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[Na Caixa] Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
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Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Abrindo mais um tópico neste GT dedicado à Royal Air Force (RAF), desta vez para apresentar a montagem deste excelente kit, cheio de extras, da Eduard.
O avião que será representado é o de uma das aeronaves (sendo quatro Tempest) pilotadas pelo ás francês (nascido no Brasil) Pierre Closterman, o "Le Grand Charles".
Vamos ao histórico do avião e à biografia do piloto...
Histórico do Hawker Tempest
Quando em março de 1940 os primeiros testes com o caça Typhoon mostraram que a aeronave não correspondia aos requisitos, a Hawker iniciou os estudos para uma nova versão da aeronave, que pudesse atingir as metas que tinham sido falhadas.
Hawker Typhoon
Inicialmente estava previsto que o novo avião fosse chamado Typhoon-II, mas o numero de modificações levou a que a aeronave recebesse uma nova designação: Tempest.
A asa mais fina e as modificações aerodinâmicas introduzidas pela Hawker, alteraram o aspecto da aeronave.
Os desenvolvimentos do modelo continuaram, o que levou a que as encomendas iniciais para os Tempest Mk.I acabassem por ser transferidas para o modelo Tempest Mk.V.
O Tempest Mk.V acabaria por ser o mais significativo dos modelos Tempest (tendo sido entregue antes do Tempest Mk.II).
O Tempest recebeu a carlinga em bolha que já caracterizava os modelos Typhoon a partir do inicio de 1943.
O primeiro exemplar de produção do Tempest Mk.V foi entregue em 21 de Junho de 1943, mas a aeronave só foi considerada operacional em Abril de 1944.
O armamento principal do Tempest era idêntico ao do Typhoon Mk.IB embora os canhões fossem de um modelo com cano mais curto.
No total foram produzidos 450 Mk.II, 805 Mk.V e 142 Mk.VI operados pela RAF e pela força aérea da Nova Zelândia. Os dados desta ficha são os do Tempest Mk.V, que representou quase 60% do total de aeronaves «Tempest» produzidas.
Informação genérica
Ainda que o Typhoon seja conhecido pelas suas capacidades como caça-bombardeiro, ele foi o resultado dos incentivos da força aérea da Grã Bretanha, para o desenvolvimento de aeronaves com grande potência adequadas para interceptar aviões inimigos.
Sabendo de antemão que qualquer batalha pelo controle do seu país, passaria sempre pela necessidade de controle do ar, a RAF desenvolveu todos os esforços para se equipar com aeronaves que pudessem superiorizar-se a tudo o que os alemães pudessem apresentar no campo de batalha aéreo.
O desenvolvimento do Typhoon começou no inicio 1937, quando a empresa Napier apresentou um protótipo de motor com uma potência de 2,000cv que a Hawker viu como interessante para desenvolver uma nova aeronave.
O motor, que recebeu a designação de «Sabre» tinha uma potência superior ao melhor que no momento se fabricava. A título de exemplo, os caças Bf-109B alemães que lutavam na guerra civil de Espanha tinham motores com potência de 610cv.
Em Abril de 1937, a Hawker apresentou o seu primeiro projecto que receberia esse motor. Tratava-se de um avião armado com doze metralhadoras, o dobro do numero que equipava o Hurricane.
Para garantir o sucesso da proposta, a Hawker apresentou um modelo capaz de utilizar o motor «Sabre» a que deu o nome de «Typhoon» ou Type-N mas também um modelo alternativo que poderia utilizar o motor «Vulture» em desenvolvimento pela Rolls Royce e que recebeu o nome de «Tornado» ou Type-R.
Os atrasos no desenvolvimento do motor da Napier, levaram a que o primeiro dos protótipos a voar fosse o que estava equipado com o motor da Rolls Royce, e por isso o primeiro protótipo foi designado «Tornado».
Apenas quatro «Tornado» com motor Rolls Royce seriam produzidos, por causa das necessidades da guerra.
O modelo equipado com o motor Napier-Sabre, estava relativamente atrasado e só voou pela primeira vez em 24 de Fevereiro de 1940. Mas o Typhoon apresentou vários problemas ao nível do motor e as suas performances foram consideradas decepcionantes.
Afinal a aeronave deveria superar o limite mínimo de 740km/h e nunca conseguiu superar esse valor.
O desenvolvimento e planos para a construção de mais aeronaves sofreram um atraso, quando a 15 de Maio de 1940, o responsável pela produção aeronáutica da Grã Bretanha Lord Beavebrook, ordenou que todos os esforços da industria britânica fosse concentrados na produção de caças Hurricane e Spitfire, no momento crítico da batalha de Inglaterra no Verão e Outono de 1940.
O caça com motor Sabre acabaria recebendo ordem de produção e mais de 3,000 exemplares seriam produzidos com a produção encerrada apenas em Novembro de 1945, três meses após o fim da guerra contra o Japão.
Hawker Tempest
O Tempest, é uma derivação do Typhoon, que incluiu os melhoramentos que foram sendo incorporados no caça anterior, juntando várias novas características de entre as quais se destaca uma nova asa com muito maior eficiência aerodinâmica.
