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[Encerrado]  GT - Um Raio de Esperança

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Nerum
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GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por Nerum »

Para comemorar os 70 anos da invasão aliada, venho através desta propor o "GT - Um Raio de Esperança", palavras estas que foram ditas pelo próprio Eisenhower após saber que teria uma janela para efetuar o ataque. Em virtude disso vamos comemorar montando kits que estiveram envolvidos nesse grande marco da história.

Sugestão de GT: GT - "Um Raio de Esperança"

Tema: Todos os veículos terrestres, Aviação, Marítimo, Anfíbios etc.

Modelos Todos | Fabricantes Todos | Escala: Todas

Sugerido em: 05/06/2014

Expira em: 09/12/2014

Área: Temáticos

Data prevista de início: Assim que ficar OK!

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Editado pela última vez por Nerum em 17 Jun 2014, 22:23, em um total de 13 vezes.
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massruha
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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por massruha »

Estamos juntos nesse brother!!!
O Dia D


Durante o mês de junho de 1944, as condições meteorológicas na zona do Canal da Mancha variaram permanentemente entre ruins e inteiramente más, para permitir que se realizasse uma operação tão importante como Overlord. De fato, os ventos e as ressacas foram os mais fortes registrados nos últimos vinte anos.

O estado do tempo se converteu assim no principal inimigo das unidades aliadas, cujos comandos chegaram a depender inteiramente dos boletins meteorológicos.

A partir do dia 1o de junho de 1944 , Eisenhower, comandante-supremo de Overlord, começou o se reunir diariamente com seus chefes superiores, com a finalidade de analisar detidamente os boletins do tempo. 5 de junho já havia sido determinado como o Dia D. Contudo, a palavra final e definitiva ficava subordinada o um fator que não podia ser controlado pelo alto-comando: o tempo.

Os informes meteorológicos que chegaram às mãos de Eisenhower no dia 3 foram desalentadores. O mesmo ocorreu no dia 4. Conseqüentemente, Eisenhower, em uma reunião celebrada no dia 4, pela manhã, resolveu atrasar o operação por mais 24 horas.

No dia 5 de junho, pela manhã, os informes meteorológicos eram semelhantes aos dos dias anteriores: continuaria o mau tempo. Para o dia 6, no entanto, os boletins continham o que Eisenhower chamou de "um raio de esperança". De fato, previa-se um intervalo de boas condições, a partir das últimas horas do dia 5, mantendo-se até o manhã seguinte, com ventos leves e nuvens não inferiores a 1 .000 metros. Previa-se, também, que a partir da noite de 6, ocorreria outra reviravolta nas condições do tempo, com o retorno dos ventos fortes e mar muito agitado.

A esta altura dos acontecimentos, Eisenhower tinha em suas mãos um verdadeiro dilema: as condições do tempo impunham o adiamento da operação; esta só se tornaria possível por vinte e quatro horas, pois no dia 7 mudariam as condições das marés; porém esse atraso de 24 horas era impossível, pois as forças navais de bombardeio já haviam zarpado e, conseqüentemente, suspendendo a operação, e retornando ao porto, seu regresso à zona de invasão já não poderia produzir-se na data estabelecida.

Era necessário tomar uma decisão imediata e irrevogável. E Eisenhower tomou-a, no dia 5 de junho, às 0,40 horas: a invasão da França ocorreria no dia seguinte.


O Dia D

No dia 6 de junho, os prognósticos meteorológicos se cumpriram. Conforme estava previsto, o Dia D amanheceu com ventos muito diminuídos em sua intensidade e massas de nuvens a grande altitude. Esses fatores ofereciam condições favoráveis para as operações aerotransportadas e também para o bombardeio prévio ao desembarque.

Além disso, como o próprio Eisenhower escreveu mais tarde, "a decisão de lançar um assalto no momento em que o tempo estava tão instável, originou em grande parte a surpresa que buscávamos. O inimigo havia chegado à conclusão de que qualquer expedição através do canal seria impossível enquanto as ondas fossem tão altas, e, com suas instalações de radar inutilizadas em conseqüência dos nossos ataques aéreos, sua evidente falta de preparo para nossa chegada compensou amplamente as dificuldades que tivemos que suportar. O tempo não foi a única circunstância que acompanhou os desembarques aliados... Aparentemente, o inimigo acreditara que somente realizaríamos o desembarque com lua nova e maré alta, e que, ao escolher o local do assalto principal, optaríamos pelas imediações de um bom porto, evitando os rochas e as águas perigosas, de pouca profundidade. Na realidade, atacamos pouco antes da maré baixa e com lua cheia; desembarcamos longe dos portos principais e, em determinados lugares, sob encostas abruptas, e os águas, pelas quais nos aproximávamos da costa, eram tão semeadas de arrecifes e apresentavam correntes tão fortes que os técnicos navais alemães haviam-nos catalogado anteriormente como impraticáveis para unidades de desembarques".

O Dia D, na verdade, dependia pura e exclusivamente das marés. O ciclo lunar propiciava seis dias favoráveis por mês para uma operação semelhante. Os três primeiros desses seis dias eram 5, 6 e 7 de junho. Se o mau tempo impedisse a operação nesses três dias, a invasão teria que ser adiada por duas semanas. Se, por outro lado, novamente o mau tempo impedisse no outro período, não restaria outra alternativa senão retardar o invasão até o mês de julho. O General Bradley disse a respeito: "A perspectiva era terrível: 28 dias, nos quais teríamos que conservar um segredo conhecido por mais de 140.000 homens...".

De fato, dado que todas as tropas estavam inteiradas da operação, elas deveriam permanecer isoladas e incomunicáveis quase um mês... A escolha do Dia D estava limitada aos seis dias citados, visto que somente nesse período se satisfaziam as necessidades de luz ao amanhecer e maré favorável. A Marinha e a Aviação haviam insistido acerca da necessidade imprescindível de contar com luz natural suficiente para proceder ao bombardeio prévio. O Exército, por sua vez, sustentava a necessidade de aproximar-se da costa acobertado pelas sombras e efetuar o desembarque com as primeiras luzes do amanhecer.

Das discussões de cada uma das posições dos grupos empenhados, no referente a luz e sombra, ficou estabelecido que o Exército cedia em sua exigência de obscuridade, e aceitava estabelecer a Hora H trinta minutos depois do amanhecer. Com referência às marés, em troca, o Exército insistiu e viu a sua posição aprovada, o que, por outro lado, não podia ser de outra maneira.

De fato, duas vezes por dia, as praias da Normandia eram inundadas por uma maré que tinha seis metros de diferença entre suas marcas máxima e mínima. Com maré baixa, as defesas das praias ficavam descobertas e eram claramente visíveis do mar, a mais de 360 metros de distância; com maré alta, ao contrário, as águas chegavam até os barrancos do fundo da praia Omaha.

Para tocar terra com baixo volume de perdas, era necessário fazê-lo com a maré alta, a fim de encurtar a distância dos barrancos. Um inconveniente insolúvel se opunha a esta solução: as defesas colocadas nas praias pelos homens de Rommel. O problema foi solucionado decidindo-se efetuar o assalto quando a maré crescente atingisse a linha de obstáculos, dando assim aos sapadores trinta minutos para limpar os canais de acesso, antes que a água fosse demasiado profunda. As levas subsequentes de assalto navegariam sobre maré crescente, se aproximando dos barrancos pelos canais livres de obstáculos.

No dia 5 de junho, véspera do Dia D, as forças de assalto da invasão zarparam dos portos do sul da Inglaterra, onde previamente estavam concentradas. As forças americanas zarparam do sudoeste, e as forças britânico-canadenses do sudeste. O encontro se produziu na chamada Zona Z, o umas 13 milhas ao sul da ilha de Wight. Desse ponto, as cinco forças de assalto se dirigiram em linha reta para a França.

