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VI

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Azevedo
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VI

Mensagem por Azevedo »

No teatro europeu os caças inimigos se apresentavam como um perigo ainda maior. Durante as violentas batalhas aéreas sobre a Europa, os pilotos de caça alemães por vezes provocavam caos e destruição nos bombardeiros americanos. A maioria dos tripulantes do bombardeiros americanos encarava os caças alemães com uma cautela respeitosa e uma salutar dose de medo. Ken Bragg, um piloto com 97º Grupo de Bombardeiros no norte da África, se lembra de um intenso ataque de caças contra o seu grupo durante uma missão diurna em Bizerte (Tunísia): “Em segundos eles estavam em cima da gente, mergulhando entre a nossa formação vindo a partir do sol que cegava, seus canhões espalhando a morte. Nosso grande bombardeiro, All American, tremia raivosamente com as vibrações provocadas pelas respostas das metralhadoras .50. Eles vinham com um avião atrás do outro a cada 30 segundos pronto para aplicar os golpes com seu poder de fogo fantástico. Balas traçadoras brilhantes voavam em todas as direções como se garotos estivessem jogando fogos de artifícios um no outro. O primeiro a atacar fez uma meia curva no meio da nossa esquadrilha para sair rapidamente. Ao fazê-lo, eu vi o bombardeiro do capitão Coulter explodir em chamas e fumaça e começar a entrar em uma espiral incontrolável em direção ao solo. O segundo caça inimigo era agora a nossa maior preocupação. Ao seguir o seu líder na curva, nossos artilheiros acharam o alvo. Balas .50 rasgaram o cockpit do piloto. O piloto nazista tinha sido eliminado, mas sua aeronave continuava vindo em nossa direção. Eu empurrei os manche para frente em uma tentativa desesperada de evitar uma colisão. Eu me encolhi enquanto o caça passava a polegadas acima da minha cabeça.”

Começando em 1944 e partindo de bases aéreas no solo italiano, o aliados empreenderam uma ofensiva aérea contra o sul da Alemanha, os Bálcãs e, mais importante, contra os campos de petróleo romenos. As tripulações da 15ª Força Aérea que voavam estas missões às vezes ficavam relegadas a um segundo plano se comparadas com os companheiros mais conhecidos da 8ª Força Aérea na Inglaterra, embora os primeiros também enfrentassem o mesmo tipo de perigo durante as missões sobre a Europa controlada por nazistas. O piloto William Cubbins era um desses homens. Ele voou com o 450º Grupo de Bombardeiros, uma unidade conhecida como “Cottontails”. Cubbins tinha um grande respeito pela habilidade dos pilotos de caça alemães, especialmente depois de um intenso ataque que eles fizeram contra sua formação: “Eu nunca tinha visto ou pensando em ver nada como aquilo. Era um enorme habilidade de pilotar, um circo voador. Suas manobras eram tão ousadas, nossa surpresa foi tanta que eu duvido que um único artilheiro tenha conseguido atirar neles de forma efetiva. Eu acompanhei um dos caças. Ele veio avançando (...) um (Messerschmitt) 109 de nariz amarelo brilhante dançando no ar enquanto que o piloto habilmente evitava de colidir com os bombardeiros. O sol refletia no seu rosto, um rosto que parecia olhar diretamente para nós enquanto que a máscara de oxigênio ficava dependurada de um lado. Eu olhei para ele por um breve momento, mas eu tenho certeza que ele sorriu ao passar por nós. Ondas e mais ondas de 109 com o nariz amarelo (...) e de Focke-Wulf 190 (outro tipo de caça alemão) caíam em cima de nós. Em menos de um minuto entre 40 e 50 caças inimigos tinham nos atingido. Abaixo e à minha direita havia 6 pára-quedas que tinham deixando um B-24 fumegante.”
O 483º Grupo de Bombardeiros também operacionalizou as missões a partir da Itália. Merle Perkins, um operador de rádio desta unidade, descreveu um ataque de caças sobre a sua formação no sudoeste da Alemanha. Quando os bombardeiros começaram a sua aproximação sobre o alvo, os caças alemães apareceram: “Sistematicamente, em uma formação compacta na forma de ponta de flecha, atirando com metralhadoras e foguetes, enxames de 6 caças de cada vez faziam uma curva sobre a “caixa” inferior (Aqui o depoente se refere às formações dos bombardeiros. Durante a Segunda Guerra Mundial, as formações de bombardeiros pesados americanos eram estruturadas em “caixas de combate”, ou seja, uma formação tática que dispunha os aviões o mais próximo possível de forma a ter um proteção mútua. Inicialmente as “caixas” continham um Grupo, mas mais tarde esse conceito foi expandido para incluir a formação de três Grupos, constituindo uma Esquadra (Wing) – N. do T.). Após 6 ataques como esse, todos os aviões e as tripulações do Esquadrão, 70 homens, tinham sumido: um avião explodiu, outro foi totalmente destruído, um terceiro (...) entrou em parafuso. Tentando recompor após deixar o alvo, nós nos juntamos para suportar os ataques seguintes e estes vieram com uma enorme violência. Um Fw190 fez um curva em direção à nossa seção do meio na posição alta às oito horas. Eu atirei contra o FW com rajadas regulares e repetidas de 5 tiros e o atingi. Seu motor começou a fazer fumaça e depois pegou fogo. Meus berros e gritos, meus uivos de raiva e de vitória eram como os de um louco. ‘Seu F.D.P.! Te peguei! Agora foi a tua vez! Espero que você queime nos quintos dos infernos, seu nazista F.D.P.!!’ Eu devo ter repetido isso uma dezena de vezes.”