O primeiro modelo do Tempest foi inicialmente designado Typhoon-II. Equipado com o motor Sabre-IV de 2340cv.
O Sabre-II distinguia-se por não possuir o característico radiador protuberante sob o nariz da aeronave, mas os atrasos no seu desenvolvimento levaram a que outra aeronave acabasse por ser produzida antes, ainda que com uma designação posterior.
Essa aeronave foi o Tempest V, que foi uma solução de recurso quando se tornou urgente a necessidade de entregar mais caças à RAF em Fevereiro de 1942
Características
Caça bombardeiro (Hawker) Tempest Mk.V
Dimensões:
Comprimento: 10.26 M
Envergadura: 12.5 M
Altura: 4.9
Motores/ Potência
1 x motores Napier-Sabre II
Potência total: 2180 HP/CV
Peso / Cap. carga
Peso vazio: 4028 Kg
Peso máximo/descolagem: 6130 Kg
Numero de suportes p/ armas: 0
Capacidade de carga/armamento: 907 Kg
Tripulação : 1
Velocidade / Autonomia
Velocidade Maxima: 700 Km/h
Máxima(nível do mar): 631 Km/h
De cruzeiro: 600 Km/h
Autonomia standard /carregado : 900 Km
Autonomia máxima / leve 1191 Km.
Altitude máxima: 10000 Metros
Canhões / Metralhadoras - 4 x 20mm Hs.404 (Calibre: 20mm)
Pierre Clostermann
PIERRE CLOSTERMANN - UM CURITIBANO NA RAF
(Fonte: http://asteroide-leonel.blogspot.com.br ... a-raf.html)
Nascido no Brasil, mas de nacionalidade francesa, por ser filho do banqueiro francês Jacques Clostermann, que morava no Brasil (onde também atuou como cônsul da França), Pierre Henri Clostermann foi o maior ás da aviação de caça francesa na II Guerra Mundial, tendo voado na RAF, como outros pilotos da França Livre.
Perre Clostermann, D.F.C. & Bar
Pierre nasceu em Curitiba, em 28 de fevereiro de 1921. Estudou no Brasil (inclusive aprendeu a pilotar no Aeroclube do Brasil, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro) e pouco antes do início da II Guerra Mundial, foi para os EUA, cursar Engenharia Aeronáutica. Em 1940, após a queda da França, ele abandonou os estudos de engenharia e embarcou para a Inglaterra, onde cursou uma escola de pilotos militares, como voluntário pelos “Franceses Livres†do General Charles De Gaulle.
Graduado como sargento-piloto, na Real Força Aérea Inglesa (Royal Air Force - RAF), a princípio fez parte da formação do esquadrão 341,chamado Grupo Alsácia, uma unidade formada exclusivamente por aviadores franceses.
Em julho de 1944, numa breve e discreta cerimônia num aeródromo provisório em território francês, Pierre Clostermann é condecorado pelo sorridente Ministro da Aeronáutica Britânico, Sir Archibald Sinclair, com a Distinguished Flying Cross (DFC).
(Foto do livro O GRANDE CIRCO.)
Em julho de 1943, obteve suas primeiras vitórias, abatendo dois caças alemães Focke-Wulf FW-190 numa mesma missão.
Porém, envolveu-se em um nebuloso episódio, durante uma missão onde era o avião-ala, encarregado de proteger a retaguarda do comandante da unidade, o lendário René Mouchotte, o primeiro não-britânico a comandar uma unidade da RAF. Segundo sua própria narrativa, ele perdeu contato visual com o seu líder, após este ter feito uma manobra muito radical, e envolveu-se em combate individual com caças alemães, abatendo um deles. Mais tarde, ouviu-se pelo rádio a voz de Mouchotte, comunicando estar sem cobertura, sob ataque inimigo. Mouchotte acabou sendo abatido e morto neste combate, enquanto Clostermann obtinha mais uma vitória.
Depois disso, parece que o clima ficou desfavorável para ele, no Grupo Alsácia, e Clostermann foi transferido para outro esquadrão da RAF, passando a voar junto com pilotos ingleses.
Ele participou da fase final da guerra e, pilotando caças Supermarine Spitfire e Hawker Tempest, abateu confirmados 23 aviões alemães, além de nove prováveis, sem contar aviões, tanques, viaturas militares e outros alvos destruídos no solo. No seu livro, os registros são expostos de forma mais completa, porém, isto ainda geraria muita discussão, em épocas mais recentes.
Por estes feitos, recebeu a Distinguished Flying Cross (DFC), a mais alta condecoração aeronáutica inglesa, além de diversas outras, inclusive comendas americanas e francesas, como a Legião de Honra (mais tarde, recebeu do Brasil a Ordem do Mérito Santos-Dumont).
Ao final do conflito, ele comandava uma ala (wing) inteira da RAF, e tinha a função e posto de wing-commander (tenente-coronel), mas foi integrado na Armée de l'Air (Força Aérea Francesa) como primeiro-tenente, como "deferência especial", pois sua formação fora apenas como sargento ao ingressar na atividade aérea, e ele não havia concluído o curso superior.