A força de invasão

Em linhas gerais, o plano de ataque do Exército compreendia um assalto sobre uma frente de cinco divisões, nas praias de Ouistreham e Varreville, com o propósito imediato de estabelecer cabeças de praia para facilitar o acesso dos tropas que continuariam chegando. Os objetivos iniciais do ataque incluíam a tomada de Caen, Boyeux, Isigny e Carentan, com os aeródromos dos seus arredores, e o porto de Cherburgo. Depois, os fôrças deveriam avançar rumo à Bretanha com o fim de tomar os portos ao sul de Nantes. O principal objetivo subseqüente consistia em avançar para o leste, sobre a linha do Loire, na direção geral de Paris, e para o norte, cruzando o Sena, com o propósito de destruir a maior quantidade possível de forças alemães nessa zona ocidental.

Como se decidira abastecer as forças americanas que combatiam na Europa, diretamente dos portos americanos, as tropas dos EUA foram designadas para o flanco direito das operações. Deviam tomar Cherburgo e os portos bretões como bases de abastecimentos, enquanto as forças britânicas, avançando para o leste e o norte, ao longo da costa, deveriam tomar os portos sobre o Canal, chegando ao norte, até Amberes; através destes últimos portos seriam abastecidas diretamente da Inglaterra.

No flanco direito, forças americanas do 1o Exército, do General Bradley, deviam assaltar a praia Varreville (Utah) e a praia Saint Laurent (Omaha). O 7o Corpo do General Collins devia participar, com a 4a Divisão de Infantaria, do assalto contra a praia Utah, justamente ao norte do estuário do Vire. Durante os primeiras horas da manhã do Dia D, a 82a e a 101a Divisões Aerotransportadas seriam lançadas sobre o setor oeste e sudeste de Sainte-MèreEglise, onde sua, missão consistiria em capturar as pontes sobre o rio Merderet, obter o linha do rio Douve como barreira, e apoiar o desembarque da 4a Divisão de Infantaria na praia. Esperava-se que, ao final do Dia D, o 7o Corpo, com as divisões aerotransportadas sob o seu comando, controlaria a zona a leste do rio Merderet, desde o sul de Montebourgo até o Douve.

O 5o Corpo do General Gerow planejou o seu ataque a uma extensão de praia de 7.000 metros, conhecida com o nome-código de Omaha, sobre a costa norte de Calvados, perto de Saint Laurent. Uma equipe de combate da 29a Divisão de Infantaria à direita, e uma equipe de combate da 1a Divisão de Infantaria à esquerda, ambas sob o comando da 1a Divisão de Infantaria, deviam atacar na leva inicial.

O principal objetivo do 7o Corpo, apoiado pelas divisões aerotransportadas, era cortar a península de Cotentin, para evitar o ataque pelo sul, e, avançando rumo ao norte, tomar o porto de Cherburgo, o que se esperava para o Dia D + 8. Enquanto Cherburgo fosse tomado, tropas do 5o Corpo, e as forças que as seguiriam, deviam avançar em direção sul até Saint-Lo, tomando a cidade no Dia D + 9. Depois da conquista de Cotentin, as forças empenhadas ali e as que desembarcassem a seguir também deveriam girar para o sul, unir-se às forças desembarcadas em Omaha e avançar até a linha Avranches-Domfront, onde deveriam estar no Dia D + 20, aproximadamente.

Durante esse período, forças do 3o Exército, do General Patton, deviam ser desembarcadas nas praias americanas e estariam inicialmente sob o controle operativo do 1o Exército, passando ao controle do 3o Exército quando o seu QG fosse transferido para o continente, mais ou menos por volta do Dia D + 30.

Enquanto o 1o Exército efetuava um movimento giratório inicial em direção ao interior da península bretã, rumo a Saint-Malo, planejou-se que o 3o Exército, com suas forças em aumento progressivo, substituiria o 1o Exército, encarregando-se da conquista da península e dos portos bretões nessa mesma ocasião. O 1o Exército então, livre da sua responsabilidade pela Bretanha, devia conduzir suas forças para o sul e para o leste, ao longo do Loire, chegando a uma linha além de Angers-le-Mans, no Dia D + 40. Enquanto isso, forças britânicas e canadenses, desembarcando nas praias de Ouistreham (Sword), Courseulles (Juno) e Asnelles (Gold), deviam proteger o flanco esquerdo dos forças aliadas contra o que se supunha que viria a ser o principal contra-ataque alemão pelo leste. Uma missão adicional importante era ganhar terreno ao sul e sudeste de Caen, zona adequada para a instalação de aeródromos e para o emprego das forças blindadas. O primeiro assalto devia ser realizado por três divisões do 2o Exército britânico do General Dempsey: a 3a Divisão de Infantaria canadense, a 3a Divisão de Infantaria britânica do 1o Corpo e a 50a Divisão de Infantaria do 30o Corpo. A 6a Divisão Aerotransportada britânica devia ser lançada atrás das defesas da praia para conquistar as pontes vitais sobre o Canal de Caen e sobre o rio Orne entre Caen e o mar junto com outros objetivos determinados naquela localidade. Essas forças, com as tropas que a seguiriam, avançando para o sul, ocupariam o território do interior até a linha Vire-Falaise incluindo o núcleo rodoviário de Caen, mais ou menos no Dia D + 20.

Depois de ocupar essa zona, as forças britânicas deviam continuar penetrando ao longo da linha do Sena, avançando sobre o flanco esquerdo das divisões americanas até que, no Dia D + 90, a frente aliada geral estaria situada sobre o Sena, desde Le Havre até Paris no norte, e ao longo do Loire, desde Nantes até Orleans, Fontainebleau e Paris no sul e leste. No oeste, a península bretã estaria totalmente ocupada. No Dia D + 90, os exércitos deviam estar prontos para tomar Paris, forçar a travessia do Sena no transcurso de um avanço rumo ao norte até o Somme, e continuar rumo ao leste, ao longo do Marne, penetrando em direção à fronteira alemã.

Para levar a cabo a missão de invadir a Europa ocidental, devia haver na Inglaterra um total de 37 divisões: 23 de infantaria, 10 blindadas e 4 aerotransportadas.

As forças navais e a invasão

O êxito das forças terrestres no assalto contra a fortaleza européia dependia, inicialmente, das operações da Força Naval Expedicionária Aliada, sob o comando do Almirante Ramsay. É possível compreender o esforço que as forças navais executavam, somente ao citar o número de unidades que interviriam no operação: mais de 5.000 barcos, e outras 4.000 embarcações adicionais "do barco à costa".

De acordo com o plano naval, a zona de assalto das forças navais estava limitada, no norte, pelo paralelo 49o 40', e no oeste, sul e leste, pelas costas da baía do Sena. Esta região estava dividida em duas zonas para Forças de Serviço, americano e britânica, denominadas Força de Serviço Ocidental (americana) e Força de Serviço, Oriental (britânica). A primeira se encontrava sob as ordens do Almirante Kirk e a segunda operava sob o comando do Almirante Vian. Ambos os grupos, por sua vez, estavam subdivididos em cinco forças de assalto, cada uma delas responsável pelo desembarque de uma divisão de assalto em uma dos cinco zonas da praia, e do desembarque de duas divisões subseqüentes.

Na zona americana as forças de assalto eram conhecidas como Força U ou Força O (Utah e Omaha) e estavam sob o comando do Contra-Almirante Moon e do Vice-Almirante Hall, respectivamente. Por sua vez, na zona britânica, as forças de assalto eram conhecidas sob os nomes de Força S, Força J e Força G (Sword, Juno e Gold) e estavam sob as ordens do Contra-Almirante Talbot, do Comodoro Oliver e do Contra-Almirante Douglas-Pennant.

Com a finalidade de assegurar o desembarque das tropas de assalto nas praias, a Marinha devia providenciar forças de proteção adequadas para cobrir os flancos das rotas de assalto, e devia, com caça-minas, preceder o ataque, limpando o Canal. Seriam utilizadas doze flotilhas de caça-minas. Uma vez dentro do alcance da zona de cabeça de praia, os canhões navais pesados deviam neutralizar as baterias costeiras inimigas, complementando a tarefa das forças aéreas e depois, enquanto as embarcações de desembarque se aproximavam da costa, bombardearem intensamente as defesas costeiras com todos os canhões que pudessem dispor.

