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Junkers Ju87 "Stuka"

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Kadu Queiroz
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Junkers Ju87 "Stuka"

Mensagem por Kadu Queiroz »

Histórico

Soldados e civis que participaram e presenciaram a invasão alemã na Europa, principalmente durante os primeiros meses da Blitzkrieg, descreviam que, durante aos bombardeiros em suas cidades, um certo avião mergulhava, em ângulos quase retos (90º), sobre os prédios despejando bombas e terror. Essa verdadeira hecatombe era acompanhada com o estrondo agudo de uma sirene. Indubitavelmente, a impressão que essas pessoas tinham é que o próprio demônio estava mergulhando dos céus. Mas não era nada de sobrenatural, e sim o famoso STUKA.

O Stuka não foi só uma simples arma de guerra, cujo propósito era destruir seu alvo, mas também uma ferramenta bélica com o objetivo psicológico de aterrorizar um adversário desacostumado ao novo conceito de guerra relâmpago.

Sem dúvida, durante os primeiros anos da Blitzkrieg - e mesmo antes, durante a Guerra Civil Espanhola - o Stuka desempenhou um papel vital para as vitórias alemãs na Polônia, Países Baixos, França e no início da Operação Barbarossa. Tal desempenho, não apenas consolidou o sucesso desta aeronave, como também infligiu uma notável seqüência de derrotas aos aliados (não contamos a Inglaterra), a ponto de transforma-la em lenda.

O Nascimento do Stuka

O início da década de 30 foi um período de grande conturbação política e econômica no mundo, principalmente na Alemanha. Nesses anos, o país germânico era sufocado pela repressão econômica e pelas imposições do Tratado de Versalhes que, entre outras coisas, impossibilitava a criação de um exército acima de 100 mil homens e de uma Força Aérea.

Em 1931 Ernst Udet (1896-1941), o segundo maior ás alemão da Primeira Guerra - com 62 vitórias -, participava de uma corrida de aviões em Cleveland (EUA) e presenciou a demonstração de um novo caça-bombardeiro americano, o Curtiss Hawk. Udet logo se impressionou com a excelente performance do aparelho e dois anos mais tarde, ele - com o apoio de seu amigo, o Ministro do Reich Hermann Göring - importou dois aviões deste modelo para a Alemanha. Göring, à esta altura (1933), já idealizava secretamente uma nova força aérea e imediatamente iniciou os testes com o Curtiss. Durante esses vôos, o Curtiss era capaz de mergulhar em ângulos quase retos, soltando sacos de areia exatamente no centro de um pequeno espaço demarcado.

Após a consolidação dos nazistas no poder, Göring iniciou a concreti-zação de seu sonho e imediatamente providenciou o desenvolvimento de um projeto semelhante ao norte-americano, sendo que tal trabalho foi designado para a fábrica de aviões Junkers. Durante o desenvolvimento do avião, surgiu um novo conceito de bombardeiro, o de picada, que partia do pressuposto que tal método de ataque faria com que os aviões bombardeassem com maior precisão, sem a dispersão de bombas (o que ocorria no bombardeiro horizontal) e as maiores chances de acertos nos ataques a alvos menores (como blindados e concentrações de tropas). Da abreviação de seu nome germânico, surgiria seu lendário nome:Sturzkampfflugzeug.

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O Apogeu da Lenda

Em 1937, a Guerra Civil Espanhola dividia a Espanha em duas correntes opostas: os republicanos socialistas (apoiados por brigadas de voluntários estrangeiros e pela URSS) e os nacionalistas fascistas do Generalíssimo Francisco Franco. O conflito deu a oportunidade da Alemanha enviar - por meio da Legião Condor - cerca de 200 aviões, inclusive os novos Ju 87A-1 da StG163. Os Stukas participaram de diversas operações contra as forças esquerdistas, lançando bombas contra formações de tropas e prédios em ataques rasantes ao solo. Neste mesmo ano estiveram envolvidos no triste episódio do bombardeio à cidade de Guernica, imortalizado por Picasso em seu quadro de mesmo nome.
Dois anos depois, as forças republicanas se renderam, graças em grande parte aos Stukas. Em relação às perdas sofridas, que foram relativamente baixas, a maioria delas ocorreu devido às velocidades alucinantes que os Stukas desenvolviam durante o mergulho, quando muitos pilotos perdiam a consciência, o que resultou em vários acidentes fatais.

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Mas essas falhas seriam corrigidas pelos instrutores de vôo durante os treinamentos e na nova versão que entrava em serviço: a B-1. Nessa versão, o Ju 87 trocou a carenagem total do trem de aterrissagem, por uma parcial, sem contar que novas modificações mecâni-
cas estéticas foram incluídas, entre essas a nova cabina, sem a coluna de metal que repartia a versão A e o novo motor de 1100 hp.