Ao final da guerra, Pierre Clostermann se despede do seu Hawker Tempest V, batizado "Le Grand Charles" em homenagem a Charles De Gaulle, líder dos "Franceses Livres". As cruzes sem o fundo preto representam aviões alemães provavelmente abatidos, mas ainda não homologados como tal. (Foto do livro O GRANDE CIRCO.)
Isto o deixou aborrecido e ele solicitou sua desmobilização imediata da Armée de L'Air!
Em 1948, colocou partes de seu diário de guerra num livro considerado pela crítica especializada como a melhor narrativa dos combates aéreos da II Guerra, Le Grand Cirque, publicado no Brasil pela Ed. Flamboyant nos anos 60, com o título O Grande Circo. Possuo ambas as edições, a francesa e a brasileira.
O Grande Circo foi meu livro de cabeceira na adolescência. Passei bons momentos "voando" nas páginas deste livro, espiando sobre o ombro de Pierre Clostermann, enquanto ele disparava os canhões de seu potente Hawker Tempest contra os caças Me-109 e FW-190 alemães.
Depois, Clostermann escreveu também o livro Fogo No Céu (original: Feux du Ciel) - Ed. Flamboyant -1966, onde conta episódios baseados em atividades aéreas de outros pilotos, em diversos teatros de operações aéreas da II Guerra.
Clostermann concluiu seu curso de Engenharia Aeronáutica, e ainda voltou a voar anos depois pela Armée de L'Air, na guerra contra a Argélia, o que rendeu mais um livro: Episódios da Guerra Aérea Na Argélia (Ed. Flamboyant) e além disto, teve sua patente de guerra reconhecida, sendo reformado como coronel.
Mais tarde, exerceu cargos na indústria aeronáutica, nas empresas Max Holste e na divisão francesa da Cessna Aircraft Company. Entrou também na política e uma de suas ações, como parlamentar ligado à indústria aeronáutica francesa, foi tentar obstruir a aquisição de aeronaves brasileiras pela Armée de L'Air, na década de 80! Assim, meu herói virou vilão! Contudo, estava defendendo os legítimos interesses do seu país!
Mas o ás francês falhou em abater os Xingus e Tucanos da EMBRAER, usados até hoje pela Armée de L'Air!
Touché, Pierre!
Embraer 121 Xingu: assim como o Embraer 312F Tucano, que foram operados pelo Armée de L'Air, apesar do lobby contrário de Clostermann. (Foto: Stéphane Pichard - AIRLINERS.NET)
Em 2004, a editora brasileira Adler, especializada em livros e gravuras sobre aviação, promoveu, com apoio da Força Aérea Brasileira, um encontro na França, de Pierre Clostermann com pilotos veteranos do 1º Grupo de Caça da FAB, que também atuaram na II Guerra. Nesta ocasião, o piloto francês autografou uma série de gravuras dos aviões voados por ele, emitidas pela editora.
Durante a guerra das Malvinas, ele elogiou a coragem e os feitos dos pilotos argentinos, alguns ex-alunos de seu filho, também piloto militar, com quem aprenderam a pilotar os aviões Mirage. Isto lhe custou diversos ataques por parte de alguns jornais ingleses, que questionaram suas vitórias e condecorações inglesas, obtidas na II Guerra.
Mas tudo não passou de uma série de equívocos, usando como pretexto os critérios diferentes para classificação de “vitóriasâ€, segundo padrões da RAF e da Armée de L'Air.
Pierre Clostermann faleceu em 22 de março de 2006 em Montesquieu-des-Albéres, na França.
Notas adicionais:
1 - Existem versões diferentes sobre o período da vida de Pierre Clostermann nos anos compreendidos entre seu nascimento e o início da II Guerra Mundial. A versão que eu apresento é a que consta na contracapa da edição brasileira de O GRANDE CIRCO.
2 - Sobre seu pai, a Wikipédia o menciona como diplomata, mas ele só exerceu as funções de Consul Geral da França no Brasil no pós-guerra, no período entre 16 de outubro de 1949 a 31 de maio de 1954.
3 - Na edição original francesa do livro Le Grand Cirque, havia uma foto de um jovem oficial alemão, equivocadamente legendada como sendo do aviador e ás austríaco Walter Nowotny. Na edição brasileira de 1966, esta foto já havia sido suprimida.
4 - Sobre Walter Nowotny, nas edições que possuo, há outro equívoco, no capítulo dedicado a ele, onde são citadas as circunstâncias sobre a sua morte.
O "Le Grand Charles" em voo...
Condecorações e Honrarias
Na França
Grande Croix de la Légion d'Honneur
Companion de l'Ordre de la Libération - 21 January 1946
Médaille Militaire
Croix de Guerre 1939-45, with 19 citations including 17 to the level of the army (palms) and 2 stars
Croix de la Valeur Militaire with 2 citations
Médaille de la Résistance with rosette
Médaille de l'Aéronautique
Médaille Commémorative des Opérations de Sécurité et de Maintien de l'Ordre
Insigne des blessés militaires
Médaille commémorative des services volontaires dans la France libre
Médaille commémorative de la guerre 1939–1945
Comendas estrangeiras
Grand Officer of the Nichan Iftikhar (Tunisia)
Knight of the Order of the Dannebrog - 23 June 1945 (Dinamarca)
Commander of the Order of Ouissam Alaouite (Marrocos)
Knight of the Order of the Holy Sepulchre (Vaticano)
Croix de guerre (Bélgica)
Distinguished Flying Cross with bar (Reino Unido)
Distinguished Service Cross (EUA)
Silver Star (EUA)
Air Medal (EUA)
Santos-Dumont Merit Medal (Brasil)
Para quem tiver interesse, fiz um review deste interessante kit, que pode ser acessado neste tópico: http://www.plastibrasil.com/viewtopic.php?f=71&t=8140
O avião que será representado é o de uma das aeronaves (sendo quatro Tempest) pilotadas pelo ás francês (nascido no Brasil) Pierre Closterman, o "Le Grand Charles".
