Sukhoi Su-25A "Frogfoot" - Revell - 1/48
Enviado: 27 Jan 2017, 17:01
O jato de combate Sukhoi Su-25 Frogfoot é uma das aeronaves mais interessantes do arsenal da força aérea russa, devido a suas características especiais, que o tornam um avião especializado na missão de apoio aéreo aproximado, como o jato de ataque A-10 Thunderbolt II dos Estados Unidos. Embora as missões de ambas aeronaves sejam as mesmas, e muitas fontes informam que o Su-25 seja uma aeronave equivalente ao A-10, na verdade a história não é bem assim. O Su-25 é um avião com maior velocidade e agilidade, tendo uma capacidade de cumprir missões de ataque contra outros tipos de alvos.
A-10 Thunderbolt II, aeronave de ataque dos EUA.
Seu projeto remonta do ano de 1969 quando a força aérea soviética pediu aos escritórios de desenvolvimento aeronáuticos que propusessem projetos de uma aeronave que fosse capaz de voar sobre o campo de batalha, em baixa altitude, e em segurança. Ou seja, a nova aeronave deveria ser extremamente resistente a danos de combate. A velocidade seria subsônica e o avião deveria ter uma autonomia de, pelo menos, 750 km. A IIyushin apresentou o IL-42 enquanto que a Sukhoi apresentou o T-8, um modelo relativamente parecido com o protótipo YA-9 da Northrop que perdeu a concorrência norte americana para um avião de apoio, vencida pelo A-10.
O protótipo do Ilyushin IL-42 mostra uma solução robusta, mas bem diferente do Sukhoi T-8 que deu origem ao Su-25.
Protótipo YA-9 da Northrop, que perdeu a concorrência para o A-10 Thunderbolt.
O protótipo T-8, da Sukhoi foi escolhido e seu desenvolvimento solicitado pela força aérea soviética, para que construíssem mais protótipos para testes do modelo que passou a se chamar Su-25 Grach (Frogfoot, pela nomenclatura da OTAN). Nessa fase, muitas versões diferentes foram construídas, sendo que no Su-25, cada versão está otimizada para uma missão especifica. Existem versões para treinamento, apoio aéreo aproximado e antitanque. A Versão de exportação, conhecida como Su-25K, tem um pouco de cada uma das capacidades de cada versão.
O Su-25 foi pesadamente usado na guerra da União Soviética contra o Afeganistão impondo grande respeito e temor aos afegãos, que tinham no Su-25, um voraz carrasco. Porém, quando os afegãos começaram a receber mísseis FIM-92 Stinger, dos Estados Unidos, muitos Su-25 começaram a cair, obrigando aos russos, executar modificações no avião para aumentar as chances de sobrevivência do Su-25 frente a esta nova ameaça.
Além do Afeganistão, o Su-25 protagonizou ataques nas guerras Irã/ Iraque e na guerra da Ossétia do Sul, mais recentemente.
Su-25UB, versão biposto, utilizada para treinamentos.
A propulsão do Su-25 original é feita por dois motores turbojatos sem pós-combustores R-95SH que produz 4500 kgf de potencia cada e que levam o Su-25 a uma velocidade máxima de 950 km/h, ou seja, bem mais rápido que seu similar norte americano, A-10 Thunderbolt II que atinge a marca máxima dos 700km/h. Esse motor, na verdade, é uma versão sem pós-combustores do motor R-13, usado nos consagrados caças MIG-21 Fishbed. O motor do Su-25 foi mudado na versão Su-25BM pelo turbofan Tumansky R-195, que produz o mesmo empuxo, mas com menos consumo de combustível e muito mais resistência a danos. O novo motor fez a autonomia do Su-25, mais que dobrar de alcance, pulando de 850 km para 2160 km em distancia de translado. Foi instalado no bocal de saída dos motores, um sistema que refrigera os gases de saída, diminuindo a vulnerabilidade a mísseis de guiagem infravermelha.
Os sistemas de controle de tiro do Su-25 são relativamente variados de acordo com a versão, porém o Su-25T, versão avançada antiblindado do Frogfoot, possui um designador de alvos Shkval na forma de uma torre montada abaixo do nariz do avião. Essa torre possui uma câmera de alta resolução e um designador de alvos a laser eu funciona integrado à câmera. O Su-25 possui um sistema FLIR para navegação em condição de baixa visibilidade também.
Essa versão mais avançada do Su-25 conta, ainda com um sistema de interferência eletrônica ECM chamado Irtysh, que é constituído de dois sistemas interferidores e um RWR (sistema que identifica quando sua aeronave está sendo rastreada por algum radar hostil) SPO-32. Existe, ainda, a possibiliade de instalação de um radar Kopyo ser instalado na fuselagem para poder ser usado contra alvos aéreos, inclusive guiando mísseis de médio alcance R-77.
Detalhe do canhão GSH-30-2 utlizado pelo Su-25
Um canhão GSH-30-2 com 2 canos em calibre 30 mm é o armamento orgânico do Su-25. Este canhão tem uma cadência de 3000 tiros por minuto e a caixa de munição guarda 250 projéteis. As versões mais avançadas do Frogfoot, como o Su-25T e Su-25TM são habilitados a lançar armas guiadas o que permite uma maior flexibilização das missões que o Frogfoot pode executar. Entre estas armas inteligentes estão o moderno míssil antitanque Vikhr M cujo alcance chega a 10 km quando lançado de uma aeronave de asa fixa (este mesmo míssil tem seu alcance diminuído para 8 km se lançado por helicóptero). O míssil Vikhr M é guiado por feixe laser fornecido pela torre Shkval do próprio Su-25. Outra vantagem significativa deste míssil é a possibilidade de ser transportado em grandes quantidades. No Frogfoot podem ser transportados até 8 mísseis por cabide! Outros mísseis disponíveis para o Su-25 são o Kh-23 (AS-7 Kerry pela nomenclatura da OTAN) com alcance de 10 km e usado contra pequenos alvos de superfície, incluindo embarcações, Kh-25ML (AS-10 Karen), um derivado do Kh-23 com alguns aperfeiçoamentos como a modularidade de sistemas de guiagem, que permite atacar alvos específicos como radares inimigos. O míssil Kh-29 (AS-14 Kedge) com guiamento que pode ser a laser ou a TV, dependendo da versão e com alcance que varia de 10 a 30 km dando alguma capacidade “standoff†(capacidade de atacar um alvo fora do alcance das defesas antiaéreas).
Detalhe para os 16 mísseis Vikhr M sob as asas do Su-25.
Existe, ainda, a possibilidade de se usar mísseis antinavio Kh-35 (AS-20 Kayak) na versão Su-25 TM graças ao uso do radar Kopyo que faz a aquisição do alvo para carregar os dados no míssil. O Kh-35 é um potente míssil com uma ogiva de 145 kg de alto explosivo, guiado por radar ativo na fase final do ataque e que possui um alcance de 130 km.
Para autodefesa podem ser transportados mísseis de curto alcance R-60 (AA-8 Aphid), guiados por infravermelho (IR), além de, na versão TM, equipada com radar, pode ser usado o míssil R-77, de médio alcance, cerca de 100 km e guiado por radar ativo.
A robustez do Frogfoot e a sua grande capacidade de transporte de armamentos o tornaram um importante sistema de armas de apoio as tropas em terra. Hoje apenas o A-10 executa missões similares a o do Su-25 e até o momento não há nenhum projeto que tenha o objetivo de substituir este poderoso avião de combate, o que permite concluir que o Frogfoot será mantido em serviço por muitos anos ainda.