Joseph Beswick, um engenheiro/artilheiro de torre superior do 483º, também passou pela experiência lunática de felicidade ao abater um avião inimigo. Sua presa foi uma das mais raras – um caça a jato alemão: “Um jato Me-262 atacou um B-17 na nossa asa esquerda. Quando ele o atingiu, eu vi a hélice do motor número 4 se desprender. O jato teve de reduzir a potência de modo a evitar colidir com o B-17 que ele estava atacando. Isso me deu a chance que eu procurava e eu despejei as balas de calibre .50 nele. Ele estava lá, um alvo fácil. Eu tive de parar de atirar com medo de derreter os canos das metralhadoras. Finalmente ele se virou para um dos lados em um mergulho e eu o vi cair soltando fumaça. Tenho certeza (...) que o piloto estava morto dentro do avião.”
A 8ª Força Aérea também lidava contra ataques poderosos de caças inimigos. Na realidade, a efetividade e a ferocidade dos ataques dos caças alemães por pouco não ameaçaram aniquilar a 8ª Força Aérea em 1942-43 durante os primeiros estágios da guerra aérea americana sobre a Europa. Isso aconteceu antes dos Estados Unidos possuírem caças de longo alcance capazes de escoltarem os bombardeiros para os alvos a longa distância e de rechaçarem os caças inimigos. Os oficiais de alta patente inicialmente apostaram todas as fichas no sucesso dos ataques de penetração profunda à luz do dia e sem escolta. Mas a lista de perdas terríveis e inaceitáveis rapidamente provou que eles estavam redondamente enganados. Jack Novey serviu o seu período durante esta época e terminou sendo um dos poucos sortudos a completar as missões ileso. Numa manhã em setembro de 1943, caças alemães atacaram o seu grupo enquanto eles preparavam para bombardear uma fábrica nos arredores de Paris: “Eu estava apoiado na minha metralhadora, olhando para fora, quando de repente, bem na minha frente apareceu um Me-109. Eu juro que, se o cano da minha metralhadora tivesse um metro a mais, eu poderia ter tocado no caça. Eu pude ver o piloto olhando para mim através do canopy. Eu despejei uma rajada da minha metralhadora .50 e as balas explodiram em torno do cockpit. O piloto soltou fora o seu canopy e pulou do avião. Seu uniforme estava em chamas. Seu pára-quedas abriu, queimou em uma chama amarelo-alaranjada e ele se foi aparentemente gritando. Eu nunca irei esquecer a imagem dele, congelado na minha frente e em câmera lenta. Era como se o tempo tivesse parado. Levei mais de trinta anos para esquecer este momento terrível. Só posso ter a esperança de que o piloto estivesse morto antes de cair em chamas – mas acho que ele não estava.”

John Gabay, um artilheiro de cauda do 94º Grupo de Bombardeiros, também participou em algumas dessas missões neste período difícil. No início de dezembro de 1943 sua tripulação voou em uma missão para bombardear Kiel no norte da Alemanha. Imediatamente após os bombardeiros americanos cruzarem a costa, os caças inimigos atacaram: “Quatro deles atacaram nosso avião por trás, um de cada vez. As chamas dos seus canhões, traçadoras das suas metralhadoras e foguetes a partir das asas fizeram com que a situação ficasse um pouco cabeluda. Tudo que eu podia fazer, além de ficar apavorado, era de atirar rajadas contra cada um quando se aproximavam e de pedir ações evasivas. Eu atingi o segundo e ele deu uma guinada em chamas. Eu vi minhas traçadoras atingirem o cockpit do terceiro. Eu talvez tenha atingido o piloto já que o avião começou a perder o controle. Eu atirei mais contra ele, estourando a placa de cobertura embaixo do nariz. Pareceu que uma perna ficou dependurada para fora do avião por um instante, e depois caiu.”