Vamos ao histórico do avião e à biografia do piloto...
Histórico do Hawker Tempest
Quando em março de 1940 os primeiros testes com o caça Typhoon mostraram que a aeronave não correspondia aos requisitos, a Hawker iniciou os estudos para uma nova versão da aeronave, que pudesse atingir as metas que tinham sido falhadas.
Hawker Typhoon
Inicialmente estava previsto que o novo avião fosse chamado Typhoon-II, mas o numero de modificações levou a que a aeronave recebesse uma nova designação: Tempest.
A asa mais fina e as modificações aerodinâmicas introduzidas pela Hawker, alteraram o aspecto da aeronave.
Os desenvolvimentos do modelo continuaram, o que levou a que as encomendas iniciais para os Tempest Mk.I acabassem por ser transferidas para o modelo Tempest Mk.V.
O Tempest Mk.V acabaria por ser o mais significativo dos modelos Tempest (tendo sido entregue antes do Tempest Mk.II).
O Tempest recebeu a carlinga em bolha que já caracterizava os modelos Typhoon a partir do inicio de 1943.
O primeiro exemplar de produção do Tempest Mk.V foi entregue em 21 de Junho de 1943, mas a aeronave só foi considerada operacional em Abril de 1944.
O armamento principal do Tempest era idêntico ao do Typhoon Mk.IB embora os canhões fossem de um modelo com cano mais curto.
No total foram produzidos 450 Mk.II, 805 Mk.V e 142 Mk.VI operados pela RAF e pela força aérea da Nova Zelândia. Os dados desta ficha são os do Tempest Mk.V, que representou quase 60% do total de aeronaves «Tempest» produzidas.
Informação genérica
Ainda que o Typhoon seja conhecido pelas suas capacidades como caça-bombardeiro, ele foi o resultado dos incentivos da força aérea da Grã Bretanha, para o desenvolvimento de aeronaves com grande potência adequadas para interceptar aviões inimigos.
Sabendo de antemão que qualquer batalha pelo controle do seu país, passaria sempre pela necessidade de controle do ar, a RAF desenvolveu todos os esforços para se equipar com aeronaves que pudessem superiorizar-se a tudo o que os alemães pudessem apresentar no campo de batalha aéreo.
O desenvolvimento do Typhoon começou no inicio 1937, quando a empresa Napier apresentou um protótipo de motor com uma potência de 2,000cv que a Hawker viu como interessante para desenvolver uma nova aeronave.
O motor, que recebeu a designação de «Sabre» tinha uma potência superior ao melhor que no momento se fabricava. A título de exemplo, os caças Bf-109B alemães que lutavam na guerra civil de Espanha tinham motores com potência de 610cv.
Em Abril de 1937, a Hawker apresentou o seu primeiro projecto que receberia esse motor. Tratava-se de um avião armado com doze metralhadoras, o dobro do numero que equipava o Hurricane.
Para garantir o sucesso da proposta, a Hawker apresentou um modelo capaz de utilizar o motor «Sabre» a que deu o nome de «Typhoon» ou Type-N mas também um modelo alternativo que poderia utilizar o motor «Vulture» em desenvolvimento pela Rolls Royce e que recebeu o nome de «Tornado» ou Type-R.
Os atrasos no desenvolvimento do motor da Napier, levaram a que o primeiro dos protótipos a voar fosse o que estava equipado com o motor da Rolls Royce, e por isso o primeiro protótipo foi designado «Tornado».
Apenas quatro «Tornado» com motor Rolls Royce seriam produzidos, por causa das necessidades da guerra.
O modelo equipado com o motor Napier-Sabre, estava relativamente atrasado e só voou pela primeira vez em 24 de Fevereiro de 1940. Mas o Typhoon apresentou vários problemas ao nível do motor e as suas performances foram consideradas decepcionantes.
Afinal a aeronave deveria superar o limite mínimo de 740km/h e nunca conseguiu superar esse valor.
O desenvolvimento e planos para a construção de mais aeronaves sofreram um atraso, quando a 15 de Maio de 1940, o responsável pela produção aeronáutica da Grã Bretanha Lord Beavebrook, ordenou que todos os esforços da industria britânica fosse concentrados na produção de caças Hurricane e Spitfire, no momento crítico da batalha de Inglaterra no Verão e Outono de 1940.
O caça com motor Sabre acabaria recebendo ordem de produção e mais de 3,000 exemplares seriam produzidos com a produção encerrada apenas em Novembro de 1945, três meses após o fim da guerra contra o Japão.
