O Sd.Kfz. 181 Panzerkampfwagen VI Ausf. E Tiger I foi um carro de combate (CC) pesado da Segunda Guerra Mundial, desenvolvido pela Alemanha.
O conceito do carro de combate Tiger I tem a sua origem em 1937 quando se fizeram estudos sobre CC mais pesados que os Panzer III e Panzer IV. Esses planos ficaram congelados até que em 1940 foram analisados os CC pesados franceses Char B1 capturados durante a invasão da França, tendo-se decidido reativar o programa de CC pesado alemão.
Ocorreram vários reveses no processo de escolha dos modelos apresentados, o VK4501(P) da Porsche e o VK4501(H) da Henschel. Foram construídos protótipos dos dois blindados e o modelo da Henschel foi considerado mais simples de fabricar, tendo sido encomendados 1.300 unidades.
VK4501(P) da Porsche
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/VK_4501_(P ... ger(P).jpg
Suas principais vantagens estavam na potência do canhão de 88 milímetros, capaz de destruir qualquer carro de combate da época, e na sua blindagem, a qual suportava impactos de diversos tipos de canhões de alto calibre. Porém suas desvantagens apareceram em sua baixa velocidade e curto alcance. Sua caixa de câmbio apresentava problemas com frequência, imobilizando o carro e diversos Tigers foram destruídos pela própria tripulação, quando imobilizados por problemas mecânicos. O motor em relação ao peso em movimento era fraco, e os primeiros 250 Tigers tinham um motor a gasolina com um máximo de 650 bhp, em seguida receberam uma versão melhorada, com um máximo de 700 bhp. O trem de rolamento era particularmente vulnerável na Frente Oriental, onde ocasionalmente poderiam congelar acumulando lama e impedindo o movimento do veículo. Outro problema foi a largura excessiva do Tiger, de modo a ser transportado em trens especiais. O peso deste carro de combate (56,9 t) tornou muitas pontes intransitáveis para o Tiger, que o colocava em uma situação de emergência quando era obrigado a cruzar rios sem pontes. Por esta razão, nos primeiros 495 exemplares todas as portas, escotilhas e a torre eram vedados com borracha a prova d'água. Na parte de trás, por cima do motor, uma entrada de ar, o qual proporcionava ar ao interior e ao motor. Assim, a profundidade pôde ser aumentada para mais de quatro metros. A partir de 1943, devido à escassez de materiais, o desgaste elevado das borrachas de vedação, foi eliminada a exigência. Sem esta característica, o Tiger poderia no entanto, passar por rios com profundidade de até 1,3 metros sem quaisquer problemas.
Fonte: http://www.globeatwar.com/sites
O Tigre teve uma transmissão semi-automática com oito marchas para frente e quatro marchas ré. Ele não era controlado por alavancas, mas por um volante. Assim, foi fácil de dirigir e ofereceu ao mesmo tempo um monte de espaço para a tripulação, pelo qual, além do fator segurança, se tornou popular entre as tripulações.
Em agosto de 1942 teve início a produção em série do Tiger I. Adolf Hitler pediu um envio rápido do Tiger I para a linha de frente, de modo que em 29 Agosto de 1942, os primeiros quatro carros ainda não completos foram transportados por trem ao Batalhão de carros Pesados 502 (Schwere Panzerabteilung 502) na área do Grupo de Exércitos Norte em Mga, a sudeste de Leningrado.
No uso destas primeiras quatro unidades houve falhas graves. Houve problemas técnicos, e as tripulações e infantaria que o acompanhavam ainda não estavam familiarizados com o novo dispositivo. O primeiro ataque ocorreu em circunstâncias inadequadas, em que três dos quatro Tigres I ficaram fora de operação por causa de problemas técnicos no motor, transmissão e direção, mas tudo poderia ser recuperado e reparado. Na segunda aplicação destes, em meados de setembro 1942 todos os quatro Tiger I foram danificados ou ficaram presos no terreno pantanoso. Um deles não poderia ser recuperado e, após a remoção de todas as partes removíveis foi explodido. No entanto, os CC Tiger I passaram rápido por esta dura prova e os seus benefícios foram os mais temidos pelos aliados entre os tanques de guerra alemães.
