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[Concluído] Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
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Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
Fala pessoal!
Vou dar início ao meu 4º e ultimo kit aqui do GT39. E pra isso, nada melhor do que encerrar em um projeto "de casa", não?
Pra quem estiver interessado, já existe um Review do kit feito pelo Fabiuz aqui no fórum, e pode ser encontrado aqui.
Para quem não sabe, o Osório foi o primeiro e único MBT brasileiro, desenvolvido pela antiga e falida Engesa.
Esse projeto da Engesa começou devido a uma disputa, pois nos anos 80 a Arábia Saudita estava interessada em atualizar seus exércitos, comprando novos tanques. A engesa percebeu a oportunidade, criou para testes o primeiro projeto do EE-T1 Osório, com um canhão de 105mm aqui no Brasil. Mais tarde, criou e mandou o segundo para as disputas na Arábia Saudita, desta vez equipado com um canhão 120mm.
O Osório fora competir com outros três rivais nos testes: O M1 Abrams americano, o britânico Challenger e o francês AMX-40.
Esses testes consistiam em:
1. 2.350 km de rodagem, sendo 1750 km em deserto. A guarnição que operaria o tanque era do Exército Saudita, escolhida por sorteio. Neste teste, analisar-se-ia também o consumo de combustível que deveria ser no máximo de 2,1 km/l em deserto e 3,4 km/l em estrada.
2. Rampas: Superar trincheiras de 3m de largura; arrancada, partindo do repouso em rampa de 65% de inclinação, rodar em rampa lateral de inclinação 30%, aceleração e frenagem no plano e em rampas.
3. Resistência e manutenção: Remoção e colocação de lagartas em 40 minutos (10 para a retirada, 30 para a colocação), 6 horas com motor em funcionamento constante e veículo parado, 6 km de marcha-a-ré e reboque de um carro de combate de 35 ton por 15 km. (O Osório rebocou o Abrams, muito mais pesado do que 35 ton.)
4. Tiro: 149 disparos. 82 com veículo e alvo estacionados a 4000m de distância; os demais com veículo estacionado e alvo em movimento e veículo e alvo em movimento a 1500m de distância.
Nessa disputa, foram reprovados o AMX-40 e o Challenger, ficando o Osório e o M1 Abrams, sendo que desses dois o Osório impressionou mais nos testes, mostrando-se superior e ainda, também mais barato que o M1.
Em 1988, o Osório derrotou novamente os mesmo três adversários em Ahu Dhabi, acrescido de mais um adversário, o C-1 Ariete italiano.
A euforia brasileira era enorme, estava tudo praticamente decidido em fechar acordo com a Arábia Saudita na compra dos tanques.
Porém, finalmente, os Estados Unidos agiram, alegando que o Brasil não respeitava acordos internacionais e, principalmente, que negociava com nações tidas como inimigas, fazendo com que a Arábia Saudita hesitasse em fechar o acordo com a Engesa. Hesitação que se tornou recusa com a eclosão da operação Tempestade no Deserto contra o Iraque em 1991, fazendo com que os laços entre os Estados Unidos e a Arabia Saudita se estreitassem de tal forma, que os sauditas decidiram ignorar a capacidade bélica demonstrada pelo EE T1 Osório e assinar o acordo com seu principal aliado, os próprios Estados Unidos.
Com toda essa empreitada, os obstáculos enfrentados e principalmente pelo risco de se investir quase todos os seus recursos num projeto voltado para compradores estrangeiros, a Engesa acumulou várias dívidas. Mas, o verdadeiro risco ainda era a não disposição do governo brasileiro em investir nesse ramo, e a consequente falta de compradores para o EE T1 Osório.
Na época, o exército brasileiro estava sem dinheiro para comprar os veículos, e o governo não estava com disposição alguma para ajudar. Com isso, concluiu-se de que se nem o próprio Exercito Brasileiro compraria o tanque, outros compradores certamente também não iriam comprá-lo. Era o fim da linha e em 1993, a Engesa faliu.
Os dois veículos ficaram sobre custódia do Exército, mas sem pertencerem ao mesmo. Esses veículos seriam mais tarde leiloados a um comprador particular a um preço de R$300.000,00 as duas unidades, quantia irrelevante comparada aos U$50 milhões gastos em seu desenvolvimento. Felizmente, o governo de São Paulo acabou impedindo a venda destes veículos.