Hawker Tempest
O Tempest, é uma derivação do Typhoon, que incluiu os melhoramentos que foram sendo incorporados no caça anterior, juntando várias novas características de entre as quais se destaca uma nova asa com muito maior eficiência aerodinâmica.
O primeiro modelo do Tempest foi inicialmente designado Typhoon-II. Equipado com o motor Sabre-IV de 2340cv.
O Sabre-II distinguia-se por não possuir o característico radiador protuberante sob o nariz da aeronave, mas os atrasos no seu desenvolvimento levaram a que outra aeronave acabasse por ser produzida antes, ainda que com uma designação posterior.
Essa aeronave foi o Tempest V, que foi uma solução de recurso quando se tornou urgente a necessidade de entregar mais caças à RAF em Fevereiro de 1942
Características
Caça bombardeiro (Hawker) Tempest Mk.V
Dimensões:
Comprimento: 10.26 M
Envergadura: 12.5 M
Altura: 4.9
Motores/ Potência
1 x motores Napier-Sabre II
Potência total: 2180 HP/CV
Peso / Cap. carga
Peso vazio: 4028 Kg
Peso máximo/descolagem: 6130 Kg
Numero de suportes p/ armas: 0
Capacidade de carga/armamento: 907 Kg
Tripulação : 1
Velocidade / Autonomia
Velocidade Maxima: 700 Km/h
Máxima(nível do mar): 631 Km/h
De cruzeiro: 600 Km/h
Autonomia standard /carregado : 900 Km
Autonomia máxima / leve 1191 Km.
Altitude máxima: 10000 Metros
Canhões / Metralhadoras - 4 x 20mm Hs.404 (Calibre: 20mm)
Pierre Clostermann
PIERRE CLOSTERMANN - UM CURITIBANO NA RAF
(Fonte: http://asteroide-leonel.blogspot.com.br ... a-raf.html)
Nascido no Brasil, mas de nacionalidade francesa, por ser filho do banqueiro francês Jacques Clostermann, que morava no Brasil (onde também atuou como cônsul da França), Pierre Henri Clostermann foi o maior ás da aviação de caça francesa na II Guerra Mundial, tendo voado na RAF, como outros pilotos da França Livre.
Perre Clostermann, D.F.C. & Bar
Pierre nasceu em Curitiba, em 28 de fevereiro de 1921. Estudou no Brasil (inclusive aprendeu a pilotar no Aeroclube do Brasil, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro) e pouco antes do início da II Guerra Mundial, foi para os EUA, cursar Engenharia Aeronáutica. Em 1940, após a queda da França, ele abandonou os estudos de engenharia e embarcou para a Inglaterra, onde cursou uma escola de pilotos militares, como voluntário pelos “Franceses Livres†do General Charles De Gaulle.
Graduado como sargento-piloto, na Real Força Aérea Inglesa (Royal Air Force - RAF), a princípio fez parte da formação do esquadrão 341,chamado Grupo Alsácia, uma unidade formada exclusivamente por aviadores franceses.
Em julho de 1944, numa breve e discreta cerimônia num aeródromo provisório em território francês, Pierre Clostermann é condecorado pelo sorridente Ministro da Aeronáutica Britânico, Sir Archibald Sinclair, com a Distinguished Flying Cross (DFC).
(Foto do livro O GRANDE CIRCO.)
Em julho de 1943, obteve suas primeiras vitórias, abatendo dois caças alemães Focke-Wulf FW-190 numa mesma missão.
Porém, envolveu-se em um nebuloso episódio, durante uma missão onde era o avião-ala, encarregado de proteger a retaguarda do comandante da unidade, o lendário René Mouchotte, o primeiro não-britânico a comandar uma unidade da RAF. Segundo sua própria narrativa, ele perdeu contato visual com o seu líder, após este ter feito uma manobra muito radical, e envolveu-se em combate individual com caças alemães, abatendo um deles. Mais tarde, ouviu-se pelo rádio a voz de Mouchotte, comunicando estar sem cobertura, sob ataque inimigo. Mouchotte acabou sendo abatido e morto neste combate, enquanto Clostermann obtinha mais uma vitória.
Depois disso, parece que o clima ficou desfavorável para ele, no Grupo Alsácia, e Clostermann foi transferido para outro esquadrão da RAF, passando a voar junto com pilotos ingleses.
Ele participou da fase final da guerra e, pilotando caças Supermarine Spitfire e Hawker Tempest, abateu confirmados 23 aviões alemães, além de nove prováveis, sem contar aviões, tanques, viaturas militares e outros alvos destruídos no solo. No seu livro, os registros são expostos de forma mais completa, porém, isto ainda geraria muita discussão, em épocas mais recentes.
Por estes feitos, recebeu a Distinguished Flying Cross (DFC), a mais alta condecoração aeronáutica inglesa, além de diversas outras, inclusive comendas americanas e francesas, como a Legião de Honra (mais tarde, recebeu do Brasil a Ordem do Mérito Santos-Dumont).
Ao final do conflito, ele comandava uma ala (wing) inteira da RAF, e tinha a função e posto de wing-commander (tenente-coronel), mas foi integrado na Armée de l'Air (Força Aérea Francesa) como primeiro-tenente, como "deferência especial", pois sua formação fora apenas como sargento ao ingressar na atividade aérea, e ele não havia concluído o curso superior.