A Hora H era diferente para quase todas as frotas, dadas as diversas condições das praias. A Força U, por exemplo, devia iniciar seu trabalho às 6h 30m, enquanto que a Força J somente o faria 35 minutos mais tarde.

Após a operação mais importante, as forças navais, nos dias subseqüentes, deveriam manter livres os "canais" entre o França e a Grã-Bretanha, com o objetivo de permitir o envio de abastecimentos e reforços. Também era missão da Marinha a instalação de cinco ancoradouros artificiais na costa francesa.

No dia 26 de abril, as cinco forças navais de assalto estavam reunidas nos seguintes locais: Força U, em Plymouth; Força O, em Portland, Força S, em Portsmouth; Força G, em Southampton e Forço J, na ilha de Wight. As duas forças que deveriam segui-las, a Força B e a Força L haviam sido reunidas nas zonas de Folmouth-Plymouth e de Nore.

As forças aéreas e a invasão

O plano de apoio à operação anfíbia compreendia duas partes: uma preparatória e outra de assalto. Foi seu criador o comandante do aviação, Marechal Leigh-Mallory, que exercia a chefia das Forças Aéreas Táticas. Esse grupamento, formado pela Segunda Força Aérea Tática britânica e a Nona Força Aérea americana, devia operar em apoio direto dos exércitos terrestres. Às Forças Aéreas Estratégicas também seriam confiadas responsabilidades táticas definidas durante os períodos críticos, apesar de sua missão principal ser a continuação dos ataques contra o potencial industrial da Alemanha.

Na fase preparatória, a potência de ataque das Forças Aéreas Táticas estaria dirigido contra os alvos ferroviários, pontes e aeródromos, nos arredores da zona de assalto, baterias costeiras, estações de radar e outros alvos navais e militares. Além dos seus aviões de reserva, estas forças dispunham, para suas operações, de 2.434 aviões de caça e bombardeio; a esses se somavam ainda outros 700 aviões de bombardeio médios e leves.

Os ataques contra os centros ferroviários deviam começar no Dia D menos 60, e seriam efetuados sobre uma zona ampla, a fim de não fornecer ao inimigo nenhum indício acerca da possível praia de invasão. Pouco antes do Dia D, os ataques foram se intensificando; começou-se então a martelar os objetivos mais importantes, relacionados com a operação Overlord, porém, sempre controlando a ação dos bombardeiros, de maneira a evitar os indícios comprometedores.

Os ataques contra baterias costeiras, aeródromos e pontes, na fase prévia, foram planejados e levados a cabo de tal maneira, que somente uma terça parte deles afetava os alvos diretamente relacionados com o Dia D.

Os ataques contra as pontes do noroeste da França deviam se iniciar no Dia D menos 46, e ser intensificados à medida que a data da invasão se aproximasse. O alvo desses ataques era isolar a zona de batalha do resto da França.

Os aeródromos inimigos, num raio de 250 km da zona de combate, deviam ser atacados, começando as operações no Dia D menos 21. Durante o assalto propriamente dito, projetava-se manter uma densidade contínua de dez esquadrilhas de aviões de combate, para cobrir a zona da praia, cinco sobre o setor britânico e cinco sobre o americano. Seis esquadrilhas mais deveriam estar prontas para apoiar a cobertura das praias em caso de necessidade.

As forças frente a frente

Sob o comando supremo do General Eisenhower alinhavam-se os efetivos do 21o Grupo de Exércitos, sob as ordens do General Montgomery, e o 1o Exército dos Estados Unidos, comandado pelo General Bradley. O 7o Corpo de Exército, sob as ordens do Major-General Collins, dos Estados Unidos, tinha a seu cargo o desembarque na praia Utah; compunham os seus efetivos a 4a, a 9a e a 90a Divisões de Infantaria dos Estados Unidos, que seriam distribuídas nos dias 6, 10-13 e 6-9 de junho. As tropas aerotransportadas americanas que seriam lançadas sobre a zona de invasão eram integradas pelas Divisões 82a e 101a; ambas seriam lançadas à batalha no dia 6 de junho. O 5o Corpo de Exército, sob o comando do General Gerow, compreendendo as Divisões 29a e 2a de Infantaria americanas, desembarcariam nos dias 6-7 e 7-8 de junho, respectivamente; a 2a Divisão Blindada, também dos Estados Unidos, tocaria terra entre os dias 10-13 de junho; todos esses efetivos desembarcariam na praia Omaha; a chamada praia Gold seria assaltada pela 50a Divisão de Infantaria, a 7a Divisão Blindado, e a 49a Divisão de Infantaria, todas britânicas, nos dias 6, 8-10 e 11-12 de junho; as unidades estariam sob as ordens do Tenente-General Dempsey e do Tenente-General Bucknall. Por último, o 1o Corpo de Exército, britânico, comandado pelo Tenente-General Crocker, atacaria as praias Juno e Sword; seus efetivos eram integrados pela 3a Divisão de Infantaria canadense, 51a Divisão de Infantaria britânica, 3a Divisão de Infantaria, também britânica, e a 6a Divisão de Infantaria de aviação (tropas aerotransportadas); as unidades atacariam seus objetivos, a 9-11 de junho a 3a Divisão de Infantaria britânica, e no dia 6 as restantes.

As forças navais de ataque e proteção compreendiam um total de 8 encouraçados, 22 cruzadores, 93 destróieres, 229 escoltas de comboio de todo tipo, 200 caça-minas, 360 lanchas a motor, 4.222 navios de desembarque de diversos tipos; ao todo seriam 5.134 barcos a intervir no operação.

A força aérea que teria a seu cargo a responsabilidade da cobertura aérea era integrada por 12 esquadrões de aviões Havoc, 32 esquadrões de Marauder, 1 de Pathfinder, 39 de Thunderbolt, 13 de Lightning, 17 de Mustang, 54 de Dakota, 2 de Boston, 4 de Mitchell, 12 de Mosquito, 29 de Spitfire, 21 de Typhoon e 2 de Tempest. Agregavam-se a estas forças, as unidades de aviação estratégica, sob as ordens do Tenente-General Doolitle e do Marechal-do-Ar Harris, dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, respectivamente. Eram, ao todo, 6.518 aviões de combate, transporte e bombardeio.

O comandante supremo alemão, Marechal von Rundstedt, dispunha, por volta de 6 de junho, das seguintes unidades, empenhadas na defesa da zona de invasão: 709a Divisão (11 batalhões), 243a Divisão de Infantaria (seis batalhões e três seções de artilharia), as duas em Cotentin; 91a Divisão de Infantaria de aviação (6 batalhões e 3 seções de artilharia), como reserva em Cotentin. Agregavam-se às citadas o 6° Regimento de Pára-Quedistas (15 companhias), a sudoeste de Carentan; a 352a Divisão de Infantaria (9 batalhões e 3 seções de artilharia), frente a Omaha e Gold; a 716a Divisão de Infantaria (6 batalhões e 3 seções de artilharia), frente a Juno e Sword. Posteriormente ò invasão foram reforçadas com as seguintes unidades: 30a Brigada rápida (ciclista), a 7 de junho; 17a Divisão Blindada de Granadeiros SS (6 batalhões, 1 seção de tanques, 1 seção de veículos leves de reconhecimento e 1 seção de artilharia antiaérea), a 11 de junho; parte da 265a Divisão de Infantaria (1 regimento), a 12 de junho; a 3a Divisão de Pára-Quedistas (9 batalhões, 3 companhias de metralhadoras e 1 seção de artilharia), a 12 de junho; a 5a Divisão de Infantaria, em meados de junho; a 353a Divisão de Infantaria (9 batalhões e 3 seções de artilharia), a 9 de junho; a 2a Divisão Blindada (4 batalhões blindados de granadeiros e 2 seções de tanques), a 12 de junho; a 21a Divisão Blindada, a 130a Divisão Blindada e a 12a Divisão Blindada SS Hitlerjugend, todas pertencentes ao 1o Corpo de Exército SS blindado, enviadas nos dias 6, 7 e 8 de junho, respectivamente; a 711a Divisão de Infantaria e a 346a, a 6 de junho, e a 7a Brigada de morteiros, entre meados e 21 de junho.