Finalmente em 22 de março de 2003, ocorreu uma cerimônia de entronização no quartel do 13º R C Mec, onde o protótipo 2 (P2) equipado com canhão de 120mm desfilou perante as autoridades, escoltado pelos demais veículos da cavalaria daquele regimento. Era o "renascimento do Osório". O outro protótipo (P1) com canhão de 105mm está sendo restaurado, pois o tempo lhe trouxe alguns defeitos que serão reparados e ele também será incorporado a este regimento.
Hoje, ambos os veículos são de propriedade do Exército Brasileiro, sendo considerados monumentos à memória e a tecnologia do Brasil. Até hoje, o Osório constitui o carro de combate mais avançado do inventário do Exército Brasileiro, e duas gerações a frente do Leopard, hoje principal carro de combate em uso no Brasil. Em Abril de 2003, ele esteve exposto na LAD 2003 (feira de material de defesa). Impressionou várias delegações estrangeiras, mesmo tendo sido fabricado na década de 80. Em 2003, foi aprovado um plano de reforma do Osório do Exército Brasileiro, e encontra-se em estudo, uma reformulação e possível produção do MBT Osório. Os meios de produção encontram-se em poder do Exército, portanto, a possibilidade existe.
Vou dar início ao meu 4º e ultimo kit aqui do GT39. E pra isso, nada melhor do que encerrar em um projeto "de casa", não?
Pra quem estiver interessado, já existe um Review do kit feito pelo Fabiuz aqui no fórum, e pode ser encontrado aqui.
Para quem não sabe, o Osório foi o primeiro e único MBT brasileiro, desenvolvido pela antiga e falida Engesa.
Esse projeto da Engesa começou devido a uma disputa, pois nos anos 80 a Arábia Saudita estava interessada em atualizar seus exércitos, comprando novos tanques. A engesa percebeu a oportunidade, criou para testes o primeiro projeto do EE-T1 Osório, com um canhão de 105mm aqui no Brasil. Mais tarde, criou e mandou o segundo para as disputas na Arábia Saudita, desta vez equipado com um canhão 120mm.
O Osório fora competir com outros três rivais nos testes: O M1 Abrams americano, o britânico Challenger e o francês AMX-40.
Esses testes consistiam em:
1. 2.350 km de rodagem, sendo 1750 km em deserto. A guarnição que operaria o tanque era do Exército Saudita, escolhida por sorteio. Neste teste, analisar-se-ia também o consumo de combustível que deveria ser no máximo de 2,1 km/l em deserto e 3,4 km/l em estrada.
2. Rampas: Superar trincheiras de 3m de largura; arrancada, partindo do repouso em rampa de 65% de inclinação, rodar em rampa lateral de inclinação 30%, aceleração e frenagem no plano e em rampas.
3. Resistência e manutenção: Remoção e colocação de lagartas em 40 minutos (10 para a retirada, 30 para a colocação), 6 horas com motor em funcionamento constante e veículo parado, 6 km de marcha-a-ré e reboque de um carro de combate de 35 ton por 15 km. (O Osório rebocou o Abrams, muito mais pesado do que 35 ton.)
4. Tiro: 149 disparos. 82 com veículo e alvo estacionados a 4000m de distância; os demais com veículo estacionado e alvo em movimento e veículo e alvo em movimento a 1500m de distância.
Nessa disputa, foram reprovados o AMX-40 e o Challenger, ficando o Osório e o M1 Abrams, sendo que desses dois o Osório impressionou mais nos testes, mostrando-se superior e ainda, também mais barato que o M1.
Em 1988, o Osório derrotou novamente os mesmo três adversários em Ahu Dhabi, acrescido de mais um adversário, o C-1 Ariete italiano.
A euforia brasileira era enorme, estava tudo praticamente decidido em fechar acordo com a Arábia Saudita na compra dos tanques.