Fonte: http://forum.largescalemodeller.com/top ... er-ausf-e/
Devido ao alto custo de fabricação e ao baixo número de Tiger entregues, as equipes eram formadas exclusivamente por tripulantes experientes que passaram por um treinamento especial completo. Somente quando estes eram capazes de controlar todos os detalhes do Tiger, eram enviados para a linha de frente.
Fonte: http://www.izba.centrum.zarow.pl/artyku ... ger-tygrys
Especificações:
 Fabricante: Henschel
 Tripulação: 5
 Comprimento: 6,29 m (Incluindo canhão: 8.45 m)
 Largura: 3,7 m
 Altura: 2,93 m
 Motor: Maybach HL 230 P 45 - 12 cyl
 Velocidade máxima: 38 Km/h
 Tanque de combustível: 534 litros
 Autonomia máxima: 140 km
Além do Schwere Panzerabteilung 502, o Batalhão 501 foi enviado em dezembro de 1942 para a Tunísia e seus Tigers impuseram a sua força na luta no deserto.
Fonte: http://galeri.uludagsozluk.com/r/panzer ... er-277418/
O Norte de África foi o local onde, pela primeira vez, as unidades Aliadas (do Ocidente) enfrentaram as forças alemãs equipadas com Tigers, sendo que o respectivo desempenho foi reduzido e o seu impacto nos eventos no Norte de África foi praticamente nulo. O imenso poder aéreo dos Aliados mostrava os seus efeitos e a guerra no Norte de África estava ganha pelos Aliados. A maioria dos CC foi destruída pela própria tripulação, excetuando um que foi capturado pelos britânicos durante a retirada do DAK (Deutsche Afrika Korps).
Os Tigers foram usados pela Waffen SS e pela Wehrmacht durante toda a guerra, e lutaram até aos combates desesperados em Berlim, em 1945. Em ambas as frentes, tanto os Tommys como os Soviéticos aprenderam a temer o poderoso canhão de 88 mm Flak 36 L/56 que era perigoso para qualquer outro veículo aliado. A sua grossa armadura tornava-o invulnerável à maioria dos tanques aliados, excetuando os poderosos tanques russos. A única real desvantagem dos Tigers era a sua necessidade de manutenção contínua. Durante a guerra esses carros alemães destruíram um grande número de viaturas inimigas e construíram o incrível mito dos Tigers.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/c ... r_I%29.jpg
Desde Julho de 1942 até Agosto de 1944, a Henschel construiu 1360 Tigers. O mês de maior produção foi Abril de 1944, com 105 Tigers construídos. A principal razão pela qual se construiu um número reduzido de blindados deste tipo em toda a guerra foi a sua fabricação trabalhosa e cara. Nos finais de 1944, este tanque foi substituído pelo Tiger II. A fabricação dos Tigers nunca foi o suficiente para cobrir as necessidades dos alemães. Só para comparar, o número de tanques Tiger construídos pelos alemães foi de 1360, enquanto os soviéticos construíram 50000 CC T34 e os norte americanos construíram 50000 Shermans.
Fonte: https://warthunder.com/upload/image/!%2 ... Tiger1.jpg
Além de seu poderoso canhão 88, que podia abater qualquer blindado Aliado a 2000 metros de distância, a sua blindagem passava dos 100 mm no escudo do canhão. O Tiger tornou-se um mito das Divisões Panzer e na Normandia a sua presença fez surgir a expressão Tigerfobia. Este termo foi usado para descrever o temor que a presença de um Tiger causava à s guarnições de blindados aliadas, cujo serviço de inteligência avaliava que para destruir um Tiger seriam necessários pelo menos cinco Shermans e ao final do combate, talvez um dos Shermans sobrevivesse. Na Frente Oriental a fama do Tiger entre os russos era a mesma.