As forças navais alemães na zona da invasão estavam integradas pelas seguintes unidades: 3 destróieres, 4 torpedeiros, 36 lanchas rápidas, 37 submarinos e perto de 50 embarcações auxiliares.

A Luftwaffe dispunha de um total de 172 caças, 88 bombardeiros, 159 caça-bombardeiros e aparelhos de reconhecimento. Eram, ao todo, 419 aviões.

Bombas sobre a Normandia

Os barcos do frota da invasão navegavam com dificuldade através das águas agitadas. No Canal da Mancha o mar estava inquieto e as ondas alcançavam dois metros de altura. Um forte vento soprava do oeste e, em conseqüência, produziu-se uma prematura ascensão da maré. Nesse momento dramático, as longas colunas de naves foram sobrevoadas pelas esquadrilhas aliadas que se dirigiam para o continente. Em bandos, aparentemente intermináveis, bombardeiros, caças, e transportes, atroaram o espaço com o rugido dos seus motores. Faltavam poucos minutos para a meia-noite de 5 de junho quando as primeiros bombas começaram a cair sobre o território inimigo. Até as primeiras horas da madrugada, 1.136 aviões do Comando de Bombardeio dos Reais Forças Aéreas haviam lançado 5.853 toneladas de explosivos sobre dez baterias costeiras que bordejavam a baía do Sena, entre Cherburgo e Le Havre. Ao amanhecer, os bombardeiros da Oitava Força Aérea dos EUA prosseguiram o ataque; 1.083 aviões lançaram 1.763 toneladas de bombas sobre as defesas costeiras, durante a meia hora anterior ao desembarque. Paralelamente, bombardeiros médios e leves atacaram sem descanso todo tipo de alvo: estradas, cruzamentos, vias ferroviárias, concentrações de tropas e depósitos de abastecimentos. Enquanto os bombardeiros deixavam cair suas cargas de explosivos sobre o território inimigo, mal passada a meia-noite do dia 5, efetivos da 6a Divisão Aerotransportada britânica foram lançados ao espaço sobre o flanco leste do zona de invasão. No oeste, paralelamente, tropas das Divisões 82a e 101a, aerotransportadas, americanas, tocaram terra. A missão de todos esses efetivos era sinalizar o terreno para o ulterior lançamento da massa das divisões citadas.

À uma e meia da madrugada, os pára-quedistas da 101a Divisão foram lançados ao sudeste de Ste. Mère-Eglise. Às duas, a 6a Divisão britânica começou a desembarcar seus homens a leste do rio Orne. Às duas e meia, os efetivos da 82a americana começaram a cair um pouco mais para o oeste que seus camaradas da 101a Divisão.

Os primeiros soldados aliados acabavam de iniciar a luta naquela região do território europeu. Overlord estava em marcha. Nada podia detê-la.

Quando os bombardeiros estavam encerrando a sua tarefa de amaciamento, nas primeiras horas do dia 6 de junho, a frota naval aliada se aproximou das costas da França. A aproximação se efetuou ao longo dos cinco "corredores" determinados de antemão. Cada "corredor" se dividia em dois setores: lento e rápido; através do rápido, se deslocavam os barcos de guerra e os grandes transportes, enquanto que, pelo lento, agiam as LCT. Os limites dos "corredores" haviam sido determinados com bóias luminosas.

A uma distância que oscilava entre 8 e 13 milhas da costa, na chamada "zona de transporte", os grandes barcos ancoraram e lançaram as embarcações de desembarque. Dessa linha as pequenas barcaças se aproximaram das costas, guiadas na sua marcha pelas bengalas, lançadas para o alto, por vários submarinos de pequena tonelagem, distribuídos na zona, vários dias antes.

A primeira leva de tropas aliadas tocou o solo francês às 6h 30m do Dia D. No setor correspondente ao Primeiro Exército, o 7o Corpo assaltou a praia Utah com a 4a Divisão de Infantaria, e o 5o Corpo assaltou a praia Omaha com a 1a Divisão de Infantaria. Na frente do Segundo Exército, o 30o Corpo desembarcou na praia Gold com a 50a Divisão de Infantaria e o 1o Corpo desembarcou na praia Juno com a 3a Divisão de Infantaria canadense. Na praia Sword, a 3a Divisão de Infantaria britânica tocou terra. A Hora H variou entre 7h 25m e 8h, para o grosso das forças.

O objetivo imediato das cinco primeiras divisões que se lançaram ao assalto era pressionar em direção ao oeste, a partir da praia Utah, estabelecer contato com os duas divisões aerotransportadas, e isolar a península de Cotentin; simultaneamente, no resto da frente, deviam avançar rumo ao sul, para capturar a importante estrada Carentan-Bayeux-Caen, que se dirigia de leste a oeste.

Em linhas gerais, os objetivos imediatos das forças de invasão se cumpriram de acordo com os planos previstos, exceto na praia Omaha, onde se apresentaram graves dificuldades, em virtude da presença no local de uma divisão de infantaria alemã. O mau tempo, também, contribuiu para agravar consideravelmente as coisas, lançando muitas embarcações contra as praias ou fazendo chocarem-se algumas e afundar outras. Grande número de soldados morreram afogados ao tentar ganhar a costa. Também, veículos anfíbios, em grande número, foram lançados às águas a muita distância da costa (num caso, a três milhas) e resultaram alvo fácil para a artilharia alemã; por outro lodo, o mar agitado fez com que muitos deles afundassem.

O desembarque em Utah

Muito pouca resistência encontraram ali os elementos da 4a Divisão de Infantaria. As primeiras levas, inclusive, não foram fustigadas com fogo de armas portáteis. O fogo de algumas baterias distantes, ocasional, foi a única reação visível dos alemães.

Os obstáculos submarinos em Utah eram muito reduzidos. Os focos de artilharia, por sua vez, eram poucos e, portanto, de escassa efetividade.

As tropas, vencendo a fraca resistência, estabeleceram rapidamente contato com o 101a Divisão Aerotransportada. Ao finalizar o Dia D + 1, o 7o Corpo havia conquistado uma cabeça de praia de umas seis milhas de profundidade e se aprontaram para iniciar as operações tendentes a isolar a península de Cotentin e estabelecer Contato com o 5o Corpo, ao sul, na área do estuário do Vire.

As forças navais, por seu lado, depararam nas primeiras horas de luta com surpresas que se traduziram no afundamento de vários destróieres, transportes e barcaças. Um extenso campo minado que não havia sido previamente localizado foi o principal obstáculo para a sua ação.

O desembarque em Omaha

A primeira leva de efetivos da 1a Divisão de Infantaria pisou em terra na praia Omaha, às 6h 35m, cinco minutos depois da hora fixada.

A sorte corrida pelos combatentes de Omaha diferiu em muito do dos homens que haviam desembarcado em Utah. Os tanques anfíbios, que seriam utilizados para neutralizar os ninhos de metralhadoras e baterias costeiras, afundaram em sua maioria. Os poucos que chegaram à costa foram destruídos de imediato pelas baterias costeiras alemães. Igual sorte tiveram os tanques-escavadeiras que deviam eliminar os obstáculos na praia. Os pelotões especiais de engenharia que tinham que limpar a praia de minas e, imediatamente, sinalizar as trilhas livres, perderam quase totalmente seus equipamentos. A infantaria de assalto viu-se, subitamente esmagada contra a praia e martelada pelo intenso fogo inimigo. Por outro lodo, a maré, que começava a subir novamente, taparia rapidamente os obstáculos que não haviam sido retirados; isso, como é fácil supor, poria em grave perigo as embarcações das levas subseqüentes. Tem-se uma idéia da dureza da resistência alemã, pelo número de baixas sofridas pelos atacantes; os pelotões de demolição sofreram mais de 40% de perdas, em vidas humanas.