Ao final da guerra, Pierre Clostermann se despede do seu Hawker Tempest V, batizado "Le Grand Charles" em homenagem a Charles De Gaulle, líder dos "Franceses Livres". As cruzes sem o fundo preto representam aviões alemães provavelmente abatidos, mas ainda não homologados como tal. (Foto do livro O GRANDE CIRCO.)
Isto o deixou aborrecido e ele solicitou sua desmobilização imediata da Armée de L'Air!
Em 1948, colocou partes de seu diário de guerra num livro considerado pela crítica especializada como a melhor narrativa dos combates aéreos da II Guerra, Le Grand Cirque, publicado no Brasil pela Ed. Flamboyant nos anos 60, com o título O Grande Circo. Possuo ambas as edições, a francesa e a brasileira.
O Grande Circo foi meu livro de cabeceira na adolescência. Passei bons momentos "voando" nas páginas deste livro, espiando sobre o ombro de Pierre Clostermann, enquanto ele disparava os canhões de seu potente Hawker Tempest contra os caças Me-109 e FW-190 alemães.
Depois, Clostermann escreveu também o livro Fogo No Céu (original: Feux du Ciel) - Ed. Flamboyant -1966, onde conta episódios baseados em atividades aéreas de outros pilotos, em diversos teatros de operações aéreas da II Guerra.
Clostermann concluiu seu curso de Engenharia Aeronáutica, e ainda voltou a voar anos depois pela Armée de L'Air, na guerra contra a Argélia, o que rendeu mais um livro: Episódios da Guerra Aérea Na Argélia (Ed. Flamboyant) e além disto, teve sua patente de guerra reconhecida, sendo reformado como coronel.
Mais tarde, exerceu cargos na indústria aeronáutica, nas empresas Max Holste e na divisão francesa da Cessna Aircraft Company. Entrou também na política e uma de suas ações, como parlamentar ligado à indústria aeronáutica francesa, foi tentar obstruir a aquisição de aeronaves brasileiras pela Armée de L'Air, na década de 80! Assim, meu herói virou vilão! Contudo, estava defendendo os legítimos interesses do seu país!
Mas o ás francês falhou em abater os Xingus e Tucanos da EMBRAER, usados até hoje pela Armée de L'Air!
Touché, Pierre!
Embraer 121 Xingu: assim como o Embraer 312F Tucano, que foram operados pelo Armée de L'Air, apesar do lobby contrário de Clostermann. (Foto: Stéphane Pichard - AIRLINERS.NET)
Em 2004, a editora brasileira Adler, especializada em livros e gravuras sobre aviação, promoveu, com apoio da Força Aérea Brasileira, um encontro na França, de Pierre Clostermann com pilotos veteranos do 1º Grupo de Caça da FAB, que também atuaram na II Guerra. Nesta ocasião, o piloto francês autografou uma série de gravuras dos aviões voados por ele, emitidas pela editora.
Durante a guerra das Malvinas, ele elogiou a coragem e os feitos dos pilotos argentinos, alguns ex-alunos de seu filho, também piloto militar, com quem aprenderam a pilotar os aviões Mirage. Isto lhe custou diversos ataques por parte de alguns jornais ingleses, que questionaram suas vitórias e condecorações inglesas, obtidas na II Guerra.
Mas tudo não passou de uma série de equívocos, usando como pretexto os critérios diferentes para classificação de “vitóriasâ€, segundo padrões da RAF e da Armée de L'Air.
Pierre Clostermann faleceu em 22 de março de 2006 em Montesquieu-des-Albéres, na França.
Notas adicionais:
1 - Existem versões diferentes sobre o período da vida de Pierre Clostermann nos anos compreendidos entre seu nascimento e o início da II Guerra Mundial. A versão que eu apresento é a que consta na contracapa da edição brasileira de O GRANDE CIRCO.
2 - Sobre seu pai, a Wikipédia o menciona como diplomata, mas ele só exerceu as funções de Consul Geral da França no Brasil no pós-guerra, no período entre 16 de outubro de 1949 a 31 de maio de 1954.
3 - Na edição original francesa do livro Le Grand Cirque, havia uma foto de um jovem oficial alemão, equivocadamente legendada como sendo do aviador e ás austríaco Walter Nowotny. Na edição brasileira de 1966, esta foto já havia sido suprimida.
4 - Sobre Walter Nowotny, nas edições que possuo, há outro equívoco, no capítulo dedicado a ele, onde são citadas as circunstâncias sobre a sua morte.
O "Le Grand Charles" em voo...