Nos anos em que lutaram defensivamente, a vantagem das guarnições dos Panzer veio com o estabelecimento de posições de tiro desenfiadas e do tiro amarrado assim como os carros mais pesados, como o Tiger e o Panther, ofereciam vantagens que os tornavam quase imbatíveis contra outros blindados em uso pelos Aliados. Não era raro um Panther ou Tiger resistir a diversos impactos certeiros de armas anticarro em sua blindagem e se manterem operacionais. Como exemplo, cito um trecho do livro Panzer Aces II, de Franz Kurowski, sobre a resistência do Tiger:
"A habilidade do Tiger em receber castigos foi demonstrada por uma viatura empregada no sudeste da Frente Oriental, a qual num espaço de seis horas recebeu 227 impactos de fuzis anti-carro, 14 de canhões anti-carro de 42 mm e 11 dos geralmente letais canhões anti-carro 76,2 mm. Nenhum destes impactos penetrou a blindagem do carro de combate.
Com as rodas de apoio e braços das rodas de apoio atingidos, dois braços oscilantes sem funcionar e diversos impactos diretos nas suas lagartas, assim como danos causados por três minas, este Tiger ainda deslocou-se 60 quilômetros em terreno difícil para a oficina de sua própria unidade. A viatura em questão pertencia à 1ª Companhia do 503º Batalhão de Carros de Combate Pesados e o incidente em questão aconteceu próximo de Proletarskaya. Ninguém na guarnição teve qualquer tipo de ferimento."
Fonte: http://forum.warthunder.com/index.php?/ ... t-reports/
Aqui, outro Tiger que recebeu uma série de impactos. O CC 231 do Ten Zabel do sPzAbt 503 foi atingido 252 vezes por fogo de todos os calibres durante combate próximo de Ssemernikovo. O CC foi hábil em dirigir-se mais 60 km e retornou à sua unidade. Mais tarde, o CC foi enviado à Alemanha (observar as lagartas de transporte).
Fonte: http://forum.warthunder.com/index.php?/ ... t-reports/
Como na aviação de caça, os alemães adotaram a qualificação de ases para muitos de seus combatentes blindados. Isto funcionava muito bem para fins de propaganda e foi adotado primeiro pela Waffen SS para valorizar o feito de seus combatentes. A Wehrmacht também passou a contabilizar as baixas causadas por seus ases nas Divisões Panzer.
Os números da lista de ases são controversos até hoje por conta da propaganda de um lado e outro do conflito, mas dão uma ideia do valor dado aos homens das Divisões Panzer. Com certeza muitos conseguiram destruir grande número de blindados adversários porque houve alemães que lutaram do início ao final do conflito. Entre os ases, encontramos Kurt Knispel, Otto Carius, Michael Wittman e tantos outros. O maiores ases das Divisões Panzer eram membros de guarnições de Tiger.
Fonte: http://www.1zoom.net/Army/wallpaper/351110/z1838.5/
Fontes do texto:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Panzerkampfwagen_VI_Tiger
http://pt.metapedia.org/wiki/Panzerkamp ... VI_Tiger_I
KUROWSKI, Franz. Panzer Aces II
Infelizmente é difícil encontrar referências em português, mas existem excelentes livros sobre os Tigers. Além das fontes acima, recomendo o site Achtung Panzer e com relação a obras impressas, recomendo os seguintes livros.
Panzer Aces. Franz Kurowski
Panzer Tatics. Wolfgang Schneider
Tigers in Combat (I e II). Wolfgang Schneider
Tigers in the Mud. Otto Carius
Michael Wittmann and the Waffen SS Tiger Commanders of the Leibstandarte in WWII (I e II). Patrick Agte
Fonte: http://www.taringa.net/comunidades/curi ... latos.html
