadas na Guerra do Iraque em 2003 e uma usada na Bósnia em 1996.


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Decais.

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Sprues.

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Uma coisa que gostei foi a variedade de material de apronto da guarnição que veio junto com o kit.

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Lagartas.

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