Condecorações e Honrarias
Na França
Grande Croix de la Légion d'Honneur
Companion de l'Ordre de la Libération - 21 January 1946
Médaille Militaire
Croix de Guerre 1939-45, with 19 citations including 17 to the level of the army (palms) and 2 stars
Croix de la Valeur Militaire with 2 citations
Médaille de la Résistance with rosette
Médaille de l'Aéronautique
Médaille Commémorative des Opérations de Sécurité et de Maintien de l'Ordre
Insigne des blessés militaires
Médaille commémorative des services volontaires dans la France libre
Médaille commémorative de la guerre 1939–1945
Comendas estrangeiras
Grand Officer of the Nichan Iftikhar (Tunisia)
Knight of the Order of the Dannebrog - 23 June 1945 (Dinamarca)
Commander of the Order of Ouissam Alaouite (Marrocos)
Knight of the Order of the Holy Sepulchre (Vaticano)
Croix de guerre (Bélgica)
Distinguished Flying Cross with bar (Reino Unido)
Distinguished Service Cross (EUA)
Silver Star (EUA)
Air Medal (EUA)
Santos-Dumont Merit Medal (Brasil)
Para quem tiver interesse, fiz um review deste interessante kit, que pode ser acessado neste tópico: http://www.plastibrasil.com/viewtopic.php?f=71&t=8140
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Re: Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Muito interessante!
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Re: Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Muito bacana Hartmann!!!!
Li "O Grande Circo" umas duas vezes e me senti voando o Spitfire e o Tempest junto com o Closterman!!!
Abraço
Li "O Grande Circo" umas duas vezes e me senti voando o Spitfire e o Tempest junto com o Closterman!!!
Abraço
- Hartmann
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Re: Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Bem lembrado, Zelão!zelaorainmaker escreveu:Muito bacana Hartmann!!!!
Li "O Grande Circo" umas duas vezes e me senti voando o Spitfire e o Tempest junto com o Closterman!!!
Abraço
Aproveito para acrescentar a este tópico de abertura, um trecho do livro "O Grande Circo", do Pierre Clostermann, onde ela narra um pouco das dificuldades para "domar" o Typhoon.
Após um período de operações incessantes com o Spitfire antes, durante e depois dos desembarques na Normandia, Clostermann foi condecorado com a DFC (Distinguished Flying Cross) e retirado das operações ativas.
Mas em dezembro de 1944 solicitou a volta à s operações após “comandar uma escrivaninha†por alguns meses. Depois de muito insistir, conseguiu ser destacado para fazer um rápido curso de conversão para Typhoon e Tempest, precedendo sua participação nos meses finais da guerra, em que acabou sendo destacado para um esquadrão de caças Tempest.
O fato do Typhoon ser considerado uma aeronave difícil de voar pode ser percebido nos pequenos trechos a seguir, extraídos do livro de Clostermann, em que ele narra seu primeiro voo com a aeronave:
“Como os gases de escapamento que se infiltram no ‘cockpit’ são altamente perigosos, devido ao seu elevado teor em carbono, torna-se necessário inalar permanentemente oxigênio; apresso-me, pois, a colocar a máscara e a abrir a válvula reguladora.
Ao levantar vôo o Typhoon inclina-se fortemente à direita; é preciso, portanto, regular cuidadosamente os fletners dos comandos. Abro completamente o radiador.
(…)
Regulo o acelerador – aberto a cinco oitavos de polegada (nem um milímetro a mais, sob pena de afogar o carburador, arriscando um retôrno da centelha). Empurro para a frente, ao máximo, a alavanca de mudança do passo da hélice, e, em seguida, faço-a recuar de alguns centímetros para evitar um bloqueio do dispositivo de velocidade constante, no momento da decolagem.
(…)
Introduzo um cartucho no aparelho de partida (Trata-se do sistema Koffman, que utiliza a expansão de gases violentamente explosivos para fazer partir o motor; falhar a partida não é nada agradável, porque uma vez o motor cheio de gasolina há noventa por cento de probabilidades de incêndio).
Mantenho um dedo no contato do magneto de partida e outro sôbre o comando do fogo, desencadeio o sistema… O motor parte, com um estrondo espantoso. O ruído é, pouco mais ou menos, cinco vezes mais forte que o Spitfire. Após alguns segundos de trabalho desordenado o motor gira normalmente, não porém, sem lançar óleo por todos os poros. O som dêste motor e suas vibrações parecem-me suspeitos. Tenho os nervos tensos e sinto-me inquieto. Que diabo vim fazer aqui?
(…)
Começo a rolar – demasiadamente rápido. Cuidado! não se deve abusar dos freios, pois se aquecem muito depressa. Um freio aquecido perde tôda a ação. Êste motor! Rolo à s tontas, buscando o caminho como um caranguejo, dando um golpe de freio à direita, outro à esquerda, alternadamente, para conseguir ver alguma coisa. À margem da pista, antes de colocar-me em posição, limpo as velas, conforme determinam as instruções. Desafogo o motor, acelerando até três mil rotações e, logo, uma nuvem de óleo espalha-se no pára-brisa.
Dois Typhoons que estavam no circuito acabam de pousar, mas o operador da tôrre de contrôle não parece disposto a dar-me luz verde. Ponho a cabeça para fora a fim de fazer-lhe sinal, arriscando-me a receber uma gôta de óleo fervendo no ôlho, mas a luz vermelha não muda. Diabo! certamente esqueci alguma coisa. O motor começa a esquentar e o radiador já está a 95º. Lanço um olhar por todo o aparelho: os flaps estão exatamente a 15º, o radiador está aberto… Meu Deus! É o rádio! Ligo-o rà pidamente e chamo: Hullo Skydoor, Skydorr. Typhie 22 calling. May I scramble? O operador responde, enfim, dando-me luz verde.