Algumas companhias e pelotões de infantaria foram desembarcados com água pelo cintura, e, num esforço para salvar a vida, tiveram que jogar fora seus morteiros, bazucas e metralhadoras. Outros grupos desembarcaram em setores errados e muitos foram diretamente exterminados pelo intenso fogo dos defensores. Por volto do meio-dia do Dia D, ao longo das quatro milhas da praia Omaha, pequenos grupos de homens começaram a mover-se lentamente, avançando palmo a palmo, ganhando terreno com dificuldade. Às 13 horas o avanço aliado era geral e se desenvolvia ao longo de toda o praia. Mais ou menos ás 18 horas, a ação dos defensores tornou-se praticamente nulo.

Nas praias britânico-canadenses

Nos setores correspondentes às forças inglesas e canadenses, os desembarques se realizaram praticamente de acordo com os planos traçados. A resistência alemã foi, em linhas gerais, tal como se previra. Em Gold, as primeiros levas de assalto tropeçaram com um forte fogo inimigo, porém os tanques anfíbios esmagaram a oposição e abriram caminho à infantaria. Os canadenses, especialmente em Juno, enfrentaram forte resistência. Os combates que se travaram desde logo, foram encarniçados. Contudo, ao cair da noite do Dia D, a oposição dos alemães podia se considerar suplantada. Em Sword, as emborcações de assalto baixaram suas rampas às 7h e 25. A resistência alemã foi fraca. Por volta do anoitecer, as tropas aliadas estabeleceram contato com as forças aerotransportadas.


Anexo

Um segredo de Polichinelo...
Primeiro de junho de 1944. No QG do 15o Exército, situado nas proximidades da fronteira belga, o sargento alemão Walter Reichling permanece imóvel. Está sentado diante de um poderoso aparelho receptor de rádio e escuta atentamente. Através dos fones que tem no ouvido chegam frases ininteligíveis, repetidas em inglês e também em francês. As frases carecem, aparentemente, de sentido: “A chuva cai sem descanso”, “Pedro canta uma canção”, “As crianças dançam e a noite se aproxima”... E assim, horas e horas, interminável e incompreensivelmente. Porém, o sargento Reichling sabe que aquelas frases têm importância vital. Sabe que cada uma delas é uma mensagem que significa algo. E sabe que os destinatários daquelas mensagens são os homens da Resistência. Os mesmos homens que aguardam, noite após noite, a mensagem-chave, que lhes indique que a invasão está em marcha...
O relógio marca nove da noite e alguns minutos, quando, de repente, a voz do locutor da BBC diz, em francês: "Agora escutem algumas mensagens pessoais... "
Reichling, imediatamente, põe em funcionamento seu gravador magnetofônico e se prepara para ouvir e gravar as frases. Após uma pausa, a voz do locutor diz: "Les sanglots longs des violons de 1'automne" (Os longos lamentos dos violinos de outono).
O sargento alemão, como sacudido por uma descarga elétrica, se desprende rapidamente dos seus fones, e abandona a pequena cabina. Corre pelo corredor e, sem bater, penetra na sala do Tenente-Coronel Hellmuth Meyer. - Senhor, acabo de captar a primeira parte da mensagem... - grita, nervosamente. Meyer ergue-se, de um salto, e se dirige à cabina de rádio. Ali, junto a Reichling, escuta atentamente a reprodução da mensagem, gravada em fita. Depois, ergue o rosto, respira fundo. Sem dúvida, é a primeira parte da mensagem...
O Tenente-Coronel Meyer, sem perda de tempo, se comunica com o chefe do Estado-Maior do 15o Exército, General-Comandante Rudolf Hoffman. Imediatamente, este transmite o alarma a todo o 15o Exército,
A invasão está chegando, e eles o sabem. Agora falta esperar a segunda parte da mensagem: "Blessent mon coeur d'une languer monotone" (Ferem meu coração com monótona languidez). Quando esta frase for irradiada, a invasão será um fato.
Como sabia o comando alemão o texto da mensagem-chave? Talvez nunca se possa saber como chegou às mãos dos alemães, porém o certo é que as duas frases, que os Aliados consideravam um segredo zelosamente guardado, já estavam em poder dos alemães havia algum tempo. E no mês de janeiro de 1944, o Almirante Canaris, na ocasião chefe do serviço de inteligência alemão, informara os chefes dos serviços de escuta que essas duas mensagens significariam, respectivamente, o alerta e o desembarque Aliado na Europa.
Rommel, contudo, apesar de ter sido posto a par da mensagem e de conhecer o seu significado, não tomou nenhuma medida; o 7o Exército, que defendia a costa da Normandia, não foi colocado em estado de alerta.


Invasão !
Dwight Eisenhower, comandante-supremo das forças aliadas que invadiram a "fortaleza européia", julgou assim alguns aspectos da operação:
"Em junho de 1944 ocorreram os mais fortes ventos e as ressacas mais bravias, experimentadas nos meses de junho dos últimos vinte anos, no Canal da Mancha.
"A partir de 1o de junho me reunia diariamente com meus comandantes para coordenar os nossos preparativos de última hora e receber os prognósticos meteorológicos sobre os quais teríamos que basear a decisão final acerca da data para lançar o assalto. O Dia D provisório era 5 de junho, porém os boletins meteorológicos que chegaram no dia 3 eram tão desfavoráveis que, na reunião efetuada na manhã do dia 4, decidi que seria necessário um adiamento de pelo menos 24 horas. Naquele momento parte da força americana de assalto já havia zarpado rumo ao Canal, porém o mar estava tão violento que as embarcações se viram obrigadas a voltar e buscar refúgio.
"No dia 5 de junho, pela manhã, as condições no Canal. demonstravam pouca melhora, porém o prognóstico para o dia seguinte continha um raio de esperança. Previa-se um intervalo de boas condições, a começar das últimas horas do dia 5 e assim se mantendo até a manhã seguinte, com o vento amainado e nuvens fragmentárias não inferiores a 1.000 metros de altura.
"Contudo, até o anoitecer do dia 6, previa-se o retorno dos ventos fortes e do mar agitado e essas condições, provavelmente, prevaleceriam durante período indefinido.
"A última data possível para a invasão com as marés então existentes era 7 de junho, e um adiamento adicional de 24 horas já não seria mais possível, posto que as forças navais de bombardeio, que já haviam zarpado de suas bases no norte, no dia 3, teriam que retornar ao porto para abastecer-se novamente de combustível e todo o horário da operação estaria então desorganizado. Portanto, me encontrei diante da alternativa de correr os riscos que significava um assalto durante o que, provavelmente, seria apenas uma interrupção parcial ou temporária do mau tempo, ou bem, adiar a operação por várias semanas, até que a Lua e as marés fossem novamente favoráveis. O adiamento, contudo, havia sido altamente prejudicial para o espírito de nossas tropas, além da possibilidade de perdermos os benefícios de uma surpresa tática. A 5 de junho, às 0h 40m, tomei a decisão final e irrevogável: a invasão da França teria lugar no dia seguinte".