Porém, finalmente, os Estados Unidos agiram, alegando que o Brasil não respeitava acordos internacionais e, principalmente, que negociava com nações tidas como inimigas, fazendo com que a Arábia Saudita hesitasse em fechar o acordo com a Engesa. Hesitação que se tornou recusa com a eclosão da operação Tempestade no Deserto contra o Iraque em 1991, fazendo com que os laços entre os Estados Unidos e a Arabia Saudita se estreitassem de tal forma, que os sauditas decidiram ignorar a capacidade bélica demonstrada pelo EE T1 Osório e assinar o acordo com seu principal aliado, os próprios Estados Unidos.
Com toda essa empreitada, os obstáculos enfrentados e principalmente pelo risco de se investir quase todos os seus recursos num projeto voltado para compradores estrangeiros, a Engesa acumulou várias dívidas. Mas, o verdadeiro risco ainda era a não disposição do governo brasileiro em investir nesse ramo, e a consequente falta de compradores para o EE T1 Osório.
Na época, o exército brasileiro estava sem dinheiro para comprar os veículos, e o governo não estava com disposição alguma para ajudar. Com isso, concluiu-se de que se nem o próprio Exercito Brasileiro compraria o tanque, outros compradores certamente também não iriam comprá-lo. Era o fim da linha e em 1993, a Engesa faliu.
Os dois veículos ficaram sobre custódia do Exército, mas sem pertencerem ao mesmo. Esses veículos seriam mais tarde leiloados a um comprador particular a um preço de R$300.000,00 as duas unidades, quantia irrelevante comparada aos U$50 milhões gastos em seu desenvolvimento. Felizmente, o governo de São Paulo acabou impedindo a venda destes veículos.
Finalmente em 22 de março de 2003, ocorreu uma cerimônia de entronização no quartel do 13º R C Mec, onde o protótipo 2 (P2) equipado com canhão de 120mm desfilou perante as autoridades, escoltado pelos demais veículos da cavalaria daquele regimento. Era o "renascimento do Osório". O outro protótipo (P1) com canhão de 105mm está sendo restaurado, pois o tempo lhe trouxe alguns defeitos que serão reparados e ele também será incorporado a este regimento.
Hoje, ambos os veículos são de propriedade do Exército Brasileiro, sendo considerados monumentos à memória e a tecnologia do Brasil. Até hoje, o Osório constitui o carro de combate mais avançado do inventário do Exército Brasileiro, e duas gerações a frente do Leopard, hoje principal carro de combate em uso no Brasil. Em Abril de 2003, ele esteve exposto na LAD 2003 (feira de material de defesa). Impressionou várias delegações estrangeiras, mesmo tendo sido fabricado na década de 80. Em 2003, foi aprovado um plano de reforma do Osório do Exército Brasileiro, e encontra-se em estudo, uma reformulação e possível produção do MBT Osório. Os meios de produção encontram-se em poder do Exército, portanto, a possibilidade existe.
- leaopersico
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Re: Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
Que história!
Chegando pra acompanhar!
Chegando pra acompanhar!
Sempre aprendendo...
- Rafael Guerra
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Re: Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
Pz!
Obrigado pela leitura agradável que você proporcionou. Introdução fantástica que me deu até vontade de me aprofundar no tema.
Acompanhando aqui com interesse a sua montagem.
Abs!
Obrigado pela leitura agradável que você proporcionou. Introdução fantástica que me deu até vontade de me aprofundar no tema.
Acompanhando aqui com interesse a sua montagem.
Abs!
Rafael Guerra
- PzKpfwlll
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Re: Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
leaopersico escreveu:Que história!
Chegando pra acompanhar!
Muito obrigado pessoal!Rafael Guerra escreveu:Pz!
Obrigado pela leitura agradável que você proporcionou. Introdução fantástica que me deu até vontade de me aprofundar no tema.
Acompanhando aqui com interesse a sua montagem.
Abs!
Fico feliz que tenham gostado da introdução
Realmente a história do Osório é bem interessante e também pouco conhecida. Fiquei sabendo dela no ano passado, quando me deparei com este kit enquanto fuçava no Mercado Livre, então decidi pesquisar.