(…)
Bem me haviam prevenido que o Typhoon era instável, mas nunca imaginei que o fôsse a êsse ponto!… E o animal acelera como um foguete… Corrijo ao máximo o aparelho, com o freio, mas assim mesmo sou levado perigosamente para a direita… A meio da pista a roda direita roça o gramado. Com êste engenho, se saio do cimento capotarei na certa.
Enfim, consigo levantá-lo do solo. Êste avião é de uma instabilidade lateral espantosa. Ainda continuo a derivar; não ouso, porém baixar muito a asa esquerda, pois êsses desgraçados ailerons só mordem além de duzentos quilômetros por hora. Felizmente, por motivo de uma série de acidentes devidos à mesma causa, mandaram destruir o hangar F; passo, no entanto, com muito risco, extremamente perto do hangar E.
Recolho o trem de pouso, mas esqueço de travar-lhe os freios. Formidável vibração sacode o aparelho desde a cauda até as extremidades das asas, indicando-me que as rodas entraram nas cavidades girando a tôda velocidade. Contanto que os pneus tenham resistido!
(…)
Enfim, após alguns minutos, domino paulatinamente o avião e sinto-me mais à vontade. Nas curvas derrapa um pouco, mas isso não constitui grande inconveniente. Tento, timidamente, ligeiro vôo picado. Irra! que massa! Com suas sete toneladas o aparelho acelera prodigiosamente. Com satisfação, constato que o avião é muito mais rápido que o Spitfire. Que será então com o Tempest!
Meia hora já decorreu, célere; começo a armar-me de coragem para realizar o pouso. Inicialmente, um circuito à velocidade de setecentos quilômetros por hora, a fim de limpar essas malditas velas que se sujam com facilidade. Em seguida, apesar dos meus esforços para diminuir suficientemente a velocidade, de modo a poder baixar com segurança o trem de pouso, nada consigo.
Um circuito, com o motor em velocidade decrescente, a quinhentos quilômetros por hora. Outro circuito, a quatrocentos. Em desespêro de causa, faço uma chandelle sem motor que me eleva de quase mil metros, mas consigo reduzir a velocidade para trezentos e vinte quilômetros. A baixa velocidade êste animal é terrivelmente instável e a exposição do enorme trem de pouso tem conseqüências imprevisíveis sôbre o equilíbrio. Embora prevenido, fico atônito com as formidáveis guinadas que quase se assemelham ao início de um parafuso.
Solicito autorização para pousar. Prudentemente, em linha reta, com boa reserva de velocidade, faço a aproximação, baixo os flaps, e tudo vai bem até chegar quase ao solo. Mas essas asas espêssas que parecem ter grande margem de sustentação são enganosas; apenas comecei a pressionar o manche e já o avião cai como uma pedra, inclinando-se sôbre a asa esquerda, e, ao tocar o solo, lança-se para cima, a dez metros de altura, com o nariz reto para o céu, em meio a um estrondo espantoso. Acelero ao máximo, a fim de amortecer a queda, lutando loucamente com os ailerons para evitar que o avião se volte sôbre o dorso.
Enfim, após dois ou três saltos e algumas freagens estridentes, meu Typoon, dominado, rola sôbre a pista. Consigo detê-lo em tempo, em meio a uma nuvem de fumaça e óleo. Forte odor de borracha queimada emana dos pobres pneus que resistiram valentemente ao pêso das sete toneladas precipitando-se a duzentos quilômetros por hora.
Felizmente ninguém notou minha péssima aterrissagem. Tão numerosos foram os aviões que pousaram mal, hoje, – dois dos quais sofreram avarias graves, – que se considera boa a ‘chegada’ quando o aparelho permanece intato. O suor banha-me a fronte, mas o moral está elevado.â€
Hartmann
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Re: Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Sempre tive alguma curiosidade com este modelo da Eduard. Pode ser, mediante o que vir em relação ao modelo, que eu perca a cabeça.
A acompanhar.
Um abraço
ajcmac
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ajcmac
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Re: Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Hahahahaajcmac escreveu:Sempre tive alguma curiosidade com este modelo da Eduard. Pode ser, mediante o que vir em relação ao modelo, que eu perca a cabeça.
A acompanhar.
Um abraço
ajcmac
Espero poder contribuir com esta "perda de cabeça", António!
Hartmann
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Re: Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Caramba Hartmann, acho que nem a RAF sabia tanto sobre esse modelo!
Que pesquisa incrível!
Acompanhando!
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- Hartmann
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Re: Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Coelho escreveu:Caramba Hartmann, acho que nem a RAF sabia tanto sobre esse modelo!
Que pesquisa incrível!
Acompanhando!
Obrigado por acompanhar, Coelho!
Em breve, os primeiros passos deste trabalho...
Hartmann
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Re: Hawker Tempest Mk.5 - Eduard 1/48
Caraca..isso sim que e um levantamento historico de responsa!!!
Chegando pra aprender a montagem e como fazer uma apresentacao da boa!!!
Abracos
Chegando pra aprender a montagem e como fazer uma apresentacao da boa!!!
Abracos