Defesas alemãs e Eisenhower
O comandante supremo das forças de invasão resumiu assim o estado das obras de defesa executadas pelos alemães na "Muralha do Atlântico":
"A ascensão ao comando na França, do Marechal-de-Campo Erwin Rommel, durante o inverno 1943-44, se caracterizou por uma vigorosa ampliação e intensificação das obras defensivas já começadas, e isso continuou até o próprio dia em que ocorreram os nossos desembarques. Enquanto se construíam casamatas para os canhões costeiros, e se reforçavam os postos defensivos com concreto mais resistente, contra o perigo dos ataques aéreos, foi iniciado em fevereiro de 1944 um programa para estabelecer cordões ininterruptos de obstáculos submarinos contra unidades de desembarque, ao longo de toda a extensão das possíveis praias de invasão. Por esse meio esperavam deter nossas forças no momento vital do desembarque, quando eram mais vulneráveis, e expô-las assim à mercê do fogo exterminador das posições inimigas na retaguarda das praias. Esses obstáculos - incluindo "ouriços" de aço, tetraedros, paliçadas de madeira, "elementos C" de aço, rampas e arame farpado - haviam sido distribuídos para cobrir contingências de maré baixa e alta, e a maioria tinha adaptadas minas ou cargas improvisadas de explosivos. O programa não ficou terminado a 6 de junho e os obstáculos, embora apresentassem dificuldades, não preencheram a expectativa da teoria alemã. Algumas minas haviam sido semeadas nas próprias praias, enquanto os acessos dos campos de minas estavam freqüentemente assinalados e resultaram menos incômodos do que temíamos."


O soldado alemão no oeste
Do informe oficial do comandante-supremo das forças de invasão, dirigido aos chefes do Estado-Maior Combinado, descrevendo o soldado alemão:
"A qualidade das forças terrestres alemãs com as quais entravam em contato nossos exércitos, variava consideravelmente. Lideravam a escala as tropas Panzer da SS e as unidades de pára-quedistas, consideravelmente superiores às das divisões de infantaria comuns. Seu espírito, acalentado por uma cega fé na vitória final nazista, era extraordinário, e, tanto no ataque como na defesa, cada homem lutava com uma coragem fanática. Porém, nas divisões de infantaria, encontrávamos adversários inferiores, tanto física como moralmente, àqueles contra os quais havíamos lutado no norte da África. A falta de apoio aéreo e de artilharia, a interrupção das rações de abastecimento, a falta de correspondência da retaguarda, o comportamento pouco militar de alguns dos oficiais, o bombardeio de suas cidades natais, tudo tendia a esmorecer o espírito dos homens. Provavelmente dois terços deles tinham menos de 19 ou mais de 30 anos de idade e muitos estavam, evidentemente, cansados da guerra, Contudo, não haviam chegado ainda ao estado perigoso da indiferença. Sua inata disciplina teutônica e sua coragem congênita os habilitavam a continuar lutando tenazmente e foi somente no final da campanha na França que seu moral decaiu momentaneamente. Muitos dos chamados neonazistas somente viam uma esperança para a Alemanha por intermédio de Hitler e achavam melhor cair lutando, que sofrer uma repetição de 1918. Além disso, não se pode negar que a propaganda oficial relativa às armas V teve um considerável efeito no robustecimento do moral dessas primeiras etapas da campanha. No último degrau da escala estavam os estrangeiros que se haviam alistado como voluntários ou haviam sido incorporados a forças a serviço da Alemanha. Esses homens estavam disseminados em determinadas guarnições e divisões de infantaria, a fim de serem supervisionados, porém os desertores provinham quase exclusivamente dessas fileiras".


Baixas aliadas
O planejamento da operação Overlord considerava, entre uma verdadeira multidão de detalhes, tudo o que se relacionava com a atenção e evacuação das possíveis baixas. Minuciosamente estudado o problema, ficou decidida a seguinte escala de dias de atenção e hospitalização:
- Entre os Dias D e D + 3, todas as baixas seriam transportadas ao Reino Unido.
- Desde o Dia D + 4 até o Dia D + 14, os soldados que requeressem mais de sete dias de hospitalização seriam transladados ao Reino Unido; o restante seria tratado localmente.
- No período D + 15 a D + 49, somente seriam transladados da França os casos que necessitassem 30 dias ou mais de tratamento. Os soldados americanos que necessitassem de seis meses ou mais de tratamento seriam evacuados diretamente para os EUA. O cálculo do número de baixas foi baseado na apreciação de que as barcos e embarcações de desembarque afundadas durante a travessia do Canal sofreriam 42% de baixas nas tropas. Entre as aerotransportadas foram de 25%.


Bigot
O General americano Omar N. Bradley relata expressivamente alguns dos preparativos realizados nos meses anteriores a Overlord. São suas as palavras:
... Em virtude de a maior parte dos comandos principais estarem instalados em Londres, essa cidade se converteu no centro de planejamento aliado. Em dezembro os ingleses sugeriram que "embalássemos'' o Primeiro Exército e o mudássemos junto com os outros. Porém, a fim de não arrancar pelas raízes essa unidade, preferi levar a Londres apenas as células internas de um estado-maior de planejamento. Os 30 oficiais que compunham esse grupo eram dirigidos por Bill Kean e se instalaram em escritórios que o grupo de exércitos forneceu em Bryanston Square.
"O Primeiro Exército instalou o seu Centro de Operações no segundo andar, na mesma fila de edifícios do meu gabinete do grupo de exércitos. A casa fizera parte de uma fileira de elegantes construções de West End, com chaminés de mármores italianos, trabalhados telhados rococós, e uma alegre vista para a praça arborizada que ocupava toda uma quadra. Agora as janelas estavam cobertas, dia e noite, por cortinas de espesso tecido negro para blackout. Uma variedade de mesas de escritório de campanha enchia o salão, cujas paredes estavam recobertas com mapas que traziam a marca “Altamente Secreto”. Sobre eles, folhas de papel transparente estavam cruzadas por linhas que assinalavam limites de faixas de controle, objetivos, linhas de fases sucessivas; segredos que, para conhecê-los, o inimigo pagaria prazerosamente com uma divisão. Em um canto desse salão, Dickson havia amontoado a sua Divisão de Informações. Os mapas estavam cobertos com nítidos sinais vermelhos que representavam as colocações do inimigo e de seus canhões. Das praias da França, ocupadas pelos alemães, saíam arcos que indicavam os alcances das baterias costeiras e cujas ondas superpostas penetravam profundamente no Canal da Mancha. No mais afastado extremo desse superpovoado salão, o magro e erradamente chamado Tubby Thorson (Tubby: barriquinha) presidia a Divisão Operações. Nessa seção, dois sargentos batiam à máquina as listas das tropas que eram interminavelmente modificadas de um dia para outro. Cada lista requeria de 25 a 30 páginas para conter as 1.400 ou mais unidades americanas que iam desembarcar nas praias da Normandia nos primeiros 14 dias. Do lado de fora da sala, um polícia militar permanecia de guarda 24 horas por dia, junto à porta fechada a chave. Antes de chamar, para que, do interior, se abrisse a porta o PM inspecionava o passe Bigot de cada um dos que quisessem entrar. A classificação Bigot era a de maior confiança que se outorgava: dava direito ao possuidor do passe de inteirar-se de todos os detalhes da invasão,inclusive o Dia D.
Durante um dos intermitentes reides noturnos do inimigo, uma certa quantidade de bombas incendiárias sapecou toda a extensão de Bryanston Square e uns cinco ou seis incêndios se iniciaram na fileira de prédios que continham nosso Comando. Uma das bombas de magnésio penetrou através do telhado até o pavimento do meu gabinete. Felizmente não explodiu. Quando os voluntários penetraram em tropel, da rua, para debelar os incêndios, nosso cordão de segurança foi rompido. Afortunadamente, o guarda do gabinete de operações permaneceu em seu posto e nossos segredos não foram revelados. Se nessa noite, nossas coisas tivessem se queimado, milhares de horas de trabalho de planificação, impossíveis de recuperar, teriam sido perdidas. Porém ainda mais terrível era a possibilidade de que, na confusão tivessem sido descobertos os segredos que a sala Bigot encerrava".