Acho isso tudo uma grande pena, pois o Osório deveria ter se tornado um grande símbolo nacional de reconhecimento mundial, um verdadeiro orgulho para o nosso país. Infelizmente, hoje em dia sequer ensinam sobre o assunto nas escolas. Nós tínhamos o melhor tanque do mundo e mesmo assim isso não significou nada para o nosso governo. Quando se diz que o Brasil tem pouca cultura, ficam criticando e discordando. Hoje em dia, quando lembro da matéria de História da escola, lembro mais sobre coisas de outros países do que sobre aquele em que vivo.
Fiquem à vontade para comentar, opinar e criticar a montagem
Um abraço!
Pz.
- Mazzutti
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Re: Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
Gostei da introdução PZ, boa sorte com a montegem
Smaug the Magnificent
- denis bonetti
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- Registrado em: 06 Ago 2013, 19:38
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Re: Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
Chegando para acompanhar Pz.
E parabens pela belíssima introdução. Será que a escolha pelo M1 também não levou em consideração o histórico operacional daquele blindado? Afinal o Brasil é pacífico e praticamente não tem histórico em combates intensos né?
Com a tua qualidade, tenho certeza qué terás um belo modelo na garagem.
Abraços
E parabens pela belíssima introdução. Será que a escolha pelo M1 também não levou em consideração o histórico operacional daquele blindado? Afinal o Brasil é pacífico e praticamente não tem histórico em combates intensos né?
Com a tua qualidade, tenho certeza qué terás um belo modelo na garagem.
Abraços
- PzKpfwlll
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Re: Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
Obrigado!Mazzutti escreveu:Gostei da introdução PZ, boa sorte com a montegem
Nerum escreveu:Chegando para acompanhar ...
Fique à vontade Nerum!
Obrigado Denis!denis bonetti escreveu:Chegando para acompanhar Pz.
E parabens pela belíssima introdução. Será que a escolha pelo M1 também não levou em consideração o histórico operacional daquele blindado? Afinal o Brasil é pacífico e praticamente não tem histórico em combates intensos né?
Com a tua qualidade, tenho certeza qué terás um belo modelo na garagem.
Abraços
Acredito que não levaram em conta o histórico operacional do M1 não, se formos ver o M1 é da mesma década de Osório e apesar de já estar em serviço nos EUA antes, o seu teste em combate mesmo só veio a acontecer justamente na operação Tempestade do Deserto em 1991 (Guerra do Golfo) com a Arábia Saudita. No final, o que aconteceu foi que o M1 foi posto a prova de um "teste extra" e passou, mas o Osório não teve essa mesma oportunidade. Fico imaginando o que aconteceria se o Osório também tivesse entrado em combate... Ia deixar os M1 comendo poeira, já que pesava 20ton a menos
Uma certa injustiça....
BVila escreveu:
Olha eu por aqui também!!
Bem-vindo Vila!
Fique à vontade!
- denis bonetti
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- Registrado em: 06 Ago 2013, 19:38
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Re: Brasil EE-T2 Osório - Trumpeter 1/35
PzKpfwlll escreveu:Obrigado!Mazzutti escreveu:Gostei da introdução PZ, boa sorte com a montegem
Nerum escreveu:Chegando para acompanhar ...
Fique à vontade Nerum!
Obrigado Denis!denis bonetti escreveu:Chegando para acompanhar Pz.
E parabens pela belíssima introdução. Será que a escolha pelo M1 também não levou em consideração o histórico operacional daquele blindado? Afinal o Brasil é pacífico e praticamente não tem histórico em combates intensos né?
Com a tua qualidade, tenho certeza qué terás um belo modelo na garagem.
Abraços
Acredito que não levaram em conta o histórico operacional do M1 não, se formos ver o M1 é da mesma década de Osório e apesar de já estar em serviço nos EUA antes, o seu teste em combate mesmo só veio a acontecer justamente na operação Tempestade do Deserto em 1991 (Guerra do Golfo) com a Arábia Saudita. No final, o que aconteceu foi que o M1 foi posto a prova de um "teste extra" e passou, mas o Osório não teve essa mesma oportunidade. Fico imaginando o que aconteceria se o Osório também tivesse entrado em combate... Ia deixar os M1 comendo poeira, já que pesava 20ton a menos
Uma certa injustiça....
BVila escreveu:
Olha eu por aqui também!!
Bem-vindo Vila!
Fique à vontade!