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Essa nova variante, entrou em combate na Campanha da Polônia, a partir de 1º de setembro de 1939, onde foi utilizada maciçamente, obtendo diversas vitórias contra alvos terrestres e marítimos. Aliás, um Stuka do I/StG1, pilotado pelo Unteroffizier Frank Neubert foi creditado como tendo obtido a primeira vitória aérea da II Guerra Mundial, ao abater um caça polonês P-11 na manhã de 01.09.1939. Passados 27 dias do início das hostilidades - tempo que levou a derrota das forças polonesas - , a fama do Stuka já se espalhara por toda Europa.

O Stuka repetiu o mesmo desempenho nas campanhas da Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e França.

Equipados com uma sirene que emitia um uivo tenebroso quando estavam em mergulho - segundo a lenda, uma idéia do próprio Hitler - formações de Stukas despejavam bombas e mais bombas sobre concentrações de tropas, ferrovias, pontes, cidades e armazéns, semeando o caos nas defesas adversárias.

O fato que justifica seu estrondoso desempenho é, em grande parte, a situação que as forças aéreas dos países atacados se encontravam, onde a maioria delas era equipada com aviões obsoletos datados do início dos anos 30. Mas a saga do Ju 87 encontraria seu oponente no verão de 1940.

Derrotas e vitórias

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Com a derrota da França e o início dos bombardeios à costa inglesa - numa tentativa de destruir a RAF -, resultou em deslocamento de mais de 200 Stukas para servir nesse front. Contudo, para infelicidade de Göring, a RAF provou ser um inimigo tenaz e desafiador.
Os Ju 87, com baixa velocidade de cruzeiro, eram facilmente abatidos pelos velozes e mo-dernos caças Supermarine Spitfires e Hawker Hurricanes britânicos. Não só o Stuka, mas outros aviões alemães como o Messerschmitt Bf 110, demonstraram uma assustadora incapacidade em vencer as defesas inglesas, mostrando-se muito vulneráveis a nova geração de caças.

Com o grande número de Junkers Ju 87 sendo perdidos, os alemães logo os tiraram daquela Campanha, em 14 de novembro de 1940. As esquadrilhas remanescentes, foram reestruturadas e reconstruídas, a fim de serem empregadas na Campanha dos Balcãs, em 1941.

Longe dos algozes britânicos, os Stukas, exibiriam um trabalho satisfatório durante o ano de 1941. Na invasão de Creta, a Operação Merkur, os Ju 87 afundaram o encouraçado grego Kilkis de 16.500 toneladas e, nos dias 22 e 23 de maio, durante combates memoráveis, os Stukas da StG 2 afundaram os destróieres britânicos HMS Greyhound, HMS Kelly e HMS Kashmir, além de danificar os cruzadores HMS Gloucester e HMS Fiji. Muitas outras embarcações gregas e inglesas também sucumbiram nestes dias, entre eles o porta-aviões HMS Illustrious, que escapou miraculosamente e permaneceu quase um ano em reparos. Novos golpes continuaram no teatro do Mediterrâneo e Norte da África, ainda mais com a adoção da nova versão do Stuka: o modelo D-1, com novo motor de 1400 hp e maior cadência de tiros nas metralhadoras de defesa.

A Operação Barbarrossa

Os Stukas fizeram um bom trabalho no primeiro ano da Invasão da União Soviética, iniciada em junho de 1941, recuperando parte de sua aura mitológica. Mas, com a chegada de novas aeronaves russas, como os Il-2, Yaks e Migs, os Stukas, mais uma vez, tornaram-se vulneráveis.
Com as constantes derrotas diante dos ingleses e russos entre 1942 e 1943, o Ju 87 revelou-se um aparelho velho e lento, sendo presa fácil para aviadores inimigos. Nessa época já se pensava em um substituto para os Stukas, e o Henschel Hs 129 e o Focke-Wulf Fw 190F tomaram parcialmente seu lugar.

Na Rússia, adotou-se uma alternativa interessante para os Ju 87 Stukas: eles foram armados com dois canhões sub-alares de 37mm, do tipo FLAK 18. Cada um levava 12 granadas com poder de penetrar a blindagem dos temidos tanques T-34. Tal versão, denominada G-2 Panzerjäeger ou Kanonenwagen mostrou-se extremamente bem sucedida e ocasionou várias derrotas aos soviéticos. Também se prestaria a consagrar o mais bem sucedido piloto da Luftwaffe, o legendario Oberst Hans-Ulrich Rudel que, no comando desta variante, destruiu 519 tanques e inúmeros outros veículos. Quando utilizados em missões curtas, noturnas, operando em aerodromos improvisados ou ainda, onde a Luftwaffe tivesse conseguido a superioridade aérea, os Stukas ainda podiam ser considerados uma máquina de guerra formidavel.

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O Fim

Durante a fase final da guerra, no período que chamamos de Defesa do Reich, a quantidade de bombardeiros diminuíram vertiginosamente, e os poucos Stukas sobreviventes eram utilizados em ataques quase suicidas às forças aliadas que avançavam.