O Plano "Fortitude"
Overlord requereu um minucioso e detalhado estudo de todas as suas possibilidades e riscos. Entre estes últimos estava a possível reação alemã, capaz, apesar da debilidade dos seus meios, de oferecer tenaz resistência e, até, através de uma concentração maciça de elementos blindados, arrojar ao mar os invasores. Era pois, necessário, obrigar os alemães a manter suas forças espalhadas ao longo da extensa frente.
Os planejadores da Overlord estudaram, então, os meios oportunos para despistar os serviços de informação alemães e, se fosse possível, induzi-los a erro. E assim foi feito. Vários projetos "de despistamento" foram considerados detalhadamente. Referiam-se a ameaças de invasão na Noruega, na Baía de Viscaya e no Passo de Calais. O evidente propósito dessas ameaças era obrigar os alemães a manter o dispositivo de suas tropas na Europa ocidental tal como estava.
O plano de despistamento de Overlord foi denominado Fortitude e dividido em Fortitude Norte (invasão da Noruega) e Fortitude Sul (ataque pelo Passo de Calais). Especificamente, seriam proporcionadas aos alemães evidências de que na Grã-Bretanha se preparava uma força de umas oito divisões aliadas, para uma invasão ao território norueguês, e uma força ainda maior, de umas cinqüenta divisões, para atacar através do Passo de Calais.
Com essa finalidade concentraram-se grupos de planadores em aeródromos do norte da Inglaterra e de embarcações nos portos da Escócia. No Passo de Calais, simultaneamente, se minaram as águas em ambos os lados do Canal e se amarraram falsas embarcações de desembarque nos portos do este da Inglaterra, em Dover e no Tâmisa. Além disso, os bombardeiros levaram a cabo intensos ataques aéreos contra a região do Passo, insinuando a iminência do ataque.
A mais importante das medidas de despistamento foi realizada por meio das transmissões de rádio. Com efeito, uma coordenada e bem preparada campanha levou os alemães à convicção da existência de unidades, divisões e até corpos de exército inexistentes.
As medidas aliadas deram tal resultado positivo, a ponto de os alemães, mesmo depois de várias semanas de luta na Normandia, se recusarem a debilitar suas forças na zona do Passo de Calais, e até chegarem a reforçá-las com duas divisões provenientes da frente russa.


A Hora H
O General americano Bradley esclarece, no fragmento a seguir, alguns dos problemas que incidiam na determinação da Hora H e seus lapsos anterior e posterior:
"Na invasão da Sicília havíamos atacado às 8h 30m para ocultar nossos movimentos na obscuridade. O assalto contra a Normandia estava calculado para pisarmos em terra ao amanhecer. Consideramos que ao abrir caminho rumo à zona fortificada da França, a potência de fogo compensaria com folgas a falta de ocultamento; achávamos que era melhor sacrificar a aproximação furtiva em benefício de um bombardeio mais intenso e mais preciso. Colocando a Hora H depois do amanhecer, duplicaríamos a tonelagem com que a aviação "amaciaria" as praias. Durante a escuridão prévia ao amanhecer, os bombardeiros noturnos da RAF deveriam martelar as defesas da costa. Antes que o efeito desse golpe se dissipasse, os bombardeiros médios e pesados dos Estados Unidos atacariam, ao alvorecer, já com luz do dia. Do mesmo modo, a marinha podia utilizar a luz do dia para a observação, com o fim de centralizar o fogo dos seus grandes canhões. Isto era para nós de grande importância, pois o fogo da artilharia naval seria o apoio principal e permanente.
Para tirar maiores benefícios das concentrações de fogo da aviação e da marinha, estabelecemos que a Hora H devia ser fixada não antes de 30 minutos depois de clarear e não depois de uma hora e meia. Se essa hora fosse fixada mais tarde, o inimigo podia recuperar-se dos efeitos dos bombardeios da RAF. Além disso, cada minuto de luz que não fosse indispensável lhe daria ocasião para fazer soar o alarma e trazer reforços.
Somando-se à esmagadora potência aérea e naval aliada, tínhamos a vantagem da escolha do momento e do local do ataque. Enquanto nós preparávamos o assalto, o inimigo não podia fazer outra coisa senão esperar e conjeturar a respeito do lugar sobre o qual cairíamos.
Não podendo prever onde atacaríamos, o inimigo fôra obrigado a estender suas forças ao longo de 1.280 km de costas européias. A medida que ia deixando mais mortos sobre a longa rota de retirada da Rússia, lhe era cada vez mais difícil guarnecer a "Muralha do Atlântico", Para romper sobre a costa, apenas teríamos que reunir determinados efetivos contra um só ponto da sua linha. Com a potência de fogo de que dispúnhamos nos seria possível abrir uma brecha nessa linha e fazer passar por ela nossas tropas de reforço.
Embora a muralha fortificada do inimigo não pudesse deter um invasor, podia retardar as forças atacantes, permitindo que Rommel fizesse acudir suas reservas. Em realidade, essa era a missão que lhe cabia na "Muralha do Atlântico". Nela, pensavam, nosso assalto perderia impulso e nossas forças se fracionariam de tal modo, que o defensor teria tempo de formar sua reserva e contra-atacar. Quando são utilizadas para cobrir dessa maneira uma reserva móvel, as fortificações de concreto de uma linha defensiva fixa podem ter o valor de muitas divisões. Contudo, se não se dispõe das reservas móveis, toda linha defensiva se torna inútil. Montgomery havia revelado que Rommel, geralmente, empenhava suas reservas tão rapidamente como as colocava em formação. Se chegasse a comprometê-las em combater nosso rompimento da muralha, poderíamos, derrotando suas forças, evitar o perigo potencial de um contra-ataque".


Os primeiros movimentos
7 de abril de 1944. Um ensaio geral da operação Overlord está se realizando no QG de Montgomery. Assistem a ele os comandantes das três armas. Sobre o piso de um grande salão encontra-se estendido um mapa, de vários metros de comprimento, em relevo, que reproduz fielmente cada um dos acidentes da costa da Normandia. De pé, no meio do mapa, "como um gigante passeando por uma França liliputiana", está Montgomery. O chefe inglês assinala, um por um, os pontos determinados para a operação de desembarque e as rotas de acesso ao interior da França...
No assalto, duas divisões aerotransportadas, e duas transportadas por mar, dos Estados Unidos, seriam contrabalançadas pelas tropas inglesas sob as ordens de Dempsey, que consistiam numa divisão aerotransportada e três levadas por mar. Depois de firmar pé na costa da Normandia, o Primeiro Exército formaria uma linha, unindo as praias de Omaha e Utah e buscando contato com Dempsey à sua esquerda. Depois, enquanto o Primeiro Exército cortava a península de Cotentin para impedir que o inimigo reforçasse Cherburgo e conquistasse esse porto, o Segundo Exército inglês se apoderaria do centro rodoviário em Caen no Dia D e ampliaria sua cabeça de praia até os planaltos, além dessa cidade. As tropas americanas pivoteariam sobre a posição inglesa como um molinete, em direção a Paris. "Ao mover nossa linha, primeiro rumo ao sul e depois rumo ao leste, isolaríamos a península da Bretanha com seus portos ocupados pelo inimigo. O Terceiro Exército avançaria, então, dentro da Bretanha, para limpar essa península".
Enquanto isso, o giro seria completado, até que a linha aliada desse frente para o leste rumo ao Sena, em um dispositivo de norte a sul, de 220 km. Seu flanco direito estaria cravado nas praias inglesas e o flanco esquerdo livre chegaria ao Loire. Dali, avançaria para o Sena, onde se previa que os alemães se defenderiam protegidos pelo rio.
Durante a batalha da Normandia, os exércitos ingleses e canadenses deveriam atrair sobre eles as reservas inimigas, de modo que estas se empenhassem no extremo leste da cabeça de praia aliada. Dessa maneira, ao mesmo tempo que Montgomery enganava os alemães em Caen, os americanos efetuariam o rompimento para avançar sobre Paris.
Do ponto de vista alemão, o ataque inglês contra Caen não podia ser encarado com leviandade. A distância em linha reta de Caen ao Sena era inferior a 80 km. Somente 195 km separavam Caen de Paris e 480 da linha Siegfried. Porém, motivo de maior preocupação para os alemães era a região além de Caen. Terreno aberto e ondulado, formava um caminho ideal para o avanço dos tanques. Frente à necessidade de defender tão tentadora rota de avanço contra o Reich, mal se podia pensar que os alemães cometessem um erro acreditando que Montgomery buscaria efetuar um rompimento nos arredores de Caen.
E era precisamente isso o que os aliados desejavam.


