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[Bancada] Luthieria: Guitarra Jazz Paul - Atualizado em 22/10/2014
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magnetorj
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Re: Luthieria: Jazz Paul
To com o night vou acompanhar sem dar pitaco,mas e uma montagem bem interessante ate encomendaria uma se soubesse tirar um som nela kkkkkkkk
Re: Luthieria: Jazz Paul
Oi, Otto, aceito sim!otto nielsen escreveu:SHow de bola em... Só pra controle.. vc aceita encomenda..
Adoro este modelo.. les paul...
O bacana de tudo é que a guitarra pode ser feita de acordo com o gosto pessoal de cada um, se tornando um instrumento totalmente custom.
~ Jamais discuta com um idiota pois um observador poderá não conseguir distinguir quem é quem. ~
Re: Luthieria: Guitarra Jazz Paul
Então pessoal!
Já faz um tempo desde que atualizei o tópico pela última vez, mas falta de tempo é fogo. E a culpa é minha que cismo de fazer um monte de coisas ao mesmo tempo e no final das contas não faço nada direito. Rs... agora, além do modelismo, marcenaria e luthieria, não sei se cheguei a mencionar mas estou gravando um álbum com minha esposa (sonho de três décadas que finalmente se torna realidade). Fora isso resolvi voltar a jogar video-game no computador e aderir ao ciclismo. Assim fica difícil!
Enfim, depois de deixar a guitarra jogada alguns meses num canto da oficina retomei o projeto.
Comecei aplicando o binding que é uma espécie de fita de plástico de acabamento cujo função nesse caso é fazer a junção entre o corpo e o tampo. A melhor palavra em português para definir isso seria 'debrum'. Utilizei um binding relativamente grande com 9mm de altura por 2mm de espessura. A colocação do binding é meio chatinha pois é preciso abrir um canal na madeira onde ele será encaixado e colado. Para isso utilizei uma ferramenta chamada tupia. A fresa para o corte do canal tem que ser especial pois o rolamento guia precisa ter um diâmetro menor do que o corte da fresa justamente para fazer o rebaixo. Abaixo uma foto bem ampliada do finalzinho do canal para ter uma ideia de como é o canal (parece um degrau):
O binding é isso aqui:
E aqui o corpo já com ele todo aplicado (e também com o encaixe do captador já pré cortado):
A aplicação dele no lugar é um trabalho a parte, pois embora flexível ele é relativamente rígido e se você fizer muita força para curvá-lo (especialmente nas curvas mais fechadas) ele se quebra. Tive então que aquecê-lo com um secador de cabelo e ir massageando até ficar mais ou menos no formato. Finalmente, prendi ele todo com fita crepe bem tensa encaixando-o contra o corpo e finalmente fui aplicando super-cola nas junções.
Em seguida voltei a trabalhar no braço da guitarra. Infelizmente tive alguns contratempos com essa escala que eu tinha feito inicialmente:
Embora ela tivesse ficado bonita, ocorreram alguns pequenos problemas que a tornaram inutilizável e por causa disso ela acabou na LATA DO LIXO. Faz parte.
Então fiz uma escala nova (dessa vez sem marcações, e que deu um ar classudo a mesma), colei ela ao braço e apliquei o logo em madrepérola, ficando assim:
Ficou bacana, não ficou???? Pois é... mas a coisa não saiu como eu esperava e dessa vez foi PIOR! Acontece que devido à minha pressa e excesso de auto-confiança eu não chequei o braço da guitarra após deixá-lo por meses jogado na oficina e só fui verificá-lo DEPOIS de pronto. Resultado: descobri que ele tinha empenado, ou melhor (pior?), tinha torcido. Na foto abaixo, dá para ver claramente uma torção para o lado esquerdo.
Para quem não sabe esse tipo de empenamento não tem jeito. Quando isso acontece com um braço de instrumento, é LIXO. Mas por que foi que isso aconteceu? Bem, foi porque eu utilizei uma sobra de tábua que estava na minha oficina e que foi comprada em uma serraria. Normalmente as madeiras de serraria são vendidas ainda verdes, o que significa que ainda têm muita água e portanto ainda irão acomodar e encontrar sua forma definitiva. Eu já sabia disso mas na ansiedade de trabalhar no braço da guitarra 'ignorei' esse fato acreditando que por ser a Muiracatiara uma madeira bem densa e pesada isso não aconteceria. Nada de mais em utilizar madeira de serraria, mas se for esse o caso ela deve ser comprada, cortada no tamanho do bloco que será trabalhado, datada e guardada por pelo menos um ano antes de pensar em mexer nela. Esse tempo de maturação é chamado de 'seasoning', e quanto mais velha e descansada for a madeira melhor. Por isso quando é preciso trabalhar em um instrumento e não se pode ficar esperando a secagem da madeira, é melhor adquirir os blocos em lojas especializadas em fornecimento de madeira para luthier.