Quando da assinatura do armistício, em 08 de maio de 1945, poucas centenas de aparelhos Junkers Ju 87 Stuka restavam em condições de vôo. A maioria desses aviões foi destruída durante o plano de reconstrução da Alemanha.

Atualmente, dos 5.709 Ju 87 fabricados ao longo de quase dez anos, apenas dois encontram-se preservados, um Ju 87G-2 "RI+JK" do RAF Museum em Hendon/Inglaterra e um Ju 87B-2/Trop "A5+HL" do Museum of Science and Industry em Chicago/EUA e menos de 10 estão em fase de restauração ou esquecidos em han-gares. Além da Luftwaffe, a Romênia, a Itália, a Hungria e a Bulgária utilizaram versões do Stuka.

Séries: A,B,C,D,G,H,R

Categoria(s): Bombardeiro de mergulho (picado) e ataque ao solo biposto.

Tripulantes: 2

Primeiro Vôo: 1936, (B): Agosto de 1938, (D): 1940

Primeira entrega: (A): Final de 1936

Última entrega: (B): 1941, (D): 1944

Ficha Técnica

Motor (Ju 87B-1) Jumo 211Da 12Cilindros em V invertido, refrigerado a líquido, de 1.100 Hp; (Ju 87D-1, D-5 e demais versões) Jumo211J, de 1.300 Hp

Envergadura (B-1, D-1) 13,8 m; (Demais versões) 15,25 m

Comprimento 11,1 m

Altura 3,9 m

Peso 2.750 kg

Peso carregado (B-1) 4.250 Kg; (D-1) 5,720 kg; (Demais versões) 6.585 kg

Velocidade (B-1) 390 Km/h; (D-1) 408 Km/h; (Demais versões) 402 Km/h

Teto de Serviço (B-1) 8.000 m; (Demais versões) 7.320 m

Alcance (B-1) 600 Km; (Demais versões) 1.000 Km

Armamento (B-1) Duas metralhadoras MG 17 de 7,95 mm nas asas, uma MG 15 de 7,92 mm manejada pelo artilheiro de ré, uma bomba de 500 kg e quatro de 50 Kg

Armamento (D-1, D-5) Duas metralhadoras MG 17 de 7,95 mm nas asas, Duas MG 81 de 7,92 mm geminadas manejadas pelo artilheiro de ré, uma bomba de 1.800 Kg

Armamento (D-7) Dois canhões MG 151/20 de 20 mm nas asas

Armamento (G-1) Dois canhões BK (Flak 18 ou Flak 36) antitanque em suporte sob as asas

Armamento (D-4) Dois contendores WB81 de armas sob as asas, contendo cada um seis metralhadoras MG 81 de 7,92 mm

Fonte:
http://www.luftwaffe39-45.historia.nom.br/aero/ju87.htm


Ju 87 D (Dora)

Na primavera de 1941 a altamente desenvolvida série D teve sua produção iniciada, com mais potência, maior capacidade para transporte de bombas, mais blindagem e muitas outras modificações. Enquanto o planificado Ju 187 era esperado (nunca conseguiu ser completado), o fornecimento do Ju 87 continuava a ser feito, com altos e baixos, até 1944, quando mais de 5.700 haviam sido entregues. Muitos dos subtipos finais eram da famosa série G, dotada de canhões anti-tanques sob as asas.

O Ju 87 padeceu da sua concepção com avião por toda sua existência: foi uma arma de ataque rápido com superioridade aérea garantida pela destruição dos aviões inimigos no solo, deixando os que sobrassem para os Bf109. Considerado um "destempero aerodinâmico" por uns, e "a arma definitiva" por outros, foi um polêmico e fantástico avião. Utilizado como ponta de lança dos exércitos alemães contra foças aéreas mal equipadas em relação a Radar e aviso de bombardeio, atacando sempre de surpresa e a frente das colunas blindadas alemãs, arrasou em terra todos os seus oponentes, sendo um clássico avião criado para para a Blittzkrieg, onde a surpresa e a potência dos ataques que desferiam o golpe inicial é que definiriam o sucesso, conseguindo a superioridade aérea pela destruição dos aviões em terra, e martelando as tropas e posições de artilharia inimigas com precisão e alcance muito superior aos canhões de tiro longo (os obuseiros e peças de 88 mm, 105 mm e 155 mm, seus contemporâneos). Utilizado contra uma força aérea com sofisticados sistemas de Radar e aviso prévio de ataques como a Inglaterra, sucumbiu as suas deficiências básicas - fraco desempenho, sofrível em manobras e pouco armamento defensivo - sendo uma presa fácil para os Spitfires e Hurricanes. Na frente russa suas sirenes foram retiradas, pois o seu som simplesmente era usado pelos atacados como guia para o fogo da AK (diversos pilotos de Stuka definiram as AK russas como as mais certeiras e mortíferas de todos os fronts alemães).

Fonte:
http://www.cockpitnews.com.br/junkers-j ... -0034.html
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