"...O maior perigo..."
No dia 23 de abril de 1944, o Marechal Rommel enviou ao Coronel-General Jodl a seguinte mensagem, na qual faz referência à possível invasão por parte dos aliados:
"... Se, apesar da superioridade aérea inimiga, conseguirmos manter em ação boa parte de nossas forças móveis junto aos setores ameaçados da costa, durante as primeiras horas do ataque, este fracassará de maneira absoluta. Até o presente são muito poucos os danos causados pelos fortes bombardeios contra nossas fortificações de concreto, embora em muitos lugares, posições, abrigos e trincheiras de comunicação tenham sido varridos. Isso demonstra a importância de reforçar todo o sistema por meio de concreto, inclusive nos lugares situados na retaguarda, como posições artilhadas, antiaéreas e de reserva.
Porém, o que mais me preocupa são as forças móveis. Contrariamente ao que foi decidido na conferência de 21 de março, ainda não foram colocadas sob o meu comando. Algumas se encontram dispersas em amplos setores do interior, o que significa que chegarão tarde para atuar na costa. Levando em consideração que devemos esperar uma tremenda superioridade aérea inimiga, qualquer movimento em grande escala de formações motorizadas ficará exposto a ataques prolongados e de grande intensidade. Por outro lado, sem uma rápida ajuda daquelas unidades, as forças empregadas na costa se veriam expostas a ataques procedentes do mar e do interior, estes últimos por parte das forças aerotransportadas. A frente está escassamente guarnecida para poder enfrentar ambos os perigos. A disposição das unidades de combate e as reservas devem ser tais, que não se torne difícil um contra-ataque, por qualquer dos setores em perigo, seja nos Países-Baixos, na zona do Canal, Normandia ou Bretanha, assegurando-nos também que a maior parte dos contingentes inimigos, transportados por mar ou pelo ar, serão destruídos durante a sua aproximação. Contrariamente às minhas opiniões, o General Geyr von Schweppenburg, que pode perfeitamente ter conhecido os ingleses em tempo de paz mas que jamais os enfrentou em combate, vê maior perigo nas forças lançadas pelo ar atrás das nossas linhas, e apóia a necessidade de nos encontrarmos em situação de montar operações em grande escala contra elas. De acordo com tal parecer, distribuiu suas unidades pelo país. Além disso, não deseja transferir as divisões encouraçadas para a zona imediata às defesas costeiras, onde é possível que o inimigo tente também aterrissar. Pelo que me diz respeito, vejo o perigo maior na utilização por parte do adversário de todos os elementos ao seu alcance, com a intenção de romper nossa frente da costa em um amplo setor, firmando pé no Continente. No meu entender, enquanto conservarmos o litoral, qualquer tentativa na retaguarda terminará, mais cedo ou mais tarde, com a destruição das forças empregadas no ataque. Sempre se conseguiu eliminá-las nas experiências passadas. Creio que tais contingentes podem ser destruídos com menos perdas que as ocasionadas por um ataque em grande escala contra tropas desembarcadas na praia, as quais disporiam de antitanques prontos para a ação em poucos minutos, e desfrutariam de um apoio aéreo excelente. Mostrei-me decididamente contrário ao General Geyr acerca desse ponto. A única maneira de obrigá-lo a pôr em prática minhas idéias consiste em situá-la sob as ordens do grupo de exércitos. A mais decisiva batalha da guerra está por travar-se. Dela depende o destino do povo alemão. Se não colocarmos sob o mesmo comando todas as forças que tomarão parte nela; se todas as unidades móveis não tomarem parte na ação da maneira mais rápida possível, a vitória será duvidosa. Se devo esperar até que o desembarque inimigo seja uma realidade, antes de poder utilizar o comando e pôr em movimento as forças motorizadas, lamentáveis atrasos ocorrerão. As tropas em questão chegarão demasiado tarde para intervir com bons resultados. Um segundo Nettuno (o desembarque aliado em Anzio é conhecido pelos alemães como "Nettuno") seria lamentável...
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Editado pela última vez por massruha em 11 Jun 2014, 14:51, em um total de 1 vez.
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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por Dougvoador »

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Sinhoradabadia, já to escolhe do meu kit, me dêem alguns minutos!
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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por Danieltandrade »

:espantado::espantado::espantado:
Nossa o Cesar escreveu um livro aqui.
Eu também já estou procurando informações sobre o que montar!!!

Enviado de meu XT1033 usando Tapatalk
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overdark999
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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por overdark999 »

pergunta Nerum!!

Apenas Veiculos aliados?
Apenas Veiculos que participaram do Dia D?


Me responde que eu tenho umas crianças aqui na manga!!!!
:twisted: :twisted:
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Dougvoador
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GTs em Andamento:
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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por Dougvoador »

overdark999 escreveu:pergunta Nerum!!

Apenas Veiculos aliados?
Apenas Veiculos que participaram do Dia D?


Me responde que eu tenho umas crianças aqui na manga!!!!
:twisted: :twisted:

Fala grande Milton.


Vale qualquer veículo que tenha entrado na Europa através da entrada criada nas praias conquistadas no dia D, e também aeronaves que tenham participado da invasão e da guerra a partir disto.


Qualquer dúvida fique a vontade, vamos te inscrever com qual kit? Hehehehehehehe, suas montagens são sempre muito bem-vindas por aqui. :thumbup:
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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por overdark999 »

Dougvoador escreveu:
overdark999 escreveu:pergunta Nerum!!

Apenas Veiculos aliados?
Apenas Veiculos que participaram do Dia D?


Me responde que eu tenho umas crianças aqui na manga!!!!
:twisted: :twisted:

Fala grande Milton.


Vale qualquer veículo que tenha entrado na Europa através da entrada criada nas praias conquistadas no dia D, e também aeronaves que tenham participado da invasão e da guerra a partir disto.


Qualquer dúvida fique a vontade, vamos te inscrever com qual kit? Hehehehehehehe, suas montagens são sempre muito bem-vindas por aqui. :thumbup:


Ok ,

vamos entao de um :

M3A1 - 3 in 1 - DRAGON - 1/35


depois se ainda der tempo monto um Sherman tambem!!!!


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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por Nerum »

Dougvoador escreveu:
overdark999 escreveu:pergunta Nerum!!

Apenas Veiculos aliados?
Apenas Veiculos que participaram do Dia D?


Me responde que eu tenho umas crianças aqui na manga!!!!
:twisted: :twisted:

Fala grande Milton.

Disse tudo Doug ... :thumbup: :thumbup: :thumbup:


Vale qualquer veículo que tenha entrado na Europa através da entrada criada nas praias conquistadas no dia D, e também aeronaves que tenham participado da invasão e da guerra a partir disto.


Qualquer dúvida fique a vontade, vamos te inscrever com qual kit? Hehehehehehehe, suas montagens são sempre muito bem-vindas por aqui. :thumbup:
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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por Nerum »

overdark999 escreveu:
Dougvoador escreveu:
overdark999 escreveu:pergunta Nerum!!

Apenas Veiculos aliados?
Apenas Veiculos que participaram do Dia D?


Me responde que eu tenho umas crianças aqui na manga!!!!
:twisted: :twisted:

Fala grande Milton.


Vale qualquer veículo que tenha entrado na Europa através da entrada criada nas praias conquistadas no dia D, e também aeronaves que tenham participado da invasão e da guerra a partir disto.


Qualquer dúvida fique a vontade, vamos te inscrever com qual kit? Hehehehehehehe, suas montagens são sempre muito bem-vindas por aqui. :thumbup:


Ok ,

vamos entao de um :

M3A1 - 3 in 1 - DRAGON - 1/35


depois se ainda der tempo monto um Sherman tambem!!!!


As
Inscrito amigão ... :thumbup: :thumbup: :thumbup:
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Re: GT - Um Raio de Esperança

Mensagem por Nerum »

Pessoal ...
Eu vou com esse kit ...

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