Dessa vez aprendi a lição e para refazer o braço dessa guitarra encomendei um bloco de Jatobá que estou esperando chegar.
Já faz um tempo desde que atualizei o tópico pela última vez, mas falta de tempo é fogo. E a culpa é minha que cismo de fazer um monte de coisas ao mesmo tempo e no final das contas não faço nada direito. Rs... agora, além do modelismo, marcenaria e luthieria, não sei se cheguei a mencionar mas estou gravando um álbum com minha esposa (sonho de três décadas que finalmente se torna realidade). Fora isso resolvi voltar a jogar video-game no computador e aderir ao ciclismo. Assim fica difícil!
Enfim, depois de deixar a guitarra jogada alguns meses num canto da oficina retomei o projeto.
Comecei aplicando o binding que é uma espécie de fita de plástico de acabamento cujo função nesse caso é fazer a junção entre o corpo e o tampo. A melhor palavra em português para definir isso seria 'debrum'. Utilizei um binding relativamente grande com 9mm de altura por 2mm de espessura. A colocação do binding é meio chatinha pois é preciso abrir um canal na madeira onde ele será encaixado e colado. Para isso utilizei uma ferramenta chamada tupia. A fresa para o corte do canal tem que ser especial pois o rolamento guia precisa ter um diâmetro menor do que o corte da fresa justamente para fazer o rebaixo. Abaixo uma foto bem ampliada do finalzinho do canal para ter uma ideia de como é o canal (parece um degrau):
O binding é isso aqui:
E aqui o corpo já com ele todo aplicado (e também com o encaixe do captador já pré cortado):
A aplicação dele no lugar é um trabalho a parte, pois embora flexível ele é relativamente rígido e se você fizer muita força para curvá-lo (especialmente nas curvas mais fechadas) ele se quebra. Tive então que aquecê-lo com um secador de cabelo e ir massageando até ficar mais ou menos no formato. Finalmente, prendi ele todo com fita crepe bem tensa encaixando-o contra o corpo e finalmente fui aplicando super-cola nas junções.
Em seguida voltei a trabalhar no braço da guitarra. Infelizmente tive alguns contratempos com essa escala que eu tinha feito inicialmente:
Embora ela tivesse ficado bonita, ocorreram alguns pequenos problemas que a tornaram inutilizável e por causa disso ela acabou na LATA DO LIXO. Faz parte.
Então fiz uma escala nova (dessa vez sem marcações, e que deu um ar classudo a mesma), colei ela ao braço e apliquei o logo em madrepérola, ficando assim:
Ficou bacana, não ficou???? Pois é... mas a coisa não saiu como eu esperava e dessa vez foi PIOR! Acontece que devido à minha pressa e excesso de auto-confiança eu não chequei o braço da guitarra após deixá-lo por meses jogado na oficina e só fui verificá-lo DEPOIS de pronto. Resultado: descobri que ele tinha empenado, ou melhor (pior?), tinha torcido. Na foto abaixo, dá para ver claramente uma torção para o lado esquerdo.
Para quem não sabe esse tipo de empenamento não tem jeito. Quando isso acontece com um braço de instrumento, é LIXO. Mas por que foi que isso aconteceu? Bem, foi porque eu utilizei uma sobra de tábua que estava na minha oficina e que foi comprada em uma serraria. Normalmente as madeiras de serraria são vendidas ainda verdes, o que significa que ainda têm muita água e portanto ainda irão acomodar e encontrar sua forma definitiva. Eu já sabia disso mas na ansiedade de trabalhar no braço da guitarra 'ignorei' esse fato acreditando que por ser a Muiracatiara uma madeira bem densa e pesada isso não aconteceria. Nada de mais em utilizar madeira de serraria, mas se for esse o caso ela deve ser comprada, cortada no tamanho do bloco que será trabalhado, datada e guardada por pelo menos um ano antes de pensar em mexer nela. Esse tempo de maturação é chamado de 'seasoning', e quanto mais velha e descansada for a madeira melhor. Por isso quando é preciso trabalhar em um instrumento e não se pode ficar esperando a secagem da madeira, é melhor adquirir os blocos em lojas especializadas em fornecimento de madeira para luthier.
Dessa vez aprendi a lição e para refazer o braço dessa guitarra encomendei um bloco de Jatobá que estou esperando chegar.
~ Jamais discuta com um idiota pois um observador poderá não conseguir distinguir quem é quem. ~