Edward Hearty, um bombardeador do 95º Grupo de Bombardeiros escreveu no seu diário de missões uma descrição memorável e detalhada de um ataque desesperado de caças alemães sobre Munster em outubro de 1943: “ Os Jerries (O termo Jerries no plural, ou Jerry no singular, é uma gíria que significa a maneira a qual os aliados chamavam o soldado alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Às vezes, o termo também significava os civis alemães. Tal designação começou com os militares ingleses durante o conflito. Algumas fontes indicam que a palavra Jerry é uma corruptela do termo em inglês German, ou seja, alemão – N. do T.) atacaram com força depois de nós termos deixado a área de flak. B-17 estão caindo em chamas por todos os lugares. A formação à nossa frente está sendo feita em picadinhos. Até agora oito deles já foram abatidos. Nosso artilheiro da torre inferior abateu 2 (caças inimigos). O da cauda, 1. Os do flanco, 1 para cada. O do rádio, 1. O da torre superior, 1. Eu gastei 1.700 balas da munição e mesmo assim nem conseguiria atingir a parede de um prédio.”
A 8ª Força Aérea naturalmente não poderia absorver tal castigo por muito tempo. Felizmente, ao final de 1943, caças como o P-51 Mustang podiam escoltar os bombardeiros tanto na ida quanto na volta dos alvos. Isso ajudou a refrear as perdas dos bombardeiros, mas não queria dizer que a ameaça por parte dos caças alemães tinha terminado. Larry Wallerstein, um piloto do 381º Grupo de Bombardeiros quase que foi literalmente implodido nos céus sobre Berlim em 1944 por caças alemães: “Eles todos se viraram e (...) vieram para cima de nós na posição 12 horas em duas ondas em um ataque frontal. Nesse momento eu comecei a minha prece de combate diária ‘Meu bom Deus, por favor faça com que voltemos sãos e salvos para casa. Nossas vidas estão em Tuas mãos.’ A primeira linha de caças alemães começou a atirar na nossa formação. Eles atingiram o piloto na posição 3 da nossa unidade. Quando o seu B-17 virou, ele colidiu com o avião líder da unidade. Ambos os B-17 explodiram e o Sweet Patootie (o seu avião) cruzou a fumaça e os destroços. Ao emergir, eu vi uma outra linha de caças alemães se aproximando frontalmente com as suas asas piscando que nem faróis brilhantes. Um deles veio diretamente para cima de nós. Eu percebi o momento que ele ficou no nosso alcance e quando começou a apertar o gatilho. Nesse momento eu puxei o nariz do Sweet Pattotie para cima, virei o controle para a esquerda e pisei no pedal direito do leme numa tentativa e evitar a sua linha de tiro.”

Sua tripulação, particularmente os artilheiros de flanco, rolaram por quase todo o avião, mas o caça alemão errou o alvo. Lloyd Martin, um piloto de B-24 na 8ª Força Aérea descreveu aos seus pais sobre uma missão angustiante em Gotha, na Alemanha, em fevereiro de 1944. Assim que eles chegaram na Alemanha, os caças começaram a atacar: “Este ataque foi o primeiro de muitos, dando início a uma batalha aéria (sic) de duas horas e vinte minutos. Durante este entrevero, eu vi homens morrerem, sobreviverem, lutarem e rezarem. Eu vi combatentes virarem heroeis (sic). Nós suportamos ataques intermináveis de caças monomotores e de caças bimotores carregando foguetes. O alvo aparece diante de nós. ‘Será que esse ataques nunca vão parar? Por favor Deus, nos ajude! Por que eles não param? Lá se vai outro B-24 em chamas’ eram frases que vinham incessantemente pelo interfone. Os caças alemães pareciam usar uma tática suicida de defesa. Desde o momento que cruzamos a costa nazista, caças em revezamento começaram esse martelar incessante.”
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Coloproctologia e cirurgia geral
Dr Anderson Azevedo
Proctologia e cirurgia geral
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